Medo de Amar - Capitulo 70


- Por que não me avisou que ele estaria aqui? – Perguntou baixo enquanto as duas andavam pra onde os amigos estavam. Arthur e Micael de sunga, na churrasqueira. Chay e Mel na piscina jogando uma bola pro alto.

- Eu achei que fosse obvio. – Ela deu uma piscadinha. – Nem me olha com essa cara, vocês precisam se entender de uma vez, ninguém aguenta mais Micael e Sophia separados.

- Nem eu aguento mais. – Soltou um sorrisinho. Se aproximaram dos meninos. – Oi, gente.

- Oi, Soph! – Arthur chegou mais perto para abraça-la. – Carne já está quase saindo, espero que esteja com fome.

- Na verdade, não muita. – Ela deu de ombros. – Tenho comido bem pouco desde que tudo aconteceu. – Ela engoliu em seco, não queria falar ou lembrar de seu bebê.

- Oi. – Micael se virou, depois de jogar água com sal na carne. – Está tudo bem? – Ele parecia mais tranquilo do que a última vez que Sophia o tinha visto. Será que tinha desistido dos dois, será que ele estava com alguma outra menina?

- Está sim. – Disse um pouco desconfortável. Seus olhos focaram no peitoral de Micael sem camisa, desceram por sua barriga, seguindo a trilha da felicidade até sua sunga...

- Ainda bem que olhar não arranca pedaço. – Ele brincou fazendo com que ela desviasse, completamente sem graça. – Ei, só estou brincando. – Ele ria junto com os amigos.

- Tão engraçadinho! – Ela respondeu, mas logo acabou soltando um sorrisinho.

- Você trouxe biquíni né? – Lua perguntou a amiga que negou com a cabeça. – Como que você vem na minha casa pra um churrasco e não traz um biquíni?

- Já passa de cinco horas da tarde, eu não imaginei que ia ser tipo uma festinha na piscina. – Se justificou. Lua se aproximou e puxou a camiseta pela gola, olhando por dentro, verificando o sutiã que a mulher usava.

- Fica de lingerie então. – Ela deu de ombros. Já tinha visto Sophia em trajes íntimos tantas vezes.

- Ficou louca. – Ela encarou os meninos. – De jeito nenhum. – Lua colocou as mãos na cintura.

- Para de drama, tira logo isso. Teu sutiã tá uma gracinha! – Apontou pros peitos de Sophia. – E eu aposto que se fosse pra botar biquíni, ia ser muito menor do que isso ai é! – Micael riu, ele sabia o quão minúsculos eram os biquínis de Sophia. – Estamos entre amigos aqui.

- Ele não é meu amigo. – Apontou pra Micael e o moreno rolou os olhos.

- E tem alguma coisa ai que eu não tenha visto? – Ergueu uma sobrancelha. Mel saiu da piscina e se juntou a eles.

- Bora logo, Sophia. Ninguém aqui está interessado em ver as suas partes! – Ela desviou o olhar pra Micael por alguns instantes. – Talvez o Micael, mas a gente sabe que você gosta.

- Mel! – A repreendeu. Micael não falou nada, apenas riu. Ele sabia que Sophia não toparia aquilo, ela tinha vergonha. – Não é assim tão fácil.

- Deixa ela em paz ai. – Micael disse ao virar a carne, não tinha nem olhado pra direção delas. – Se não quer, não quer.

- Então eu vou jogar você na piscina com roupa e tudo! – Lua avisou. – Você tem três segundos. 1... – Sophia se manteve parada. – 2... – Pouco antes de Lua dizer o número três ela soltou um suspiro se dando por vencida.

- Tudo bem. – Tirou a camisa de uma só vez revelando o sutiã vermelho que deixava seus seios muito bem desenhados. Desabotoou a bermuda e revelou a calcinha do conjunto. Um fio dental com um lacinho no topo do bumbum. Micael agora tinha se virado, ele encarava o corpo de Sophia sem nenhuma sutileza, assim como ela tinha feito antes.

- Ainda bem que olhar não tira pedaço, não é, Micael? – Ela chamou sua atenção com a frase que há pouco ele havia dito. Logo depois pulou na piscina. Micael não parava de olha-la.

- Tem algum balde ai, Arthur? – Lua brincou e ele finalmente desviou o olhar da loira. – Acho que o Micael está precisando.

- Muito engraçado, Lua. – Voltou a virar a carne. Lua e Mel logo se juntaram a Sophia na piscina, e Chay saiu, pra ficar com os meninos na churrasqueira.


- Vocês vão ficar nesse putaria até que horas? – Arthur perguntou a Micael. – Se comendo com os olhos os dois estão. Não consigo entender o que está faltando.

- Tá faltando coragem. – Respondeu sincero. – Pra passar por tudo aquilo de novo, só com muita coragem.

- Vai passar por nada não. – Chay rolou os olhos. – Mais arrependida do que ela ficou impossível. Todo mundo percebeu isso.

- Eu também percebi isso, eu não sou cego, mas que é difícil, vocês não podem negar. – Tinha tempo que Micael não assumia o que sentia assim tão sinceramente para os amigos. – Todas as vezes que eu pensei em tentar aquele idiota amiguinho de vocês estava lá atrapalhando.

- Ele não é meu amiguinho não. – Chay se defendeu. – Amiguinho do Arthur e da Lua.

- Nunca foi meu amigo. – Rolou os olhos. – Mas ele é gente boa. – Micael fez uma careta. – Ei, pode ser um talarico, mas é gente boa.

- Você defender ele não vai ajudar em nada! – Chay falou antes de Micael.

- Estou falando a verdade ué. – Deu de ombros. – E isso não importa, ou você vai ficar com ciúmes de mim também? – Arthur brincou. – Sabe que do meu coração você é o dono! – Ele fez Micael rir.

- Larga de ser idiota! – Tirou a carne da grelha e a cortou em pedaços no tabuleiro. – Não me obriga a te dar um soco na cara.

- Não me obriga você a te dar um soco na cara! – Cruzou os braços. – Ficam os dois sofrendo por que querem, isso me irrita tanto!

- Não estou entendendo porque se irrita, é da minha vida que estamos falando. – Micael foi um tanto rude e começou a tirar as linguiças da grelha.

- Me irrito porque sou eu que fico ouvindo você se lamentar e a Lua que fica ouvindo a Sophia resmungar. Ai chega de noite, quando eu quero namorar a minha mulher, eu não consigo porque ela tá gravida e sensível e fica sofrendo pela Sophia, então por favor, resolva logo essa situação porque eu não estou aguentando mais. – Desabafou e Micael arregalou os olhos por alguns instantes, mas logo em seguida caiu na risada com Chay.

- Ah, agora eu entendi, pensei que era tudo preocupação de amigos, mas na verdade é tudo porque não consegue transar com a Lua. – Micael debochou. – Francamente em Arthur.

- Micael, eu juro que eu ainda vou te dar uma surra. – Foi até o tabuleiro e pegou um pedaço de carne. – Eu juro que qualquer dia você não me escapa.

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