Medo de Amar - Capitulo 69


FLASHBACK SOPHIA ON.


- Alô? – Micael disse ao ver a chamada de um numero desconhecido na tela do celular. – Quem é?

- Alô! – Sophia respondeu um tanto quanto sem graça. Estava ligando no dia seguinte ao tê-lo conhecido. – É o chef Micael Borges? – Ela tinha o cartão entre os dedos.

- Sim! – Ele confirmou, esperava que fosse a loirinha do estacionamento, mas aparentemente era algum trabalho. – Quem é? – Repetiu a pergunta.

- Sophia. – Ela anunciou, mas se deu conta de que em nenhum momento tinha dito seu nome a ele. – Sophia Abrahão. – Resolveu fazer um charme, já que ele não a tinha reconhecido de cara.

- Em que posso ajuda-la? – Foi até a cozinha pegar um pouco de água, vestia apenas uma cueca box, eram pouco mais de duas da tarde. – Algum buffet?

- Na verdade eu só queria saber quanto que ficou a pintura do seu carro. – Ela resolveu entregar quem era, ele num susto cuspiu toda água que tinha na boca, molhou por completo o chão da cozinha. – Está tudo bem? – Perguntou após ouvir o rapaz tossir.

- Está, desculpa. – Ele agora caminhava até a área pra pegar um pano de chão. – Eu só fiquei surpreso com a sua ligação.

- Não era pra ligar? – Franziu a testa. – Eu sou honesta tá. – Arrancou risos de Micael.

- Eu só achei que fosse alguém querendo comida, geralmente são essas as ligações que eu recebo. – Se recostou no balcão, tinha um sorriso ao falar com aquela mulher.

- Para de exagero, deve receber ligações o tempo todo de mulheres que batem no seu carro e você conta sua vida. – Fez com que ele risse ainda mais. – Não é mesmo? Pareceu algo bem rotineiro.

- Aham, claro que sim. – Debochou.

- E a pintura? – Ela comentou depois de alguns segundos de silêncio. – Ainda nem deu tempo de ver né?

- Como estava o prato ontem? – Mudou de assunto. Queria prolongar o quanto fosse aquela conversa. – O chef acertou?

- Sim! – Ela falou bastante empolgada. – Descobri que aquele lá agora é meu prato favorito! – Ele gostava de conversar com Sophia, ela lhe divertia facilmente. – Você realmente cozinha muito bem.

- Eu sei disso. – Ele brincou. – Sou um chef muito elogiado e requisitado!

- E desumilde né? – Foi a vez da loira rir. – Não se pode elogiar!

- Ei, pode sim! – Falou bravo. – Você quer jantar comigo algum dia desses? – Ele chamou, assim, na lata. Sophia demorou um pouco pensando na resposta, aquilo não era rápido demais, era? – Ei, está ai ainda? – Chamou depois de um tempo sem falar nada.

- Estou, desculpa. – Suspirou. – Foi a minha vez de ficar surpresa.

- Não estou... dando em cima de você... – Tentou se explicar. – É só pra conversar... sobre a.... pintura... – Estava muito sem jeito, Micael não tinha costume de ficar sem graça ao chamar mulheres pra sair, mas tudo parecida diferente com ela.

- Jantar pra conversar sobre pintura? – Sophia se fingiu de desinteressada. – Acho que isso não vai ser legal. Podemos conversar sobre a pintura por telefone mesmo.

- Nossa, você está me dando um fora? – Ele sorriu por alguns instantes. – É isso mesmo?

- Fora? – Se fez de espantada. – Pensei que você não estava dando em cima de mim. – Ela gargalhou. Touché, tinha encurralado ele.

- Ok, podemos deixar a pintura de lado? – Ergueu uma sobrancelha, mesmo que a mulher não pudesse ver. – A gente pode se encontrar pra falar de qualquer coisa menos de pintura! – Falou rápido. – Sim, estou te chamando pra sair. – Completou e ouviu a risada gostosa de Sophia.

- Sim, chef Micael Borges, nós podemos sair. – Seu sorriso se abriu. – Desde que você prometa que em algum momento vai fazer pato com laranja pra mim de novo.

- Pato com laranja? – Ele respondeu indignado. – Não foi isso que você comeu! Mandei entregar a você canard à l’orange. Por favor, não abrasileire meus pratos. – Ela gargalhou novamente.

- Eu não sei falar esse nome estranho ai, prefiro pato com laranja! – Colocou a mão na testa e desistiu, afinal, não valia a pena se estressar por conta do idioma.

- Eu vou te ensinar algumas palavrinhas em francês, dona Sophia. – Brincou. – Você não perde por esperar!

FLASHBACK SOPHIA OFF.

- Ei, responde! – Lua chamou sua atenção ao telefone. – Estou falando sozinha tem meia hora já.

- Desculpa, estava pensando em umas coisas, fiquei distraída. – Revelou, ninguém mandou ligar no meio de seu devaneio. Suas lembranças era tudo o que tinha.

- Você vem ou não? – Perguntou outra vez. – Diz que vem, por favor!

- Eu vou onde? – Estava completamente perdida, não tinha prestado atenção em quase nada que Lua lhe dissera. – Repete ai.

- Aqui pra casa, hoje é sábado, você acabou de dizer que sua mãe foi embora e está sozinha. Estamos fazendo um churrasquinho, vem pra cá, se ficar muito tarde, você pode dormir aqui!

- Você acha que é uma boa ideia? Eu não ando muito animada pra essas coisas não! – Rolou os olhos. – Eu quero mais é ficar no meu canto.

- Você vai deixar a sua melhor amiga gravida ficar com vontade de te ver? – Lua fazia drama como ninguém. – Eu não acredito numa coisa dessa!

- Luinhaaaa. – Praticamente implorou.

- Vem logo. – Intimou e desligou o telefone.

Era pouco mais de cinco da tarde quando Sophia trancou a porta de seu apartamento e saiu rumo a casa de Lua. Ela pediu um carro e não esperou muito até que estivesse parado em frente ao prédio.

A imensa casa de Lua não era tão longe, mas também não era exatamente perto. Sophia vestia um short jeans, camiseta branca e sapatilhas, seus cabelos pendiam soltos até o meio das costas. Não tinha realmente se arrumado pra ir à casa de Lua, não esperava encontrar ninguém ali. Lua teria dito se tivesse mais gente, ou se pelo menos Micael estivesse ali, não é? Não! Micael foi a primeira pessoa que Sophia viu ao entrar na área de lazer da casa de Lua.

Lua saiu correndo para abraça-la. Sophia a olhou feio por um tempo, mas logo sorriu. Lua era a pessoa mais incrível que conhecia e não podia ficar com raiva da amiga.

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