Medo de Amar - Capitulo 167

 Sophia saiu do banheiro apresada e vestiu sua roupa de antes, precisava ir pra casa se arrumar. Sorriu quando viu Micael vestindo um terno preto, estava muito elegante. Ele ergueu uma sobrancelha com um sorriso enquanto calçava o sapato.

- Que tal estou? – Ficou de pé em frente ao espelho enquanto arrumava o cabelo.

- Maravilhoso. – Ela ainda tinha os olhos fixos nele. – Será que vai estar incrível desse jeito quando a gente casar também.

- Claro que não. – Ela fez uma careta. – Estarei muito mais bonito.

- Para de palhaçada. – Eles riram. – Vamos logo, antes que eu me atrase. Não posso ficar admirando você o tempo todo.

- Tira uma foto. – Piscou pra namorada. – Micaelzinho de terno não é sempre que se vê.

- Micaelzinho? – Soltou a gargalhada. – Você é muito idiota, vamos logo.

 

Os dois saíram da cara de Micael e não demoraram a chegar no apartamento de Sophia. Conversaram sobre coisas aleatórias no caminho, volta e meia o moreno pegava Sophia sorrindo para o anel e estava feliz com aquilo. Sophia bateu na porta, estava sem chave porque tinha entregado para Branca.

- Ah, vocês. – Branca sorriu. – Achei que Sophia tinha desistido de ir á festa.

- Claro que não, Beth e Laura me matariam se eu fizesse isso. – Não tirava o sorriso do rosto. – Vou me vestir e fazer a maquiagem.

 

- Sophia ficou bem animada que você apareceu. – Branca falou quando tinha certeza que a filha não podia ouvir. – Espero que você não a decepcione de novo.

- E eu decepcionei? – Ergueu uma sobrancelha. – Um pouco exagerado da sua parte, já que não estava aqui, não é, Branca?

- Você foi embora pra outro estado só pra minha filha ir atrás de você. – Micael rolou os olhos. – Um drama sem fim.

- Olha o que você está me dizendo. – Balançou a cabeça. – Eu achei que a gente se dava bem agora, Branca.

- Eu só quero a minha filha feliz. – Cruzou os braços. – Não é que eu não goste de você, Micael. Eu dei toda força pra ficarem juntos.

- Você deu força quando a errada era sua filha. – Os dois falavam baixo. – Ai você passou a mão na cabeça dela e ficou falando dando conselhos pra que eu pudesse perdoar tudo. Sophia foi pra São Paulo e todo mundo achou lindo. Ai eu viajo pra cuidar do restaurante do meu pai e o errado sou eu? Você não está sendo coerente, Branca.

- Eu só quero que todo esse drama acabe. – Suspirou. – A minha filha estava triste essa semana toda porque você não vinha hoje.

- Branca, você não percebeu que eu disse que não vinha pra fazer uma surpresa? – Se aproximou da sogra. – Eu e a Sophia estamos numa fase ótima, você não precisa vir falar pra mim essas coisas. Por incrível que pareça nosso namoro tá incrível mesmo de longe, logo logo eu volto pra cá e tudo segue normal.

- Só não quero ver a minha menina sofrendo ainda não.

- Sophia já tem vinte e cinco anos, Branca. – Bufou. – Não quatro, como você pensa. Você não precisa me odiar como antes, as escolhas da Sophia só cabem a ela.

- Eu nunca te odiei, Micael. – Foi a vez da mulher rolar os olhos. – Eu sempre achei que foi precipitado a Sophia vir atrás de você aqui no Rio.

- Para de desenterrar essas coisas, já faz tanto tempo...

- Já faz tanto tempo, mas ela sempre faz isso. – Ele olhou sem entender, mas logo a mulher continuou a explicar. – Você decidiu que não queria mais morar em São Paulo e ela largou tudo pra vir pro Rio, agora você decidiu que não queria mais morar aqui e ela não pensou duas vezes antes de querer largar tudo e ir atrás de você, novamente.

- Eu não permiti que ela largasse a carreira dela pra ficar comigo lá, eu não sou egoísta. – Os dois falavam bem baixo. – Eu não sou maluco, tá legal?! Conversei com ela e disse que seria melhor se ela vivesse a vida dela aqui, que eu voltaria quando possível. Você está gastando seu latim atoa comigo.

- Eu só não quero...

- Que a Sophia sofra, já estou sabendo. – Interrompeu a sogra. – A gente está bem, você não precisa se preocupar.

- É logico que vou me preocupar, ela é a única filha que eu tenho.

- Vai dar tudo certo, eu vou acabar o acordo que tenho com meu pai e vou voltar pra cá. – Deu de ombros. – Eu já estava até começando a gostar de você novamente, não faz eu querer te evitar de novo.

 

- Ei, estou pronta. – Sophia apareceu com seu vestido longo preto com detalhes prata. – O que acham? – Ela tinha feito leves ondulações no cabelo e uma maquiagem rápida e básica, pelo menos pra ele, porque pra Micael ela estava mais deslumbrante do que nunca.

- Você está linda, filha. – Branca sorriu pra Sophia. – Com toda certeza a modelo mais gata daquele lugar.

- Eu não tenho dúvida nenhuma quanto a isso. – Micael se aproximou e estendeu a mão pra mulher. – Vamos? Eu quero que essa noite acabe logo pra poder levar você pra casa e arrancar esse vestido. – Sussurrou em seu ouvido e quase que imediatamente a bochecha da loira ficou rosada.

- Micael! – Repreendeu e ele caiu na gargalhada. – Vamos, sim. Tchau, mãe. – Se afastou de Micael e deu um beijo na mãe. Os dois saíram de mãos dadas. – Vamos voltar ao início da tarde e eu vou te fazer uma pergunta parecida com o que fiz mais cedo. – Ele a olhou curioso, após dar a partida no carro. – O que você estava conversando com a minha mãe?

- Você é muito curiosa, não acha?! – Sorriu. – Não era nada demais.

- Vocês estavam claramente sussurrando para que eu não ouvisse, fala logo o que ela disse pra você, eu conheço a peça. – O moreno sacudiu a cabeça.

- Não foi nada demais. – Deu de ombros. – Ela disse que não era pra eu decepcionar você, desenterrou a nossa vinda pro Rio, como faz em toda ocasião que tem oportunidade e comparou com a minha ida para o Sul.

- Minha mãe não perde uma. – Disse incrédula. – Quando a gente está separado ela me dá a maior força pra falar com você, ai a gente fica junto e ela vem falar besteira. Quem entende a dona Branca?

- Eu entendo, ela só quer te ver feliz e eu também só quero te ver feliz, temos o mesmo objetivo de vida. – Ela desfez a careta e sorriu. – Então deixa que a gente se entende, queremos a mesma coisa, não deve ser tão difícil.

- Você é um doce. – Deu um selinho nele quando pararam no sinal. – Amo você.

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