Reviravolta - Capitulo 48 bônus

Fui embora pensando no que quase fiz e sacudi a cabeça. Realmente era errado e eu não sabia até onde poderia chegar, mas a Sophia me tirava do serio. Quando cheguei, vi a Manu sentada no sofá vestindo apenas uma camisa minha e calcinha, ela estava com as pernas cruzadas e na mão uma latinha de refrigerante. Olhei pra televisão e vi um filme, qual eu não reconheci. Ela abriu um lindo sorriso quando me viu.

- Finalmente né Micael. - Falei e tentou fazer cara de brava.
- Não vi nenhuma necessidade da senhorita ficar ligando a todo minuto. - Falei com certa raiva na voz.
- Eu só liguei duas vezes amor. - Justificou - E não estou vendo motivos para esse seu estresse todo. - Se levantou.
- Não estou estressado. - Falei e segui para o banheiro, tirando as roupas pelo caminho. - Só achei desnecessário.
- Eu te fiz uma surpresa! - Eu parei e me virei pra ela, só de calça. - Você vai amar.
- O que você fez? - Perguntei espantado com tanta animação.
- Marquei a data do nosso casamento pra daqui a dois meses! - Falou e veio correndo me abraçar e me dar um beijo. Eu fiquei sem reação.
- Você é louca? - Segurei em seus ombros afastando um pouco de mim. Ela me olhou sem entender.
- O que eu fiz de errado Micael? - Eu vi seus olhos se encherem de lagrimas, mas continuei a falar, talvez um pouco rude demais.
- Eu estou desempregado Manuella, você sabe disso. Não tenho a menor condição de bancar uma festa agora. - Falei firme com ela, mas logo me arrependi.
- Quando eu comecei a namorar com você, você era só um faxineiro e nem por isso eu me importei se tínhamos que lanchar cachorro quente e não podíamos ir ao MC Donald's. Então você vai me responder por que eu iria querer um festão sabendo que você não pode me dar? - Ao final dessa frase, sua voz já estava contagiada pelo choro que ela reprimia. Eu a larguei e passei as mãos pelo cabelo sem saber o que falar. Ela estava certa.
- Eu queria apenas te dar o melhor! - Justifiquei. - Não queria apenas um casamento no civil e um almoço pra familia, você merece mais.
- Eu mereço, mas você também ué. Se não temos condições, depois fazemos a festa. O que importa é que seremos casados. - Ela me abraçou de novo. E eu pensei na data.
- Daqui a dois meses é aniversario da minha filha. - Falei e ela me soltou, seu olhar agora era de raiva.
- Idai, o que o aniversario dessa menina impede nosso casamento? - Falou com ódio.
- Não sei porquê você está falando assim! - A olhei sem entender.
- Você tá colocando essa menina na minha frente Micael, eu que estou com você há quase cinco anos.
- Olha Manu, ela é minha filha. Você minha mulher. E acabou essa historia, deixa de ser ciumenta. - Revirei os olhos. - O aniversario dela é dia dezenove de setembro. Pra que dia marcou o casamento? - Perguntei e ela hesitou em me responder.
- Dia vinte e quatro. Primeiro sábado depois do dia dezenove. - Ela olhou para o chão, aquilo tudo parecia premeditado. Era estranho pensar assim.
- Pois então adie. Porque muito provavelmente esse vai ser o dia da festa da Alycia. - Falei e continuei seguindo para o banheiro, ela veio andando atrás de mim.
- Micael, por que você simplesmente não conversa com essa piranha e diz que vai se casar. - O sangue então subiu e eu me virei novamente a segurando pelos braços, ela se assustou com a minha brutalidade.
- Nunca mais chame a Sophia assim, você não a conhece. - Soltei e entrei no banheiro. Ela ficou sem reação.
Demorei mais que o necessário no banho pensando em toda bagunça que minha vida estava. Quando sai, Manuella estava sentada na minha cama, toda vestida e com expressão triste e com raiva.

7 comentários: