Reviravolta - Capitulo 58

- Como assim filha? - Eu levantei a sobrancelha sem muito entender. - O que aconteceu?
- Machucou aqui ó - Ela esticou o bracinho e me mostrou, tinha uma marca ali, estava quase sumindo, mas aquilo me fez ver sangue.

- O que aconteceu com ela, Micael? - Levantei meu olhar e caminhei na direção de Micael. Ele não conseguia responder. - Fala Micael! - Gritei ali no meio da rua.
- Sophia, calma! Também não é pra tanto. - Ele esticou as mãos, como se isso fosse me impedir de pegar aquela mulher.
- Ninguém encosta um dedo na minha filha senão for pra fazer carinho, você esta ouvindo? - Continuava a gritar feito louca.
- Sophia, eu vou resolver isso em casa. - Eu ri com deboche e ele ficou confuso.
- Você é lerdo, do jeito que você é essa mulher vai te enrolar em casa, quem vai resolver isso sou eu e agora! - Dei um passo a frente pra abrir a porta do carro pra tirar aquela fulana de lá, ela estava se escondendo. Micael passou as mãos no rosto e eu puxei aquela mulherzinha lá de dentro pelo cabelo, ele então se mexeu pra me impedir.
- Larga ela Sophia. - Então eu sorri e soltei, ela se desequilibrou e caiu no chão, Micael a ajudou a se levantar, ela tentava arrumar o cabelo.
- Você é doente sabia? - Ela falou pra mim como se me ofendesse.
- Ué, você estava se escondendo... - Sorri - Sabe que tá errada né, tava com medinho...
- Eu nunca vou ter medo de você sua ridícula. Se enxerga. - Parou de mexer no cabelo e estava meio que protegida atrás do Micael.
- Ah dá pra perceber. - Revirei os olhos. - Fala o que você fez na minha filha?! E eu quero a verdade.
- Eu não fiz nada com essa criança. - Olhou pra minha filha com cara de nojo. Conseguiu me irritar mais ainda.
- Olha aqui, deu pra ver a marquinha no braço dela, então você fala logo o que fez antes que eu quebre essa sua cara, poucos dias antes do seu casamento. - Sorri pra ela e então ela saiu de trás do Micael.
- Nem isso me impediria de me casar, eu sei que é o que você quer desde quando você voltou, mas isso não vai acontecer, Micael me ama e nós vamos nos casar, você querendo ou não. - Terminou o discurso e voltou pra trás dele, segurando a sua mão, eu tinha a sobrancelha levantada e um sorriso no rosto, a ponto de dizer quantas vezes eu já tinha ficado com Micael desde que tinha chego aqui, mas quando olhei no seu rosto, parecia pedir para não falar.
- Se você acha que ele te ama, problema é seu. - Dei de ombros. - Desejo muita felicidade para vocês dois. Só quero saber porque você maltratou a minha filha?!
- Eu não fiz nada com essa pirralha. Ela começou a correr, eu só segurei. - Ela deu de ombros.
- Você não chama minha filha de Pirralha, Manuella. - Micael se virou pra ela. - Você pirou?! - A mulher revirou os olhos e minha vontade de quebrar a cara dela estava ficando incontrolável.
- Pestinha então. - Sorriu forçado. Eu me virei pra Alycia e ela estava agora comendo o outro algodão doce que estava em sua mão com um olhar meio assustado.
- O que aconteceu lá, filha? - Ela então parou de comer.
- Mica me deixou com ela pra comprar algodão doce. Eu não queria ficar mamãe, eu não gosto dela. Então eu disse que ia atrás do papai, quando eu falei papai ela segurou no meu braço e disse que não era pra eu chamar ele assim, porque ele não era meu pai. E ela ficou segurando até ele mandar soltar... - Ela se escondeu atrás da minha perna. Eu vi o rosto do Micael mudar de cor, agora ele realmente estava irritado.
- Essa garota ta mentindo. - Ela apontou pra Alycia e eu peguei o dedo dela, virando pra trás.
- Minha filha não mente. É só uma criança e eu não quero que você encoste nela nunca mais nessa sua repulsiva existencia, ou vou ser obrigada a acabar com você. - Ameacei, mas ela apenas riu.
- Chega! - Micael falou alto e fime. - Você entra no carro! - Ordenou pra Manuella.
- Não fala assim comigo, você é meu noivo, não meu pai. - Ela continuou do lado de fora.
- Não perguntei o que sou, eu só mandei entrar. - Ela continuou parada, eu dei um passo pra trás, trazendo Alycia comigo. - Se você não entrar agora, eu vou te deixar aqui com a Sophia e boa sorte. - Ela continuava hesitando.
- Você não faria isso. - Ela respondeu ainda sem se mover.
- Entra nessa droga de carro de uma vez. - Ele ordenou uma ultima vez, então segurou no braço da noiva e meio que a empurrou la dentro. Chegou perto de mim e me deu um beijo na testa, abaixou e beijou Alycia. - Vou resolver isso de uma vez! - Sem me dar chance de resposta ele entrou no carro e arrancou. Eu olhei para o lado e vi um carro parando em frente a minha casa. Quando o motorista saiu do carro eu sorri em resposta, era Chay.
- Sophia!!! - Ele gritou sorrindo e eu caminhei com Alycia até ele. - Você volta e nem avisa? Falta de consideração.
- Ah tanta coisa acontecendo junto. - Respondi desanimada. Ele olhou Alycia com duvida.
- Quem é essa? - Perguntou curioso.
- Minha filha! - Falei sorrindo. - Ela ta sujinha porque acabou de chegar. - Justifiquei e ele riu - Dá oi pra ele meu amor. - Ela deu um oi tímido e eu ri.
- Oi pequena.
- Ela é assim no começo, quando deixa depois ninguém mais segura. - Eu olhei pra ela. - Filha, vai lá dentro e pede a vovó pra te dar banho.
- Mas por que ela mamãe? - Perguntou tristinha.
- Vou conversar com esse meu amigo, ai depois eu entro, mas você precisa tomar banho. - Ela assentiu e foi andando pra dentro.
- Como assim você tem uma filha? - Ele me olhou espantado e eu ri - Ainda mais desse tamanho?
- Longa historia. - Eu revirei os olhos.
- Vim fazer um convite. - Ele sorriu pra mim.
- Fala que eu te escuto. - Nós dois rimos daquela frase ridícula.
- As meninas descobriram que você voltou e me enviaram pra te chamar. Elas estão lá em casa. Partiu? - Ele perguntou sem confiança.
- Ah não sei, tem a minha filha agora. - Eu suspirei.
- Ah vamos, leva ela. - Ele sorriu. - Tenho certeza de que elas vão adorar conhecer. - Parecia mais confiante.
- Vou lá arrumar ela então. - Sorri - Vem, entra.

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