Reviravolta - Capitulo 50

Aquele dia tinha sido pesado, muito pesado. Eu Realmente não sabia de mais nada, estava confusa com tudo. Já eram nove e meia da noite, eu já tinha dado banho na minha filha, janta e estávamos agora na cama. Ela dormia abraçada em mim e eu estava com mil coisas na cabeça.

Como minha vida tinha virado esse caos em apenas uma semana ou um pouco mais? Nem acredito que eu tinha uma familia solida e feliz e agora tenho alguns cacos disso só porquê encontrei um amor do passado, como as coisas são loucas.
Peguei meu celular, precisava falar com Diego, sei lá, esclarecer algumas coisas, saber se está bem. Disquei seu número e então quase que no ultimo toque eu ouvi sua voz dizendo "alô".

- Espero que esteja acontecendo algo grave. - Falou e deu uma pausa. - Na verdade, não espero não. Tem alguma coisa pra falar comigo?  - Terminou
- Agora eu preciso ter alguma coisa importante pra falar, senão eu não posso te ligar? - Ele estava muito na defensiva.
- Sophia, eu não sou um boneco e nem um sapato pra você ficar me usando. - Sua voz era baixa e sem muita expressão.
- Eu não fiz isso! - Falei alto e Alycia se remexeu.
- Olha, eu não quero mais conversa. - Ficou mudo.
- Diego, e a nossa filha? - Falei meio desesperada.
- Vou continuar a vê-la. Ela não tem culpa dessa confusão toda que está metida. - Ele terminou e eu o imaginei dando de ombros.
- E eu tenho culpa? - Ele então riu sarcasticamente.
- Você acha que não? - Diego estava mudado, sarcasmo e ironia não eram a sua cara.
- Eu não posso privar a minha filha de conviver com o Micael, Diego. Você sabe disso. - Falei rapido demais até, minha voz estava urgente.
- Não, realmente faria muito mal a ela ficar longe de um pai que ela nem sabe que existe. - debochou novamente.
- E não faria mal a ele ficar longe de uma filha que ele sabe que existe? - Perguntei e ele ficou calado. - Você só está pensando nos seu lado, no seu umbigo, no que é bom para você. Se você tivesse voltado aqui para o Brasil e encontrasse sua namorada, ela estaria com uma criança que tem mais ou menos a idade da Alycia, você não iria querer se aproximar? - Perguntei e tive um longo silencio até ter minha resposta.
- Não! - Ele demorou outra vez. - Se eu observasse que meu filho estava bem sem mim, pra que eu ia me meter? - Falou e eu neguei com a cabeça como se ele estivesse aqui.
- Você ia, você é pai, tem direitos. - Falei séria e o ouvi respirar fundo. - Eu só queria que você entendesse o lado dele, o meu lado.
- Sophia, você defende muito esse cara. - Sua voz agora era carregada. - Já ficou com ele? - Perguntou e eu não tive capacidade de responder. - Fala Sophia. - Continuei muda. - Eu sei que já, não sou idiota. Vocês devem ter se divertido muito rindo da minha cara.
- Para Diego! - Exclamei, mas ele não deixou eu continuar e me interrompeu.
- Para nada, vê se para você de se fazer de santa. Eu sei que já me traiu com esse cara, tá na cara que aconteceu isso Sophia. Já foi pra cama com ele? Seu primeiro homem? - Debochou.
- Você está me ofendendo. - Falei quase chorando.
- E você estava me traindo até eu dar um basta. - Ficamos ambos em silencio até que ele continuou. - Só me ligue daqui por diante se for assunto sobre Alycia. - E a linha do outro lado foi desligada.
Chorei como se fosse uma criança, acho que não porque terminou e sim pela forma que foi, Diego dedicou os ultimos anos pra cuidar de mim e da minha filha e eu retribui da pior forma. Coloquei meu celular na cabeceira e ao me mexer Alycia acordou, tentei limpar os olhos mas não adiantou.
- Tá chorando por que, mamãe? - Perguntou curiosa e antes que eu respondesse ela me abraçou forte. - Eu te amo! - E então eu sorri, ela era tudo que realmente me importava.
- Eu também te amo minha linda. - Dei um beijo em sua testa e ela sorriu.
- Então para de chorar mamãe. - Aquele olhar inocente era tudo que me bastava. - Ou você tá com dor? - Ela arregalou os olhos.
- Não filha, não estou com dor. - Passei as mãos de novo pra limpar as lagrimas e funguei. - Pronto já parei, vamos dormir agora? - Sorri para ela. Ouvimos meu celular tocando novamente. Quando olhei o número era do Micael. Fiquei parada olhando para o visor.
- Atende mamãe. - Ela empurrou minha mão para orelha. Eu apertei na tela e atendi então.
- Alô? - Falei insegura.
- Estava aqui tentando dormir e não consigo. - Falou e me fez sorrir.
- Não? E por quê? - Perguntei interessada.
- Você não sai da minha mente...

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