Reviravolta - Capitulo 51

E então meu sorriso se ampliou ainda mais. Eu não sabia muito bem o que responder e então fiquei só ouvindo.
- Ei, tá ai? - Sua voz tomou um som meio triste. Eu funguei antes de responder e ele me interrompeu antes mesmo que eu começasse. - Tá chorando Sophia? Ei, responde mulher.

- Tô aqui ainda e não foi nada. - Funguei de novo e tentei limpar meus olhos.
- Ah claro, o principal motivo pelo qual as pessoas choram é nada. - Debochou e eu ri.
- Para de ser bobo. - Falei ainda rindo.
- Esse som que eu prefiro ouvir. - Eu fiquei em silêncio. - Então, não vai me dizer o que aquele cara fez? - Perguntou com um certo tom de preocupação na voz.
- Como pode ter certeza de que foi ele? - Levantei uma sobrancelha.
- Porque ele fez isso hoje mais cedo, pra fazer de novo não ia ser muito dificil. - Ele falou e eu tive que concordar, olhei pra baixo e Alycia me encarava prestando atenção em cada palavra que eu dizia.
- Olha, não posso falar agora Mica, Alycia esta aqui na cama comigo. - Eu terminei de falar essa frase e Alycia abriu um sorriso.
- É o tio Mica, deixa eu falar com ele mamãe! - Falou feliz e alto, Micael ouviu.
- Ele já te pediu pra não chamar ele de tio. - Eu revirei os olhos e ela continuou querendo falar ao telefone. Eu coloquei no viva voz.
- Micaaaa! - Ela praticamente gritou.
- Oii Minha princesa, não tá na hora de estar dormindo não? - Ele falou e riu. Eu fiquei só observando os dois, sempre esperei por esse momento.
- Eu estava, mas a mamãe me acordou se mexendo aqui na cama. - Ela olhou pra mim sapeca.
- Ah dona Alycia, não dou mais colo pra senhorita dormir. - Eu ri com a careta que ela fez, logo depois se jogou no meu colo.
- Não mamãe! - Falou dengosa, esquecendo do Micael do outro lado da linha.
- Alycia?! - Ele chamou e ela se virou para o telefone.
- Oi? - Respondeu e eu só fiquei observando.
- Se importa se eu roubar a sua mãe só um pouquinho? - Ele falou apreensivo e ela não entendeu.
- Roubar minha mamãe? - Perguntou assustada - E eu vou ficar sem? Claro que não. - Eu ri e Micael também.
- Ela vai continuar sendo sua né Alycia, quero emprestada. Ela tava chorando não estava, quero saber o por quê! - Ele continuou falando e eu não me meti, vi no rostinho da minha filha ela considerar a ideia.
- Só se me contar também. - Negociou e me surpreendeu, e pela resposta de Micael ele também estava surpreso.
- Você só tem quatro anos mesmo garota? - Riu e ela não entendeu.
- Tenho, por quê? - Perguntou confusa.
- Nada não. - Nós rimos. - Manda a mamãe se arrumar, vou ai buscar ela e depois levo de novo.
- Tá bom. - Ela tomou o telefone da minha mão e desligou sem que eu visse.
- Que isso menina, as vezes eu acho que você é um anão disfarçado de criança. - Falei sozinha rindo. - Eu vou ligar pra ele agora e dizer que não vou.
- E por que mamãe, Micael é legal! Eu gosto dele. - Ela falou mais uma vez me arrancando um sorriso.
- E seu pai heim, você acha que ele ia gostar disso? - Perguntei olhando pra ela, que continuou com a mesma expressão.
- Só conversar não tem nada demais mamãe. - Ah aquela inocência de criança era bom demais. Era pura. Eu suspirei.
- Olha eu vou, mas você não vai contar pra ninguém, nem pro papai, muito menos pro vovô. - A fiz prometer.
- Tá, eu prometo mamãe, agora vai se arrumar.

Eu levantei, tomei banho e me vesti com um vestido azul marinho bem justo que me favorecia bastante. Coloquei um salto não muito alto, preto que combinava com a bolsa e me sentei pra fazer uma maquiagem, meu telefone tocou e Alycia o atendeu.

- Não ta pronta não tio. - Eu já tinha percebido que isso era automático nela. - Ta passando aquelas coisas na cara. - Ela riu e ele provavelmente riu também. - Tá vou avisar a ela. - E desligou o celular.
- Mamãe, Tio Mica tá ai na frente te esperando. - Falou sorrindo e eu me levantei.
- Olha eu já vou indo, você deita ai pra dormir que eu não vou demorar muito tá. - Ela se deitou e eu a cobri, dei um beijinho na testa dela e a vi fechar os olhos, fica com Deus meu amor, mamãe te ama muito.
- Eu também te amo mamãe - Ela sussurrou e eu então desci. Fechei a porta e estava descendo as escadas, quando cheguei lá em baixo dei de cara com meu pai sentado na sala.
- Onde você vai? - Me perguntou sem se virar.

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