Reviravolta - Capitulo 62

Esperei por alguns minutos depois de desligar o telefone, estava preocupada com o que tinha acontecido com Micael, meus amigos falavam comigo e eu nem prestava muita atenção. Estava sentada no sofá com o telefone na mão, esperando sei lá, uma mensagem.
- Hey Sophia, acorda! - Chay estalou os dedos na minha frente.

- Ai que susto. - Coloquei a mão no peito.
- A gente tá falando e você ta ignorando. - Lua justificou.
- Eu estou preocupada gente, só isso. - Dei de ombros. Me levantei e fui até a varanda onde fiquei olhando todos os carros que passaram na esperança de ser ele. E pra minha surpresa, senti alguém chegando. Pensei que fosse uma das meninas, mas quando parou ao meu lado eu vi que era o Mauricio.
- O que você quer aqui? - Falei séria e sem paciência.
- Baixa a guarda, por favor. Vamos conversar! - Falou com a voz calma e baixa, eu coloquei mechas do meu cabelo atras da orelha esperando que ele falasse alguma coisa. - Você nunca vai me perdoar?
- Por mim eu nunca mais olhava na sua cara. - Ele arregalou os olhos com a resposta rude que eu dei.
- Sophia, não é pra tanto, já se passaram cinco anos. - Ele parecia nervoso agora. - Por que você não esquece o que passou?
- Porque quem sofreu fui eu. Quem perdeu o noivo e a melhor amiga fui eu também. - Disse com certa agressividade. - E eu nunca, mesmo se tivesse cem vidas, perdoaria vocês dois.
- Não faz assim, - Se aproximou de mim, ao mesmo tempo que eu dei um passo pra trás. - Você sabe que eu me arrependi.
- Não me importa seu arrependimento. - Falei olhando em seus olhos. - Você fez a sua escolha, trocou o certo pelo duvidoso. Aproveite agora.
- Sophia... - Ele ia começar a falar, mas no portão apareceu Micael e ficou olhando pra nós dois sozinhos ali na varanda.
- Micael! - Eu o olhei, ele estava estranhando aquela situação, mas não falou nada.
- Ah, esse que é o cara? - Mauricio falou debochando.
- Faz um favor pra mim. - Ele me olhou com alguma esperança. - Cala a boca Mauricio. - Ele murchou na hora, me deu vontade de rir. Eu então me afastei dele e fui abrir o portão pra falar com Micael.
- Ei, o que aconteceu? - Nós nos afastamos da entrada.
- Quem era o cara? - Perguntou assim que entramos no carro. - Pareciam íntimos. - Rolei os olhos.
- Não somos íntimos. - Bufei - É o Mauricio, lembra dele? - Falei seu nome com desdem.
- Seu ex? - Ele arregalou os olhos antes de arrancar com o carro - O que estava fazendo na casa dele?
- Essa não é a casa dele. - Eu revirei os olhos. - E eu pensei que você queria conversar sobre algo que estava te incomodando.
- E era, mais aquela cena ali me incomodou muito mais. - Eu ri, ele tentou segurar, mas acabou rindo também.
- Ciumes da ex Senhor Borges? - Ele riu mais ainda.
- Fazer o que se a ex ainda perturba minha mente? - Ele parou de rir e então arrancou. Eu fiquei super sem graça ali.
- Esqueci de me despedir das meninas! - Lembrei olhando pra casa que agora ficava cada vez mais distante.
- Seu ex avisa elas, seja lá quem forem. - Ele deu de ombros.
- Lua e Mel. - Respondi olhando pra frente.
- Ah sim, me lembro delas. - Terminou a frase e o silencio reinou entre nós. Ele dirigia sabe-se lá pra onde e eu estava agoniada já.
- Onde estamos indo? - Perguntei e por um momento ele olhou pra mim, logo depois voltando a se concentrar na estrada.
- Na pracinha que tem logo ali. - Ele deu de ombros e eu fiquei olhando a paisagem passar. Quando ele finalmente parou o carro eu não fiz questão de sair, nem ele. Apenas ficamos nos olhando.
- O que tinha de tão urgente pra falar? - Perguntei o olhando curiosa.
- Resolvi aquele problema! - Sorriu pra mim.
- Fez o quê? - Levantei uma sobrancelha pra ele. - Porque se não matou ela, não resolveu o meu problema. - Eu disse e ele arregalou os olhos, em seguida eu ri.
-  Ai que horror. - Ele botou a mão no peito e depois riu também.
- Estava brincando, mas não seria ruim. Não suporto aquela mulher. - Revirei os olhos.
- Eu terminei com ela... - Ele falou olhando pra baixo e eu não escondi o sorriso.
- Quando você saiu de lá eu achei que ela fosse te enrolar outra vez. - Ri e ele bufou.
- Eu não sou idiota Sophia. - Eu revirei os olhos.
- Se eu não falasse pra você que meu pai estava pagando seu casamento, você estaria casado. - Ele abaixou a cabeça por um instante.
- Tinha certas coisas que eu não fazia questão de ver, mas eu já resolvi...

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