Reviravolta - Capitulo 65

Quando entrei não tinha ninguém na sala. Olhei no celular e era tarde. Subi correndo e no meu quarto eu encontrei minha filha dormindo tranquilamente na minha cama e só então percebi que estava prendendo a respiração. Peguei um pijama e fui tomar um banho, precisava relaxar. Muito estresse num só dia. Quando voltei para cama, Alycia estava acordada.

- Hey princesa, está acordada por quê? – Perguntei indo me deitar ao seu lado.
- Ouvi barulho do chuveiro. – Ela deitou a cabecinha no meu peito. – Demorou mamãe.
- Mas já voltei. Dorme amor, está tarde. – Dei um beijinho no topo da sua cabeça e então a abracei para dormimos.
No dia seguinte acordei com o sol vindo da janela bem na minha cara. Ao me remexer eu acordei Alycia, mas ela simplesmente virou para o lado e continuou a dormir. Eu ri, me levantei e fui tomar banho, e fazer minhas higienes. Quando desci, tive a surpresa de ver na sala Diego e Larissa, conversando animadamente com o meu pai.
- Gente, visita tão cedo. – Eu olhei para os dois sorrindo. Lary veio me dar um abraço e Diego ficou meio de longe olhando.
- Sabe Sophia, esse rapaz é um ótimo pretendente para você casar – Meu pai disse, deixando a mim e ao Diego sem graça.
- Era né pai, mas ele terminou comigo. – Dei de ombros. O rosto de Diego era sério.
- Você fica atrás daquele marginal. – Meu pai falou e antes que começasse uma discussão eu sai dali e fui para mesa do café. Fui seguida por Larissa.
- Meu pai é tão irritante. – Eu disse enquanto passava requeijão no pão com raiva.
- Não sei porque você mora aqui, deveria se mudar. Você tem uma profissão. – Ela deu de ombros, se servindo de um pouco de leite com café.
- Eu vou sair, mas tem que ser com calma para ele não surtar. – Eu revirei os olhos. - Deixa tudo calmo, pelo menos até a festa da Alycia.
- Falta uma semana para festa da Alycia, Sophia. Segunda já é aniversário dela. – Larissa sorriu.
- Eu sei a data do aniversário dela Lary. – Falei fria e ela nem me respondeu.
- Nem tivemos tempo para conversar, menina, agora entendi porque você é tão louca nesse Micael hein. – Ela falou rindo e eu mordi meu pão.
- Por quê? – Perguntei na dúvida.
- Porque ele é um gato, meus Deus Sophia, que sorte hein. – Eu ri do entusiasmo dela e então completei.
- Eu sempre te disse isso. – Dei de ombros.
- Ver com seus próprios olhos é completamente diferente né. – Ela continuou rindo.
- Escuta. – Comecei a mudar de assunto. – Por que toda vez que o Diego vem aqui, você vem junto? – Perguntei cismada e ela tossiu, meio que engasgada.
- Como assim? – Se fez de desentendida.
- Nem ele vem sozinho, nem você vem sozinha. Estão sempre juntos. – Ela ficou sem graça e passou a mão pelo cabelo.
- Ah deve ser coincidência. – Disfarçou bebendo seu café.
- Larissa, não mente para mim. – Disse séria.
- Sophia, é complicado. Nós viramos amigos ué, tipo, melhores amigos – Ela rolou os olhos e eu achei melhor deixar aquela história para lá, não queria brigar com eles, não antes da festa da Alycia.
- Vou ver se Alycia acordou. – Sai da mesa sem hesitar e subi as escadas sem olhar para os dois sentados no sofá provavelmente falando mal de mim.
Cheguei lá em cima e ela estava acordada, mas ainda estava deitada. Me aproximei e beijei sua testa.
- Ei, vamos levantar? – Falei sorrindo e ela virou o rosto para mim. - Que foi Alycia?
- Está doendo, mamãe. – Ela botou a mão na barriguinha.
- Está dodói, vem vamos tomar banho e tomar café, se não melhor mamãe leva você ao médico. – Ela então arregalou os olhos, assustada.
- Medico não. – Começou a chorar.
- Mas como fica manhosa quando está dodói. – Peguei ela no colo e levei para o banheiro. Tem banho nela, depois escovei seus dentes. Enrolada na toalha fomos para o quarto escolher a roupinha dela. Ela estava mole. - Se anima filha, o papai e a dindinha estão lá em baixo para te ver. – Ela não esboçou reação, ficou deitada no meu ombro. Desci as escadas com ela assim e quando cheguei lá que o Diego ia pegar ela no colo ela não quis ir.
- Filha, vem com o papai. – Ela só balançou a cabeça. - O que aconteceu com ela Sophia? – Me olhou como se eu tivesse culpa.
- Está com dor na barriga. – Falei e levei ela para mesa do café, ela ficou sentada no meu colo, e eu dei na mão dela um bisnaguinha. Ela mordiscou e não comeu. – Filha, você tem que comer alguma coisa.
- Eu não quero mamãe. – Ela colocou o pão na mesa e voltou a deitar a cabeça no meu peito.
- Vamos levar ela no hospital. – Meu pai estava desesperado. – Ela não está bem.
- Não quero ir. – Ela disse abafada no meu corpo.
- Filha, é para ficar boa logo. – Argumente.
- Sophia, ela não tem que querer. – Diego falou também preocupado.
- Não exagerem gente, é só uma dor na barriga. – Eu falei, mas me levantei com ela. – Quem vai levar a gente?

- Eu levo. – Meu pai foi o primeiro a falar, pegou a chave do carro no bolso e saiu andando. Eu peguei minha bolsa que estava na sala e fui atrás dele com Alycia resmungando até chegarmos no hospital. 

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