Reviravolta - Capitulo 67 Bônus

- Micael? – Eu me virei Sophia ficou de pé ao meu lado. Os outros ficaram sentado, mas tenho certeza que prestando atenção no que acontecia.
- Oi, Marcos. – Nós também nunca nos damos lá muito bem, ele não aprovava o fato da filha dele dormir comigo, não antes de casar. Ele deve ter nascido em 1900.

- Por que não está com a minha filha? – Ele falou bravo e eu franzi os olhos.
- Você não conversou com ela? – Perguntei confuso.
- Conversei, ela disse que você estava ocupado no trabalho, mas logo voltaria. – Ele deu de ombros. – Mas aí venho beber agua e encontro você aqui, com outra mulher e com uma criança no colo. – Falou com raiva. Olhei Sophia e ela estava séria, provavelmente esperando a minha resposta.
- Olha, eu terminei com a Manuella ontem. E não estou com uma criança no colo, estou com a minha filha no colo. – Falei firme e ele me olhou espantado.
- Você tem uma filha? – Falou alto e Alycia se remexeu.
- Tenho sim, tive antes de conhecer a Manuella. – Olhei pra Sophia e sorri. – Mas eu não sabia, descobri tem quase dois meses.
- Isso é um absurdo. – Ele ainda falava alto. – Você largou minha filha a beira do altar só porque ela perdeu o bebê?
- Sua filha não perdeu o bebê, ela abortou. Ela fez de propósito... – Aquele assunto mexia com meu psicológico ainda. Sophia me olhou confusa. – Depois eu te explico. – Sussurrei e ela assentiu.
- Minha filha não faria isso. – Ele agora falou mais baixo. – Ela é um amor de menina.
- Sua filha não vale nada, é uma mentirosa e trapaceira. Abre os olhos. – Sophia finalmente se manifestou. Marcos arregalou os olhos, estava sem reação.
- Olha Micael – Ele ignorou Sophia. – Eu entreguei minha filha a você e você na primeira oportunidade deixa ela sozinha? – Ele parecia indignado. – Por isso sempre fui contra dela entregar a pureza para você. – E então eu ri.
- Sua filha não entregou a pureza para mim. – Ele arregalou os olhos outra vez.
- O que quer dizer com isso rapaz. – Ele estava realmente ficando aborrecido.
- Sua filha não era mais virgem quando eu comecei a namorar com ela. – Rolei os olhos, Sophia soltou um sorriso.
- Ora, pare de falar asneiras. – Se alterou de novo.
- Fala baixo, minha filha está doente. – Fiz carinho nela, com a mão livre. – Sugiro que não acredite cegamente na sua filha, ela mente. Agora vai lá cuidar dela. Porque estão chamando a minha filha, tenho que ir. – Falei enquanto ouvia uma voz feminina chamar Alycia Sampaio Abrahão.
- Vamos Micael. – Sophia me chamou, se dirigindo a uma porta. Eu fui com ela.
- Lamento senhores, mas só um responsável pode entrar com a menina. – A enfermeira falou. Eu olhei pra Sophia e tentei passar nossa filha para ela, mas Alycia estava se segurando.
- Quero ficar aqui. – Ela disse ainda dengosa.
- A enfermeira rolou os olhos e permitiu a nossa entrada, tenho certeza de que aqueles dois estavam se roendo de raiva, mas não olhei para trás para confirmar. Entramos no consultou e a Sophia explicou o que aconteceu. O médico passou alguns exames e a enfermeira logo se prontificou a fazê-los. Hospital particular é outra coisa. Alycia fez um escândalo para tirar sangue, mas não tinha jeito.
Voltamos para sala de espera, agora tínhamos que esperar o resultado de todos aqueles exames ficarem prontos.
- E aí? O que ela tem? – Renato se levantou assim que viu a gente sair. Tenho que assumir que a figura do Renato preocupado de verdade era assustadora.
- Ainda não sabemos, só fizemos os exames. – Eu respondi antes da Sophia. Renato me olhou, mas não falou nada. Alycia ainda estava amuada no meu colo. Agora ainda mais, depois que tirou sangue.
- Ela parece mais abatida. – Larissa falou para gente.
- É que fizemos exame de sangue. Aí ela ficou assim. – Ela então se levantou e deu um beijinho na testa da afilhada.
- Fica assim não meu bebê, daqui a pouco passa. – Alycia não respondeu, continuou deitada.

Nós nos sentamos e então eu cochichei pra Sophia.
- Você viu? – Ela me olhou confusa.
- O quê? – Perguntou com um olhar estranho.
- Quando saímos do consultório, Diego e Larissa estavam de mãos dadas. Eles soltaram bem rápido. Só achei estranho. – Dei de ombros e vi sua expressão mudar para raiva.
- Melhor não comentarmos sobre isso, não é o momento. – Ela falou entredentes.
- Ok, desculpa então. – Parei de falar procurando um assunto, para não ficarmos nesse clima ruim. – Por que o nome da Alycia é igual ao seu?
- Que pergunta é essa Micael? Ela é minha filha! – Ela falou sem entender.
- Ela só tem o seu nome? – E então ela finalmente entendeu o que eu quis dizer.
- Ah sim, ela não tem pai. – Ela falou e então se corrigiu. – Não na certidão?
- Por quê? – Perguntei confusa. – Aquele mane vive dizendo que é pai, teve quatro anos e não registrou ela? – As coisas não se encaixavam.
- Eu nunca deixei. – Dei de ombros. – Eu achava que ia ser demais. – E então eu sorri.


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