Amor Demais - Capítulo 9

Eu estava ouvido a conversa animada delas desde que tinham me deixado sozinho naquela maldita mesa. Era sobre a viagem da Sophia e me irritava saber que ela tinha se divertido tanto enquanto eu sofria por ela aqui. E quando começaram a falar de namorados que ele teve e como o cara era o homem da vida dela, aquilo me irritou demais e eu saí.

- O que aconteceu com você? – Ouvi a voz de Jéssica vinda de trás.

- Antes ou depois de me deixar sozinho naquela mesa pra se juntar a minha ex? – Falei irritado.

- Você estava de bico desde que a Sophia saiu com a Laura. Eu não sou obrigada a aturar mau humor. – Ela parecia com raiva também.

- Eu odeio o fato de você se dar bem com a Sophia. – Esbravejei e eu vi seus olhos se arregalarem.

- Pelo amor de Deus, para de infantilidade. – Estava irritada. – Ficou irritado porque a Sophia estava falando daquele cara lá que ela namorou.

- Não, claro que não. Por mim ela namora quem quiser. – Me defendi e passei as mãos pelo cabelo.

-Você mente muito mal. – Ela riu, debochando. – É melhor você se entender logo com essa mulher, não quero ficar fazendo papel de boba Micael.

- Você não está. – Eu disse e ela não acreditou.

- Então pare de dar ataque de ciúme na frente de todo mundo. – Me encarou – Vamos voltar pra lá, você vai puxar sua cadeirinha e participar da conversa.

- Da conversa de quão belos são os homens de Nova Iorque? Dispenso. – Bufei.

- Qualquer conversa que estiver acontecendo naquela mesa. – Ordenou, segurou minha mão e foi me puxando pra dentro. Fui, relutante, mas fui.

- Eita que a minha mãe conseguiu um milagre. – Laura disse e fez todos rirem.

- E não foi fácil. – Ela concordou rindo.

- E o assunto vai ser realmente eu? – Olhei para meus amigos. – Lua e Arthur não vão se juntar a gente não? – Perguntei.

- Lua e Arthur não param um segundo, estão atarefados.  – Sophia me respondeu docemente e eu resolvi implicar.

- Igual no aniversario de seis anos da Laura né amor? – Ri – A gente não parou um minuto.

- Micael, todo mundo sabe o que você tá tentando fazer. – Sophia respondeu fria. – Não estraga o clima, se for pra fazer isso é melhor que fique na sua mesa sozinho.

- Ih, maluca. – Rolei os olhos. – Estou só tentando tirar o foco de mim.

- Aham, deve ser.

- Realmente as crianças tem que brigar sempre que estão perto um do outro? – Mel nos chamou atenção.

- Ninguém aqui está brigando. – Micael disse e eu rolei os olhos.

- Ah, claro que não. – Ela riu.

- É difícil ter uma conversa decente com esse poço de ignorância. – Falei com raiva.

- Você me ofende e ainda quer ter uma conversa decente. – Debochou e eu bufei.

- Eu devia ter visto antes o qual ignorante você é. – Fechei a cara e comecei a comer. Algumas conversas isoladas aconteceram na mesa até que um homem de terno e muito bonito se aproximou da nossa mesa.

- Com licença. – Todos o olhamos, mas ele ficou me encarando. – Você é Sophia Abrahão?

- Sim – Respondi sem graça – Por quê?

- É que eu estive em um desfile seu no ano passado, tentei ir no camarim falar com você e tudo quando soube que era brasileira, mas fui barrado pelos seguranças. – Ele fez cara de triste no final e eu sorri.

- Que pena, hein! – A boa educação me fez ficar sorrindo pra ele. Vi Micael bufar e revirar os olhos. – Um incrível coincidência nós nos encontrarmos aqui.

- Pois é, uma maravilhosa coincidência. – Ele sorriu maliciosamente, deixando clara as suas intenções.

- Cara, se você quer dar em cima dela, faz isso no privado, não sou obrigado a assistir. – Micael falou cortando o rapaz.

- Micael! – Eu repreendi e ele respirou fundo. Voltei a olhar o rapaz e ele estava completamente sem graça.

- Me liga qualquer dia. – Ele estendeu um cartão e eu peguei, fiquei observando se afastar e sorri.

- Aê Sophia, arrasando corações. – Mel disse rindo e eu mandei língua.

- Completamente normal isso. – Gesticulei pro cartão. – No geral os homens só querem dizer que saíram com uma modelo famosa.

- Imagino como não deve ter sido nos Estados Unidos. – Micael sussurrou e eu rolei os olhos.

- Fala alto, Micael. – O encarei. – Se tem alguma coisa pra dizer, acho que devia falar logo.

- Tô aqui imaginando com quantos você foi pra cama em três anos. – Ele falou completamente sem pudor e eu abri a boca em reprovação.