Amor Demais - Capítulo 3

- O que vamos fazer aqui? – Perguntei a Lua.
- Vamos deixar a Clara lá na parte de recreação para crianças e vamos para o cinema. – Respondeu com naturalidade.

- Esse lugar é confiável? – Perguntei receosa.
- Sim, sempre a deixamos lá. – Deu de ombros. – Ela prefere ficar correndo e brincando na piscina de bolinha com as outras crianças do que sentada numa sala de cinema. – Ela riu e eu a acompanhei. Estava sem graça de dizer que também não estava a fim de ficar sentada numa sala de cinema, mas me contive.
Chegamos ao quarto andar e eles foram pagar às três horas pra Clara brincar. Eu estava um pouco afastada deles, escorada olhando para baixo quando tomei um susto, uma criança veio correndo até mim e me abraçou pela cintura, não pude ver ser rosto e não vi ninguém a procurando, deveria estar perdida.
- Mãe. – Ela falou chorando. Eu tentar olhar seu rosto, mas não conseguia, ela tinha me agarrado mesmo e então eu a abracei de volta.
Uma mulher baixa de cabelos pretos e corpo escultural apareceu perto da gente, chamando a menina, ela não se parecia nem um pouco com a criança loira que estava ainda agarrada em mim, mas eu não falei nada.
- Laura, minha filha vem, larga a moça. – Ela tinha uma voz doce, parecia amar muito a menina, mas eu tremi quando ela a chamou de Laura. Olhei pra mulher e ela me sussurrou um pedido de desculpas silencioso. Ela segurou um braço da Laura e a puxou, ela olhou nos meus olhos, tinha belíssimos olhos azuis e eu então pude ter certeza que ela a minha Laura. Abaixei-me e a agarrei, seus braços agora estavam em meu pescoço e eu podia a sentir chorando em meu ombro. A mulher ali parada não entendia nada.
- Filha, você tá tão linda. – Eu disse quando nós nos afastamos um pouco, eu enxuguei seu rostinho com a minha mão.
- Não acredito que é você! – Ela disse sorrindo.
- Eu achei que você não ia me reconhecer! – Revelei com um suspiro.
- Você que não me conheceu. – Riu com um sorriso sapeca.
- Filha, vamos. – Aquela mulher ainda a chamava. – Seu pai deve estar procurando a gente.
- Ela não é sua filha! – Me levantei e a olhei nos olhos.
- Quem a criou fui eu! – Ela falou arrogantemente.
- Hey, as duas são minhas mães. – Laura levantou a mão em novo meio.  – Não briguem.
- Sophia, o que está fazendo aí, estávamos te procurando! – Lua veio caminhando em nossa direção com Arthur, Chay e Mel.
- Didinha! – Laura foi dar um abraço em Lua.
- Meu amor. – Ela se abaixou pra ficar de seu tamanho. – Quanto tempo!
- Só existe dindinha? – Chay reclamou e ela foi abraçar os outros também.
Eu assistia aquela cena com um sorriso no rosto, não esperava encontrar minha filha hoje e me surpreendeu o fato dela ter me reconhecido assim de longe. Ela tinha voltado pra perto de mim e agora eu estava abraçada com a minha menina de novo. Até que meu sorriso se fechou ao ouvir uma voz que seria impossível não reconhecer de perto ou de longe.
- Que bagunça é essa aqui? – Ele falou rindo com os meninos. – Acharam minha filha foi? – Seu sorriso se fechou na hora assim que seus olhos se encontraram com os meus.
- Laura, vem aqui! – Ele disse firme e eu a senti estremecer e com medo ela me olhou uma ultima vez e foi pra perto dele. – Vamos embora. – Olhou pra esposa e para os amigos, e por ultimo pra mim antes de se virar.
- Ô Micael, deixa de ser criança. – Chay chamou e ele se virou.
- O quê? – Tinha uma sobrancelha arqueada.
- Para de ser bobão, porra. – Ele reforçou.  – Tem três anos que a Sophia não vê a menina e você simplesmente faz isso?
- Tem três anos por que mesmo? – Ele disse num tom de desprezo. – Ah, porque ela quis ir embora pra outro continente.
- Foi por trabalho, você sabe disso. – Minha voz era baixa e ele direcionou mais um olhar de ódio pra mim.

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