Inevitável - Capítulo 152 - Últimos Capítulos

- Hahaha. – Eu rolei os olhos. – Não quero falar sobre isso.
- Ah, para. Quero saber desse fato histórico. – Voltou a morder sua maçã.

- Eu passei desde manhã até de madrugada preso, mas não cheguei a dormir lá. – Falei e dei de ombros, me soltando da Sophia e indo pegar uma colher pra comer um pouco do brigadeiro.
- E foi preso por quê? – Ele estava super curioso, talvez saber que seu pai nunca tinha sido um exemplo o deixava mais feliz, mais parecido com ele.
- Quer mesmo saber disso? – Ele assentiu e eu olhei pra Sophia. – Tá vendo no que dá você falar demais? – Ela riu e deu de ombros. – Eu quase matei a sua mãe. – Ele arregalou os olhos, surpreso.
- É sério isso? – Eu só assenti. – Eu sabia que vocês tinham historia, mas toda hora eu me surpreendo.
- Acho melhor a gente parar com o assunto, senão vou começar a dizer que a sua mãe é uma vagabunda e a Sophia não vai gostar.
- Mas o que ela fez? – Insistiu no assunto.
- Isso faz anos, Felipe. – Disse e peguei mais uma colher de brigadeiro.
- Mas o senhor deve lembrar. – Ergueu uma sobrancelha.
- Não lembro, sua mãe infernizou muito a gente no começo. – Dei de ombros. – Acho que foi num dia em que fui buscar a Sophia la na casa da sua vó.
- É, acho que a gente tinha se separado por alguma mentira dela ou coisa do tipo. – Sophia completou. – Eu estava voltando pra casa, já estava gravida da Emily.
- Ai ela apareceu falando besteiras e eu perdi a cabeça.
- Que besteiras? – Perguntou empolgado.
- Sobre você, ela disse que te amava... – Eu falei isso com duvida, mas sabia que tinha sido exatamente esse o motivo daquela briga horrível.
- Ué, mas o que tem demais nisso? Ela é minha mãe. – Ele deu de ombros, despreocupado.
- Ela não vale nada, ela fingiu a morte dela e abandonou nós dois, depois ela volta e joga na minha cara que você não é meu filho, inventa um monte de mentiras, manipula todo mundo...
- Micael, você está falando da mãe dele. – Sophia me interrompeu e eu suspirei.
- Tá tudo bem tia, são as magoas dele, não tem como esquecer. – Ele sorriu e logo em seguida deu outra mordida na maça.
- Até o Felipe entende isso. – Bufei pra ela. – Todos nós temos motivos de sobra pra ter ódio daquela mulher, mas parece que só eu me lembro disso.
- Não é isso amor, acontece que o Felipe era só uma criança quando tudo aconteceu e eu escolhi deixar tudo isso pra trás. Eu já disse que você também deveria.
- Não vou deixar nada pra trás. Tudo faz parte de quem eu sou. – Disse com a voz mais calma que pude e mergulhei a colher no brigadeiro novamente.
- Sabia que eu fiz isso pras suas filhas? – Ela colocou as mãos na cintura e eu arregalei os olhos.
- Quer dizer que só porque não sou uma menininha eu não mereço? Que absurdo, mulher!
- Faz um drama como ninguém hein. – Eu me aproximei e agarrei-a pra um beijo. Ouvimos a campainha tocar.
- Não precisam se incomodar, eu abro. – Felipe disse saindo correndo da cozinha. – Oi, mãe. – O ouvi dizer e larguei a Sophia na hora.
- Ela veio trazer as meninas. – Segurou em meu ombro e me deu outro beijo.
- Maiara! – A voz de Felipe foi mais forte e eu sabia que ela tinha ido agarra-lo.
- Cadê seu pai? – Luiza falou e eu suspirei, me separando da Sophia.
- Tão se agarrando na cozinha. – Tinha um tom de nojo em sua voz. Nós demos as mãos e fomos pra sala. – Olha, não estão mais. – Ele debochou e riu. Estava com a irmã no colo e abraçava a outra.
- Oi, Daniel. – Eu disse para o menino tímido perto da mãe. – Vem falar com a tia, amor.
- Oi, tia. – Ele se aproximou e eu o abracei.
- E ai, moleque. – Estendi a mão e baguncei seu cabelo. Senti meu telefone tocar e atendi sem ver quem era antes.
- Alô?
- E ai, viado. – A voz de Marlon me fez olhar direto pra Luiza e aquele idiota.
- Que milagre é esse que tá me ligando? – Todos na sala me olhavam, prestando atenção na minha conversa.
- Papai me contou que Felipe saiu, estou indo até ai pra falar com ele.
- Agora? – Cocei o rosto. Quando Lucas, Luiza e Marlon estavam no mesmo ambiente, a briga era certa.
- Sim, ue. Algum problema? Não esta em casa? – Perguntou desconfiado.
- Estou, é só que tem um pessoal aqui. – Tentei ser sutil.
- Não me importo Micael. Já estou quase chegando. Até mais. – Ele desligou a ligação e eu fiquei parado olhando meu telefone.
- Quem era? – Sophia perguntou e eu voltei a terra.
- Marlon, ele está vindo pra cá. – Eu mal tinha terminado a frase e Sophia já estava encarando a irmã.

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