Inevitável - Capitulo 150 - Últimos Capítulos

- Não estou, ele ficou com raiva desde que comecei a ter um relacionamento decente com o Lucas. Desde então ele começou a me tratar diferente. – Ele desabafou.
- Felipe, seu pai tem ciúme da sua relação com o Lucas, isso não significa que ele não te ame mais.

- Ele não deveria se importar porque eu quis passar um ou dois finais de semana com ele e minha mãe.
- Você sabe a historia do seu pai com aquele homem, você sabe tudo o que a sua mãe fez ele passar, não pode julgar seu pai por causa disso. Ele ama você.
- Ás vezes não parece que ama.
- Olha, eu sei o quão cabeça dura seu pai sabe ser, mas ficar debatendo e chamando ele de Micael não adianta.
- Tia...
- Não tem mais tia, você deveria ir pedir desculpas para o seu pai. Afinal, o “papai” que você tanto ama não se deu nem ao trabalho de perguntar se você já tinha saído ou se estava bem.
- Eu gosto do Lucas, não amo ele tia. – Rolou os olhos. – A senhora sabe muito bem que pra mim meus pais são vocês dois. – Meu olhos se encheram de lagrimas.
- Acho que já tá na hora dessa birra de vocês dois acabar. – Ele suspirou. – Só vai acabar quando um dos dois finalmente ceder.
- E tem que ser eu? – Perguntou desanimado. – Tia, não quero chegar lá e me abrir pra ele me tratar do jeito que tem tratado.
- Se você não o atacar, ele não vai te atacar né Felipe. Só pede desculpas.
- Mas ele tem raiva de mim.
- Não, ele tá decepcionado com você. Você ficou indo pra casa do Lucas, se misturando com aqueles meninos mesmo quando ele disse que seria melhor não fazer. Felipe, você saiu de casa, você matou ele por dentro quando fez isso.
- Não tinha a intenção de fazer nada disso. Eu só queria irrita-lo da mesma forma como ele estava me irritando.
- Você ao usar o Lucas, você pegou num ponto fraco, uma ferida que nunca fecha.
- Tudo bem, eu falar com ele sim. – Suspirou e se virou pra escada. – Vou lá pedir desculpas.
Fiquei observando ele com um aperto no peito e uma esperança de que finalmente eles pudessem se entender.
Micael narrando.
Eu sentia raiva de tudo, vontade de quebrar todo o quarto e de sumir depois. Eu sei que não sou uma pessoa fácil de lidar, mas eu sempre quis o melhor pra aquele ingrato. Vê-lo me chamar de Micael acaba comigo e ele sabe disso, mas não sei o que fazer pra nossa relação ser o que já foi um dia.
Cheguei em casa e subi direto pro quarto, não estava muito bom pra conversa e se eu ficasse lá, ia acabar brigando com a Sophia também.
Peguei meu celular, fones de ouvido, tirei a camisa e deitei na cama de olhos fechados. Coloquei uma musica bem alta e tentei fugir dos meus pensamentos. Funcionou por um tempo, até que senti alguém mexendo no meu pé e abri os olhos, no susto.
- Pai? – Eu foquei em Felipe meio sem graça no pé da cama. – Pai?
- Oi... – Cocei os olhos e me sentei, tirando os fones.
- Podemos conversar? – Perguntou inseguro e eu neguei com a cabeça.
- Não.
- Por que não? – Franziu a testa e eu respirei fundo.
- Porque todas as vezes que eu tentei conversar com você, você não tinha tempo ou não queria conversar comigo. Agora é a minha vez. – Dei de ombros e desbloqueei a tela do celular fingindo prestar atenção no celular, ouvi seu suspiro.
- Peço desculpas por isso. – Falou baixo.
- É muito fácil pedir desculpas, Felipe.
- Não é não. Olha, eu sei que o senhor esta chateado e com raiva de mim. Sei que fiz muitas besteiras e a maioria delas foi pra te irritar, mas pai, eu tive uma noite horrível pra refletir sobre meus erros.
- Não tenho raiva de você, estou triste com você. – Eu o encarei.
- Sei disso, pai.
- Quer dizer que agora eu sou seu pai? – Ergui uma sobrancelha.
- O senhor sabe muito bem que você e a tia Soph é que são meus pais. Eu cresci com vocês.
- Eu sempre soube disso, quem esqueceu foi você né. – Felipe chegou mais perto e se sentou na cama.
- Pai, por favor, eu quero ficar bem com o senhor.

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