Amor Demais - Capítulo 4

- Não ameniza o fato de você ter deixado sua filha pequena. – Cuspiu aquelas palavras e estava me deixando enjoada.

- Você tem esse ódio todo não por ela, por você. – Falei arrogantemente. – Você que nunca superou o fato de eu querer trabalhar.
- Parem de brigar vocês dois. Eu já sou grande, já se passaram anos e vocês vão ficar nessa? – Laura nos chamou atenção.
- Sua mãe foi embora, eu e Jessica cuidamos de você esse tempo todo e você ainda defende ela? – Micael tentava agora botar Laura contra mim.
- Eu amo a minha mãe Jessica, pai. – Ela revirou os olhos e eu fiz barulho de nojo. – Mas minha mãe teve motivos pra ir embora, ela foi trabalhar ser independente, ela não esta errada!
- Mesmo que isso signifique largar a nossa família? – Eu sabia que por trás daquele Micael brigão tinha um louco pra me perdoar.
- Você que fez isso, você que me chantageou. – Nós agora estávamos alterados e algumas pessoas já paravam em volta pra assistir a confusão.
- Eu pensei que pelo menos assim você fosse ficar, porra. – Ele então perdeu toda a compostura e avançou pra perto de mim. Nossos amigos se colocaram na frente e impediram a sua passagem. – Vocês agora acham que eu vou bater nela?
- Você está muito nervoso, cara. – Arthur falou. – Vamos dar uma volta. – Ele foi, relutando, mas foi. Eu fiquei ali olhando aquelas pessoas e acabei me sentando no chão. Minha filha veio me abraçar.
- Fica assim não mãe, papai vai te perdoar. – Ela sussurrou no meu ouvido e eu sorri.
- Eu sempre amei você sabia? – Ela sorriu, assim que me largou. Eu vasculhei na minha bolsa, e peguei a única foto que eu tinha e guardava de nos três, a da maternidade e a entreguei. – Sempre que eu pensava em você eu ficava olhando essa foto. – Ela ainda sorria.
- Lá em casa não tem mais fotos suas. – Ela parecia triste. – Meu pai as escondeu.
- Seu pai jogou fora. – Jessica se meteu na nossa conversa.
- Você que pensa. – Ela riu. – estão todas escondidas dentro da pasta de documentos arquivados de casos antigos, eu peguei uma pra mim e tudo.
- Ele me disse que tinha se livrado delas. – Eu ri com sua cara de ódio. – Filha? – Laura se virou – agora você não vai mais querer ser minha filha? – Ela parecia bem triste e eu fiquei com pena.
- Claro que vou. – Laura respondeu com olhos arregalados. – Nada vai mudar entre a gente!



- Se acalma cara! – Arthur repetiu pela milésima vez.
- A desgraçada da Sophia está com a minha filha, não quero calma, só quero ir embora. – Disse ainda com raiva.
- Respeita a Sophia. – Chay me repreendeu e eu rolei os olhos.
- Queria saber se vocês me defendem assim quando ela fala de mim. – Soltei um sorriso imaginando o que ela falaria.
- Ela não fala de você, ela parece é ter medo de você. – Arthur disse e eu me espantei.
- Medo? Nunca nem encostei nela! – Falei indignado.
- Não esse tipo de medo, medo em relação à Laura. – Ele esclareceu e então minha raiva voltou.
- Esta certa. Eu não vou a deixar ver minha filha sempre que quiser não.
- Deixa de ser idiota, Micael. – Chay bufou. – Vai querer que ela entre na justiça, correndo risco de que você mesmo perca a guarda da menina?
- Eu sou advogado, não sou idiota, sei o que faço. – Disse com desdém.
- Tá, mas qual a necessidade disso? – Arthur perguntou.
- Não quero a Sophia perto da minha filha. – Falei com raiva.
- A menina já viu a mãe dela, vai querer conviver agora. Você tem que aceitar. – Ele falava devagar, tentando me acalmar.
- Eu nunca vou aceitar. – Disse baixo.
- Tem certeza que isso tudo é pela Laura? – Chay sorriu e eu vi vermelho de novo. – Não é simplesmente por você?
- Não é nada por mim! – Suspirei.
- Micael, você nunca superou a ida da Sophia pra Nova Iorque. – Chay rolou os olhos.
- Que droga, Chay. EU AMO AQUELA MULHER E NUNCA VOU PERDOAR. – Sai de perto pisando firme e espumando de ódio por ter confessado aquilo. Fui procurar pela minha filha e as encontrei no mesmo lugar. 

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