Amor Demais - Capítulo 6

- É O QUÊ? – Arregalei os olhos e ela sorriu.
- Eu sei, você nunca deixou de amar. – Ela deu de ombros.
- Você tem problemas, eu juro que tem. – Riu e me deu um selinho.

- Eu só não tento me iludir com algo que provavelmente não vai acontecer. Você vai ficar com ela de novo.
- Ah, para. Eu não quero ver aquela mulher de novo. – A raiva estava voltando. – Eu amo você, estamos juntos há quase dois anos.
- No momento em que você perdoar ela, acabou. – Me beijou de novo.
- Então por que você quer que eu a perdoe? – Estava confusa.
- Porque eu mereço um amor por inteiro, não quero você pela metade. – E nossa conversa acabou ali, eu a beijei e puxei pra cama. Nós fizemos amor intensamente e depois pegamos no sono. O Assunto estava encerrado.
Acordei com o sol nas minhas costas, estava queimando, já devia ser tarde. Não queria levantar, ficaria ali o dia inteiro se fosse preciso. Mas logicamente Lua não deixaria, ouvi batidas na porta e decidi que se ficasse quieta não iam querer me acordar. Até parece. Lua entrou no meu quarto como um furacão e eu soube que precisava de uma casa minha logo.
Clarinha veio atrás dela como se fosse uma sombra e lembrei-me de Laura naquela idade me seguindo até para o banheiro.
- Vamos acordar bonita! – Ela se sentou na cama e eu virei a cara.
- “Vamo coda ninita” – Clara repetiu e então eu virei de volta rindo.
- Ai, que coisa mais fofa. – Eu a puxei pra mais perto e a apertei.
- Ai, titia. – Resmungou e eu soltei. Lua ria.
- Vamos procurar o que fazer, nada de ficar o dia inteiro nessa cama. – Ela puxou minha coberta e eu suspirei.
- Ai, Lua. Vamos é procurar um apartamento que eu possa alugar. – Eu resmunguei a fazendo rir.
- Temos que colocar seu currículo em alguns lugares primeiro né bonita? – Ela colocou as mãos da cintura. – Não vai sair dessa casa até ter um emprego.
- Não sei se você sabe, mas a carreira de modelo nunca tem emprego fixo. Tem que esperar ter campanha. – Fechei os olhos novamente.
- Clarinha, pega um copo de agua pra mim, por favor. – Eu arregalei os olhos e vi a menina sair do quarto.
- Você não é louca de jogar em mim. - Disse alarmada.
- Então levanta dessa cama.
- Pior que minha mãe. – Levantei indo para o banheiro e ela sorriu vitoriosa.
Ao longo do dia nós fomos a algumas agências, me cadastrei em todas e eles pareciam gostar muito de mim. Estava exausta no final do dia, jogada em um sofá e Lua em outro. Clara brincava com alguma coisa no chão.
- Nossa não sabia que ser modelo cansava tanto. Prefiro a vida de dona de casa. – Ela riu com a própria brincadeira.
- Modelo desconhecida que é cansativo assim. – Eu ri também.
- Tu não é desconhecida, já fazia uns trabalhos aqui antes de ir. – Ela me olhou.
- Sim, eu sei. Mas agora é tudo diferente. – Fechei os olhos. – Queria ver a Laura sabia? – Disse assim que abri os olhos e vi Lua com sua filha abraçada.
- Eu imagino, mas logo vai poder vê-la. – Dei de ombros.
- Até parece. Micael me odeia, não vai querer que eu a veja de novo. E até que eu esbarre com ela por ai, só Deus sabe quando vou ver minha menina de novo.
Levantei e fui para o meu quarto, já estava cansada e aquele papo tinha me deixado ainda mais pra baixo. Acabei por cochilar.
Os dias voaram e completou um mês muito rápido. Eu tinha conseguido uma campanha de lingerie e já tinha tirado as fotos, eu estava só esperando ela ir para as ruas, eu tinha tentado ver Laura algumas vezes, mas sempre acabava em briga e eu não conseguia. Tinha alugado meu apartamento e já morava sozinha, era no mesmo prédio de Lua, então nunca estava realmente sozinha.
Hoje é a festa de cinco anos da Clara, Lua tinha feito Micael prometer que traria Laura. Ele sabia que eu estaria aqui, por isso, eu tinha medo de que ele resolvesse não aparecer com a menina. Estava me arrumando, vestia um vestido roxo escuro, contrastando com o tom claro de minha pele. Meus saltos cor de prata combinavam perfeitamente com minha bolsa e o cintinho que eu tinha escolhido como acessório para aquele dia.
Fiz minha maquiagem leve, já que era uma festa de criança e então eu soltei meus cabelos dos grampos, fazendo com que as pontas, agora cacheadas, caíssem livres por minhas costas.
Embora a festa fosse infantil, muita gente importante da empresa em que Arthur trabalhava estaria presente, por isso, foi exigido no convite, traje formal.
Olhei-me no espelho e me agradei com a visão, então fui para o salão onde a festa seria realizada.

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