Reviravolta - Capítulo 39

Eu juntei minhas coisas e em menos de uma hora já estava saindo do prédio. Despedi-me de todos os meus amigos, alguns que estavam ali desde meus tempos como faxineiro.
Doía deixar aquele lugar, não só pelo meu emprego, mas pela estória que eu tinha ali. Antes de sair, encontrei um amigo meu, o melhor desde então.
- Qual foi cara, o que ta fazendo com essa caixa na mão? – Perguntou parando e se apoiando na vassoura.
- Fui demitido. – Falei meio sem vontade de falar.
- Como assim mano. Você era um dos queridinhos do chefe. – Ele arregalou os olhos e me fez rir.
- E como as coisas mudam do dia pra noite Luiz. – Falei totalmente desanimado.
- Como que aconteceu isso? – Perguntava ainda sem acreditar.
- Do mesmo jeito que cheguei tão alto, cai. – Dei um sorriso de lado. – Lembra da Sophia? – Ergui uma sobrancelha.
- Claro, a sua “salvadora” – Fez sinal de aspas com os dedos e rindo, ele sempre me zoou com isso. – Como eu poderia esquecer.
- Haha – Fiz careta pra ele e suspirei – Ela resolveu aparecer.
- O QUÊ? – Falou ainda mais sem acreditar. Ele praticamente gritou.
- Isso mesmo. – Nós nos sentamos num banco ali ainda na recepção do hotel. – E adivinha de quem ela é filha? – Perguntei um pouco desanimado.
- Sei La, mano! – Ele respondeu dando de ombros.
- Do Renato. – Disse por fim meio desanimado, os olhos de Luiz se arregalaram eu o vi engolir em seco e dei um sorriso triste. – Acredite se quiser...
- E por causa disso você foi demitido? – Perguntou ainda em choque.
- Não. Fui demitido porque preciso lutar pela minha família. – Sorri, me lembrando da Alycia e do único abraço que ela me deu.
- Sua família? – Ergueu uma sobrancelha. – Como assim, o que a Manu tem a ver com essa historia?
- Esqueci de falar – Dessa vez eu tinha um largo sorriso nos lábios. – Eu tenho uma filha. A Sophia voltou com ela.
- Que isso meu parceiro, impossível! – Ele tossiu. – Que historia é essa... Quando sua vida se resolver você escreve um livro. – Disse rindo e me fazendo rir também e então ouvimos uma voz vinda de trás.
- Ainda está aqui?! – Eu levantei e me virei. Luiz segurou sua vassoura também de pé. – Pensei que tinha lhe dado uma ordem.
- Já estou saindo e que eu saiba me deu uma hora pra desocupar a sala. A mesma já está desocupada. – respondi secamente.
- Pois bem, pode se retirar daqui agora! – ele respondeu sendo altamente grosso, vi Luiz enrijece do meu lado e eu simplesmente dei as costas e sai. – E você volte ao trabalho logo. Quero que limpe a antiga sala dele e já. – Me virei e vi Luiz sem reação, voltei até onde eles estavam parados.
- Você deveria tratar seus empregados com mais respeito. – Falei e os dois olharam pra minha cara.
- Quem é você pra me dizer como eu falo com meus funcionários? – Tinha seu sorriso debochado no rosto.
- Sou o pai da sua neta. – Sorri de canto – E devo avisá-lo que estou indo na sua casa agora ver a minha filha. E eu acho muito bom você deixar, eu não estou com vontade de abrir um processo agora – Meu sorriso agora provavelmente se parecia com o dele - Pelo menos não agora. – Ressaltei.
- Você não pode entrar na minha casa, não sem a minha permissão. – Ele Se exaltou.
- Por isso estou comunicando. Não vou fazer nada que você não queira – Ergui a sobrancelha. – Caso diga não, serei obrigado a ir direto a um advogado. – Não dei tempo de ele responder e sai. Botei minha caixa no banco de trás e fui direto para casa da Sophia. Eu sabia muito bem que ele já teria avisado a todos daquela casa e provavelmente eu seria impedido de entrar e era isso o que eu queria. Ser impedido, assim entraria com uma ação e pelo menos a guarda compartilhada de Alycia eu teria.
Cheguei e toquei a campainha, pra minha surpresa foi a Sophia que atendeu.

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Hey pessoal, queremos bônus?

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