Quando entrei em casa naquela noite não encontrei
ninguém. Subi direto para meu quarto e fui tomar um banho, Alycia dormia
tranquilamente na cama quando fui me deitar ao lado dela. Eu a puxei mais para
mim e ela me agarrou ainda inconsciente em seu sono.
Na manhã seguinte eu acordei com Alycia puxando meu
cabelo de leve e me empurrando.
- O que foi Filha? – Perguntei ainda de olhos fechados.
- Já passou de nove horas – Tinha um relógio digital na
cabeceira da cama. – Eu estou com fome. – Resmungou e eu sorri. Alycia
geralmente acordava as sete, ficou duas horas esperando pra não me acordar.
- Ok, vou escovar os dentes de a gente já desce tá bom? –
Abri os olhos a tempo de ver ela assentindo.
Me levantei, escovei os dentes, fiz xixi e fui logo para
o banho. Quando voltei ao quarto estava procurando Alycia, mas não a encontrei.
Pensei que tivesse descido, então fui correndo até a sala e nada dela, passei
pela cozinha e também não tinha nada. Minha filha tinha simplesmente sumido. Procurei
ainda pelo jardim e dei uma olhada na rua, mas não encontrei nada. Quando
estava voltando pra dentro, vi meu pai chegando.
- Que cara é essa? – Ele sorriu – Como foi seu encontro
ontem? – Tinha alguma coisa diferente nele.
- O que você fez com ela? – Ele fez cara de confuso.
- Com ela quem? – Sacudiu a cabeça sem entender.
- Alycia, cadê a minha filha?! – Caminhei até ele, perto
do portão.
- Se é sua filha porquê eu deveria saber dela? – Debochou
e levantou uma sobrancelha.
- Fala logo, o que você fez com a menina? – Ele estava me
deixando nervosa, eu já estava gritando.
- Fala baixo. – Ele colocou o dedo indicador sobre os lábios
e fez “shh” pra mim.
- Não mexe com ela, mexe comigo, faz o que quiser, não
com ela. – Eu já estava desesperada.
- Sophia que horror, eu sou seu pai o que acha que eu
faria com você? – Seus olhos brilharam, ele estava se divertindo com aquela
situação.
- Ah claro nada né, então por que pegou minha filha? –
Gritei um pouco.
- Vamos conversar filha, como foi o encontro? – Ele repetiu.
- Não foi um encontro. – Eu falava séria olhando em seus
olhos divertidos.
- Você saiu daqui linda ontem à noite e quer me faze acreditar
de que não foi a um encontro? – Ele riu, mais uma vez debochando de mim.
- Eu sai com o Micael, ele só queria me dizer que marcou
o casamento, não teve nada. – Falei desesperada.
- Hum, então vamos fazer um acordo filhinha linda. – Ele sorria.
– Não quero mais saber de encontros com esse rapaz, ele vai se casar e você não
vai fazer atrapalhar, não vai nem mais falar com ele. Nem dessa nossa
conversinha. Ok? – Eu assenti desesperada. – Muito bem, princesa Sophia! – Fez carinho
no meu rosto. – Ah, e não pense em se mudar dessa casa.
- Quer que eu viva a vida toda aqui nessa casa como sua
prisioneira? – Falei alto mais um vez.
- Você não é prisioneira, tem liberdade para ir e vir,
não conheço nenhum prisioneiro assim, para de exagero Sophia.
- Cadê a minha filha? – Perguntei dessa vez num tom
normal.
- Espera um minutinho. – Ele então saiu e caminhou
lentamente até o seu carro, eu não o segui. Quando ele voltou, Alycia estava
com ele, ela segurava uma boneca na mão que eu não conhecia.
- Mamãe, podemos tomar café agora? – Ela perguntou
animada e logo depois correu pra me abraçar.
- Onde você estava filha? – Ele sorriu e esticou o braço
para que eu pudesse pegar a boneca.
- Vovô me levou pra passear de carro, ai compramos essa
boneca no meio do caminho. – Eu já tinha algumas lagrimas de ódio escorrendo
pelo rosto.
- É linda meu bem, já agradeceu a ele? – Perguntei e ela
disse que sim com a cabeça, então ela me soltou e deu um abraço de novo no meu
pai.
- Obrigada vovô, eu adorei a minha boneca nova. – Falou com
tanta inocência que foi até bonitinho.
- De nada minha linda, outro dia a gente dá outro passeio
desse. – Ele falou e a pegou no colo, eu cheguei perto e a peguei pra mim.
- Você está proibida de sair assim de novo ouviu? – falei
e ela arregalou os olhos.
- Mamãe eu nem fiz nada, eu estava com o vovô. – Ela usou
de justificativa.
- Quando for sair até do quarto você me avisa, entendeu? –
Falei séria, talvez ela nunca tenha me visto tão séria assim. Ela assentiu, eu
a coloquei no chão e mandei ela entrar pra guardar a boneca e ir comer. Ela foi
na frente e quando eu ia entrar, ouvi meu pai dizer, baixo.
- Isso foi só um aviso. – Então ele passou na minha
frente e entrou, eu já estava desesperada. Só o que me faltava agora era ele
brincar com a minha filha. – Eu nunca perco. – Disse e entrou em casa, eu
entrei logo atrás. Alycia tinha jogado a boneca no sofá e me esperava pro café.
- Por que você está chorando? – Perguntou curiosa.
-
Nada, já passou! – Passei as costas das mãos no rosto e então fui com ela pra
cozinha...
Esse homem não é um pai e um monstro
ResponderExcluirPostar bônus
ResponderExcluirContinuaaa
ResponderExcluirPosta bônus
ResponderExcluirContinuaa.
ResponderExcluirTa é chato já o jogo de poder desse homem,e ai eles ficam separados tanto tempo,deixa logo eles juntos,posta mais.
ResponderExcluirTambém acho que tá na hora deles fica junto
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