Inevitável - Capitulo 133

Me olhei no espelho e a marca roxa em meu pescoço era nítida, eu nem lembrava de como ela tinha ido parar ali. Peguei o celular e liguei pra Diogo, ele atendeu no segundo toque.


- Você tem noção da marca que deixou no meu pescoço? – Perguntei rindo depois que ele disse alô.

- Tá de brincadeira né? – Parecia envergonhado. – Me desculpa!

- Não tem problema. – Eu me joguei na cama e fechei os olhos. – Na verdade tem, Micael surtou.

- E como foi ai a conversa? – Tinha uma faísca de curiosidade em sua voz.

- Foi o que eu esperava que fosse, brigas e mais brigas. Depois ele pediu pra eu voltar pra casa e eu disse que não.

- Eita, barraco foi certo ai hein! – Ele riu. – Imagino que minha marca deve ter deixado ele doido mesmo.

- Quase que ele me xingou, foi uma loucura. – Eu ri lembrando. – Mandei ele embora, mas ele se recusou e esta na minha casa com a minha filha.

- Claro, ele quer você. – Eu franzi a testa. – Acho que você devia sair.

- Acabei de chegar, minha mãe me mata. – Por essa frase parecia que eu tinha 15 anos.

- Nem parece que é velha. – Ele falou rindo.

- Não sou velha, o problema é que minha mãe que fica com a Emily, não posso abusar. – Revirei os olhos e ele riu.

- Bora tomar um sorvete mais tarde então, não precisa ser agora. – Eu ri.

- Tá me chamando pra sair no mesmo dia que nos conhecemos? Que rápido senhor Diogo. – Eu debochei e ele riu.

- Esse lance de perder tempo não é comigo. – Ele riu. – Vamos?

- Vamos. Umas 15h? – Perguntei insegura.

- Sim, passo ai pra te buscar. Ate mais. – Ele desligou e eu fiquei sorrindo como uma boba, até lembrar que Micael estava no andar debaixo. Passar por ele estragaria meu bom humor, mas seria ótimo deixa-lo com um pouco mais de ciúme do que ele já estava.



Eu me arrumei com um vestidinho florido, chinelos de dedo e cabelo solto. Passei um batom bem clarinho, não queria parecer exagerada e nem largada. Quando deu a hora, eu desci a escada e eles olharam pra mim. Micael ainda estava ali, com nossa filha no colo e conversava animadamente com a minha mãe e com meu pai. Luiza e Marlon não estavam em nenhum lugar a vista, mas pela janela eu ainda podia ver o carro de Marlon.

- Vai onde? – Ele perguntou assim que me olhou de cima a baixo.

- Mãe, pode ficar com a Emily por algumas horas? – Ela me olhou desconfiada.

- Sophia, onde você vai? – Ela perguntou com a sobrancelha arqueada.

- Á sorveteria. – Dei de ombros.

- Com quem? – Perguntou de novo e eu rolei os olhos.

- Não importa, mãe. Pode ou eu terei que leva-la? – Disse sem olhar pra Micael.

- Sabe que eu sempre vou ficar com a minha neta a menos que eu não possa. – Eu sorri e cheguei perto de Micael pra dar um beijo na minha filha e ele ficou rígido. Dei um tchau tímido e meu celular tocou.

- Já estou saindo! – Disse sem olhar pra ele.

- Soph, já estou chegando aqui. – Ele disse no telefone.

- ok, até mais. – Desligei o telefone e ia saindo. Senti uma mão em meu braço e me virei.

- Você vai mesmo sair com outro cara na minha frente? – A expressão de dor no rosto de Micael quase me fez desistir, mas então lembrei do que ele fez e isso me deu força pra assentir. – Sophia, por favor...

- Micael, acho melhor você aproveitar o tempo com a sua filha, já vai anoitecer. – Me livrei de seu braço e fui caminhando para a porta. Senti a todo momento seus olhos em mim e não hesitei ao sair de casa e entrar no carro. Quando fechei a porta do carro, soltei um longo suspiro que eu nem sabia que estava segurando.

- Dificil? – Perguntou com olhos carinhosos.

- Você não tem noção de como é difícil resistir aquele homem. – Eu tapei o rosto com as mãos e ele riu.

- Eu imagino! – Foi só o que disse e arrancou com o carro.

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