Inevitável - Capítulo 145

- Vou ligar pra Luiza. – Ele assentiu e eu me afastei um pouco. Minha irmã atendeu no segundo toque.

- Alguma noticia dele? – Ela parecia estar chorando. Finalmente alguém pra compartilhar meu desespero.


- Estou aqui na delegacia com o Micael. Já já vamos encontra-lo.

- Me liga quando falar com ele, por favor. Eu tenho que pegar meu filho na escola.

- Pode deixar que eu te aviso sim. Pode pegar a Emily e a Maiara pra mim, por favor? – Agradeci mais uma vez por elas estudarem na mesma escola.

- Sim, pode deixar que eu busco. – Sequei o rosto.

- Até mais. – Desliguei e voltei pra perto de Micael, ele fala com um carcereiro.

- Podemos ir agora. – Segurou minha mão e nós seguimos o cara até a área dos presos.

Tinham apenas duas celas. Duas pessoas em uma e Felipe sozinho na outra. O lugar fedia e era úmido, as infiltrações nas paredes e no teto diziam que a luz do sol não batia ali. O guarda abriu a cela e algemou o Felipe, que tinha a cabeça baixa desde que percebeu a presença de Micael. Segurando em seu braço, seguiu pra frente e nos fomos atrás. Chegamos a uma sala, apenas uma mesa e duas cadeiras eram a mobília da sala. O cara o colocou sentado e deu uma olhada pra nós.

- Vocês tem vinte minutos. – Micael assentiu e eu engoli em seco. Assim que a porta fechou eu fui abraçar o menino que em nenhum momento teve coragem de olhar pra nós.

- Você está bem meu amor? – Perguntei chorando ele assentiu e eu puxei seu rosto com as mãos, o forçando a olhar pra mim. Ele tinha sangue seco em sua testa, então logo vi o corte que tinha ali. – O que aconteceu? Eles bateram em você?

- Só um pouco... – Disse sem graça e então finalmente olhou para Micael. – Está aqui pra me dizer “Eu avisei”?

- Não, estou aqui pra perguntar o que você fez? – Ele tinha medo dessa resposta, eu podia ver em seus olhos. As mãos nos bolsos mostravam o quão nervoso ele estava.

- Nada. – Ele deu de ombros.

- Ninguém prende ninguém por nada, Felipe. – Eu falei com a voz calma. – Ajuda seu pai a te ajudar.

- Não fiz nada, tia. – Eu sorri, amava aquele menino mais que tudo. – Eu estava com os moleques no beco de sempre... – Micael suspirou com o inicio da historia, mas eu o repreendi com o olhar. – A gente estava usando... – Ele não conseguiu terminar.

- Maconha? – Mica ergueu uma sobrancelha e Felipe assentiu.

- Sim. – Ergueu o olhar novamente. – Nós ouvimos um carro da policia e só.

- Felipe, usuário não é acusado. Conta a historia direito. Às vezes acho que você esquece que sou advogado.

- Você tem um ego desnecessário.

- Vocês não vão brigar aqui né? – Me meti novamente. – Termina a historia, Felipe.

- Alguém tinha que carregar toda a nossa droga, os caras estavam sem mochila e perguntaram se eu podia carregar. – Micael soltou um suspiro provavelmente entendendo aonde ele chegaria. – Quando a policia apareceu, nós corremos, mas chegou uma hora que não tinha mais pra onde correr e eles me entregaram pra fugir.

- Os amigos por quem você vivia brigando comigo? – Micael sorriu de lado.

- Ok, eu sei que você estava certo, não devia ter me metido com eles e nem feito isso, mas é só que...

- Que o que? – Perguntei, mas na hora o guarda chato veio e nos interrompeu.

- Acabou o tempo. – Micael assentiu e eu o larguei.

- Vamos tirar você daqui logo.

2 comentários:

  1. sera q depois dessa esse menino vai parar com essas coisas continuaaaa

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  2. Na hora que a conversa tava ficando boa

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