Inevitável - Capítulo 138

- Vou colocar você pra dormir, mocinho. – Abracei ele e subimos as escadas correndo. Ele entrou no banho e eu o ajudei. Depois vesti seu pijama.


- Melhor presente de aniversario seria você voltar a morar com a gente titia. – Disse sonolento e eu sorri.

- Eu amo você, lindo. - Dei um beijinho em sua testa, o cobri e apaguei a luz, fechando a porta atrás de mim e fui até o quarto de Micael olhar minha filha, ela ainda dormia. Fui pra sala e encontrei minha família junto com a de Micael bebendo alguma coisa na sala.

- Cadê o Felipe? – Perguntou Luiza.

- Acabei de colocar pra dormir. – Eu sentia o olhar de Micael em mim, mas evitei olhar de volta.

- E o seu namoradinho? – Minha mãe disse e eu desviei os olhos pra Micael na hora, ele revirou os olhos.

- Foi embora. – Dei de ombros.

- Isso eu sei né Sophia, quero saber se ele tá com raiva de tu. – Eu bufei.

- Claro que não. Ele não era meu namorado. – O olhar de Micael estava sobre mim novamente.

- E você trouxe ele pra minha casa por que mesmo? – Ele estava chateado, mas seu tom era suave.

- Porque eu não queria vir sozinha ué. – Ele bufou. Sentei ao lado de Luiza. – Estou cansada. Vamos?

- É o quê? Você vai embora? – Minha irmã falou alto.

- Não moro mais aqui Luiza.

- Meu Deus, que palhaçada. – Ela me encarou. – Sophia, toma vergonha nessa cara, vocês tem que se resolver.

- Prefiro a outra Luiza. – Rolei os olhos.

- Olha só, você pegou meu homem, a gente brigou, tanta coisa aconteceu e eu sempre fui contra essa relação de vocês. Ele foi imbecil agora, foi. Mas Sophia, você sabe que ele te ama, eu sei que ele te ama, até o papa deve saber disso.

- Só que não é tão simples perdoar uma traição Luiza. – Micael levantou e saiu da sala em direção a cozinha.

- Acho que você esta sendo dura demais consigo mesma. Não é nem com ele. Eu sei que você tem medo de que ele faça outra vez, mas Sophia, mais arrependido do que ele está, impossível.

- Acho que devemos deixar a Sophia decidir, se ela não quer, não quer. – Minha mãe disse e eu suspirei.

- O pior de tudo é que eu quero... – Eu disse baixo.

- Então conversa com ele. – Meu sogro disse e eu o olhei. – Meu filho não é o mesmo sem você.

- Nós vamos embora. – Luiza disse rápido e eu a olhei com os olhos arregalados.

- E se a conversa não for boa? – Disse apavorada.

- Só não vai dar certo se você for lá pra acusar ele ao invés de ir fazer as pazes. – Marlon finalmente disse alguma coisa e eu respirei fundo.

- Tudo bem. – Dei um beijo e me despedi de todos. Caminhei pra cozinha atrás dele e pra minha surpresa eu encontrei o Mica de costas e fungando. – Oi? – Ele virou assustado

- Não foi embora? – Passou as mãos no rosto secando algumas lagrimas e sorriu. Eu apenas neguei com a cabeça e avancei pra dar um beijo nele.

O beijo foi muito mais urgente que o de mais cedo. Suas mãos me apertavam contra ele e eu tinha dificuldade de respirar. Estar nos braços dele mais uma vez era a melhor coisa que tinha me acontecido nos últimos dias. Eu senti um gosto salgado em nosso beijo e eu sabia que eram lagrimas dele. Me afastei e beijei uma.

- Te amo tanto, linda. – Ele passou a mão pelo meu cabelo.

- Eu sei disso. – E iniciei outro beijo. Dessa vez leve e suave. Ele segurou minha mão e estava me puxando pra fora da cozinha, quando chegamos a sala eu parei. – Nossa filha ta na cama. – Então ele olhou pra sofá e eu sorri. Foi ali, em meio a toda a sujeira da festa que tivemos nossa noite de reconciliação, bem parecida com a nossa primeira noite.

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