Inevitável - Capítulo 134

Estar perto do Diogo era simples e fácil. Nós nos dávamos super bem, conversávamos sobre todos os assuntos e conseguíamos por um momento esquecer do desastre que tinha acontecido em nossas vidas amorosas.
Naquele dia, tomamos sorvete e ficamos conversando até o anoitecer. Cheguei em casa e graças a Deus nem o carro de Micael e nem o de Marlon estava ali, fui direto para o meu quarto e encontrei minha filha em minha cama dormindo serenamente envolta a travesseiros. Tomei um banho e me deitei ao seu lado, não precisava de nada, só da minha filha. Mais tarde minha mãe me chamou pra jantar, desci com Emily que já tinha acordado.

- Olá. – Disse sorrindo. Minha mãe e meu ai me olhavam estranho, Luiza tinha olhos curiosos. – Preciso trazer o cercadinho da Emily, não tenho onde deixa-lá.

- Filha... – Minha mãe começou a falar hesitante e eu a encarei por alguns instantes. – O que está pretendendo fazer?

- Hã? Não entendi. – Peguei em meu prato um pouquinho de purê e dei na boca da minha filha.

- Com o Micael, Sophia. Você chegou em casa com um chupão e ainda por cima mais tarde saiu com o mesmo cara na frente dele. – Meu pai completou e eu rolei os olhos.

- Ué, ele escolheu me trair, ele tem que aturar as consequências. – Disse certa raiva por estarem se metendo.

- Sophia, você tá pegando pesado. – Minha mãe defendeu.

- Gente, eu tenho direito de ser feliz. Eu amo o Micael, mas sinceramente o que ele fez foi imperdoável, ele chamou a outra lá de gostosa, disse que era mais gostosa que eu. Ele não merece nem ver a Emily.

- Acho que a Sophia tá certa. – Luiza disse animada. – Micael tá merecendo um pouco de sofrimento mesmo.

- Luiza, não acho que você seja a melhor pessoa pra falar sobre isso. – Meu pai soltou e ela levantou as mãos em rendição e voltou a se concentrar em seu prato. – Você vai acabar perdendo o Micael.

- Ele que deveria estar preocupado em me perder. Gente, eu fui a vitima dessa situação, se tivesse sido eu a ficar com outro homem, vocês não tinham falado nada e ele com certeza estaria me esnobando, isso se me perdoasse algum dia. Agora só por ele ser homem eu tenho que aturar ele me traindo? Estamos no século XXI, não existe mais “Sou homem” como desculpa. – Me levantei brava. – Se ele quiser alguma coisa comigo, vai ter que se esforçar e ficar rezando para que o Diogo não me faça gostar dele. Perdi a fome. – Fui pro meu quarto e deixei-os ali me olhando com cara de besta.





Mais uma semana se passou até que eu tivesse coragem de falar com a Sophia sobre visitar a Emily novamente. Eu sabia por meio de terceiros que ela estava saindo com aquele cara ainda, e isso acabava comigo. Eu sei que fui idiota e por causa disso eu provavelmente perdi minha mulher pra sempre, mas eu realmente me recusava a aceitar esse fato.

Cheguei na casa de Branca e pra variar, Sophia não estava. Em nenhum momento eu perguntei por ela á mãe, apenas me concentrei em passar todo tempo possível com a minha filha. A medida que o tempo ia passando eu comecei a me sentir incomodado, foi anoitecendo e nada dela chegar. Quando a porta abriu, quem passou por ela foi a ridícula da Luiza.

- Ei, vejam se não é o traidor. – Ela disse rindo e eu bufei.

- Dá um tempo, Luiza.

- Fica com raiva não amozinho. – Ela riu. Chegou perto de mim e apertou a bochecha da minha filha.

- Luiza, só me deixa em paz, por favor. – Pedi e ela riu ainda mais.

- Eu só acho engraçado que você teve ódio de mim por ter traído você, se fez de tão superior, e agora você simplesmente traiu a Soph. Somos iguais, lindinho.

- Ah, não me compara com você. – Disse bravo. – Eu deslizei uma vez. Eu não tinha um caso, eu fui estupido. Você me traiu com meu melhor amigo, você namorou ele, você disse que o filho dele era meu. Quer mesmo comparar?

- Traição é traição. A minha só foi maior.- Disse com raiva.

- Luiza, vai caçar o que fazer, me deixa em paz. – Disse puto da vida, já.

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