Medo de Amar - Capitulo 120


- A realidade é que ele ainda não me perdoou pelo que fiz, se tivesse feito não ia ser do jeito que está. Toda hora ele joga na minha cara, se eu botar o pé na rua é sinal de que fui procurar amante, se você visse a briga que ele armou porque eu quis vir aqui.

- Mas o que você está pretendendo fazer? – Sophia soltou um suspiro pesado. – Você sofreu tanto pra conseguir ficar com ele de novo e agora vai desistir? Jogar a toalha? Cadê o amor que você diz que sente?

- Eu o amo! – Disse de forma bem convincente. – Foi como eu disse a ele ontem, talvez eu realmente tenha estragado tudo quando eu resolvi ficar com outra pessoa. Ele não vai confiar em mim de novo e agora minha vida vai ser assim? Tirando print de conversas, provando a cada lugar que eu vou? Só vai acabar ainda mais com nós dois.

- Isso tudo vai passar... – Branca sorriu para tentar dar força a filha. – Vocês dois perderam o passo, mas vão conseguir caminhar juntos novamente.

- Tomara que sim. – Bebericou o café que estava na xícara a sua frente. – Como meu pai lidou com toda a história do termino?

- Eu não contei a ele nada do que aconteceu. – Ela deu de ombros. – Seu pai trabalha demais e gosta do Micael, eu não quis dizer a ele que vocês terminaram e ainda mais ter que explicar o motivo.

- Tudo bem, melhor deixar pra lá mesmo! – Concordou com a mãe e as duas ouviram passos vindo da sala.

- O que é melhor deixar pra lá? – Perguntou bem humorado e deu um abraço apertado na filha, logo depois um selinho na esposa e logo se sentou à mesa. – Você está linda demais, meu amor. Tanto tempo sem te ver e parece que o tempo só te faz bem.

- Claro que sim, sou a escolhida dos céus. – Brincou.

- Sortudo é o Micael. – Começou a cortar o pão. – E aliás, ele não vem?

- Não, eu vim com o pai dele. – Deu de ombros. – Micael ficou pra cuidar do restaurante lá.

- Rapaz responsável, eu gosto dele.

- Todo mundo sabe disso, Renato. – Branca debochou. – Até as paredes dessa casa sabem.

O café da manhã se passou bem tranquilo e logo Renato foi trabalhar. Sophia foi para seu quarto descansar um pouco da viagem e antes de dormir enviou uma mensagem a Jorge sobre ficar lá e o endereço. Acabou pegando no sono e levantou pouco antes do almoço.

Almoçou com a mãe num clima completamente agradável, Branca conseguia distrair os pensamentos dela de Micael, que pra constar ainda não tinha ligado pra ela nenhuma vez, e por mais que tivesse pedido para que a deixasse em paz, aquilo a chateava. E se estivesse com outra? No fundo, ela sabia que não era tão diferente de Micael com seus pensamentos paranoicos.

Saiu de casa quase uma da tarde pra fazer uma surpresa a sua melhor amiga de São Paulo. Não se aguentava de ansiedade quando bateu na porta da casa de Liz e a mesma atendeu com a cara surpresa.
 
- Meu Deus do céu! – Deu um berro antes de pular e agarrar Sophia. – Você está vivaaaaa!

- Claro que eu estou! – Ainda estavam abraçadas. – E morrendo de saudades de você.

- Porra nenhuma, você não faz uma ligação. – Se separou antes de reclamar. – Sumiu tem mais de um ano e finge que eu nem existo, eu não sei nada da sua vida!

- Vai fazer drama assim? Aqui na porta. – Gesticulou em volta e o sorriso de Liz voltou. A mulher pegou a mão de Sophia e a puxou pra dentro. Sophia mal teve tempo de gritar um oi pra mãe da amiga. – Precisava disso tudo? – Disse já sentada na cama.

- Estou empolgada em te ver, deve ter tantas novidades. – Bateu palminhas e se juntou a Sophia na cama. A mulher desandou a falar e por muito tempo garantiu boas gargalhadas as duas, ela era divertida e simples, não tinha muito com o que se preocupar, levava a vida de uma forma leve. – E você, me conta como está a vida!

- Bom, eu fui demitida e agora estou tentando uma carreira de modelo. – Começou com algo que realmente a empolgada, não queria ter que contar toda a história com o Micael novamente. – Estou muito empolgada e quero muito que dê certo!

- Claro que vai dar, você é linda demais! – Incentivou. – O que o Micael achou disso?

- Ele tem que achar alguma coisa? – Ergueu uma sobrancelha e a amiga rolou os olhos.

- Não começa com esses papos de feminista pra mim não que você nem é assim. – Bufou. – Tudo numa relação é conversa e assim tudo se resolve. Não é impor um desejo, então para de palhaçada e fala logo o que ele achou.

- Ele me apoiou. – Falou como se não fosse nada demais.

- É claro, Micael é um amor. – Elas riram. – Que batida de carro certeira essa sua. – Seguiu rindo, mas Sophia ficou em silêncio.

- Eu traí o Micael. – Falou baixo e o sorriso de Liz se fechou imediatamente.

- Quê?

- Aconteceu. – Respirou fundo. Como era possível que assumir aquilo fosse difícil mesmo depois que Micael já soubesse. – Eu conheci um rapaz na agência há um tempo atrás e acabei me envolvendo. Depois disso aconteceu tanta coisa que você não tem noção, até gravida eu fiquei.

- Gravida? – Arregalou os olhos. – Do amante? O que você fez com o bebê? Micael arrancou pela boca né?

- Claro que não, ô maluca. – Bufou. – Era do Micael, mas ai eu fui atropelada e enfim... eu perdi o bebê, quase um mês depois de descobrir que estava gravida. – A mulher manteve a cara de surpresa enquanto Sophia relembrava cada parte daquela história.


Passaram a tarde toda trancadas no quarto, Liz logo deu um jeito de animar a amiga quando terminou de contar sobre todos os acontecimentos recentes. Já tinha anoitecido quando Sophia voltou caminhando a passos lentos pra casa. Sorriu quando entrou e viu seu sogro sentado no sofá numa conversa animada com Branca.

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