Medo de Amar - Capitulo 137


- Ei, modelo. – Atendeu animado.

- Para de graça. – A loira riu. – Eu não sabia que já estava nas ruas.

- Eu nem sabia que tinha campanha pra estar nas ruas, obrigada por me contar. – Brincou e ela riu.

- É que eu não quis te importunar com isso. – Falou baixo, estava sem graça. – Achei que você não se interessaria.

- Tudo que vem de você me interessa. – O sorriso de Sophia se abriu automaticamente. – Você arrasou, está maravilhosa naquela foto, na verdade não deve nem ter feito muito esforço né?

- Para de graça. – A mulher repetiu e seguiu rindo. – Você reparou que eu estou sem blusa na foto?

- Ah, com toda certeza eu reparei nisso, se não me controlo meu pau fica duro no meio da rua. – Sophia arregalou os olhos em surpresa, tinha algum tempo que não conversava putaria com Micael.

- Micael! – Ela o repreendeu, mas logo em seguida caiu na gargalhada. – Larga de ser bobo. Não tem nada de sexy nas minhas costas.

- Eu não vou falar é nada. - Acompanhou a mulher na risada, mas logo em seguida ficou em silêncio. – Sinto falta das nossas conversas.

- Eu sinto falta de você. – Ele sorriu ao ouvir a mulher confessando aquilo. – Algumas semanas se passaram, nem peguei todas as minhas coisas e eu já estou aqui de novo.

- Eu não entendo porque a gente tem que ficar separado.

- Porque a gente junto só dá briga. – Ela se deitou na cama. – Acho que pulamos todas as etapas da outra vez. Podíamos realmente ser amigos pra ver no que dá.

- Amigos coloridos? – Perguntou esperançoso.

- Apenas amigos. – Ela cortou o rapaz. – Vou fazer uma reuniãozinha aqui no apartamento pra comemorar que a campanha finalmente saiu, aparece.

- Pensei que você nem sabia que tinha saído. – Ele brincou.

- E eu não sabia, mas agora que sei, tenho que comemorar. – Os dois riram. – Aproveita e chega cedo pra me ajudar com a comida. Se quiser trazer algo daí também, eu agradeço.

- O abuso continua o mesmo. – Seguia brincando. – Pode deixar que eu levo alguma coisa sim.  



Os dois desligaram o telefone e não tiraram o sorriso do rosto. Sophia convidou o restante dos amigos pro apartamento e saiu pra comprar algumas bebidas e petiscos. Estava muito feliz, aquela era a realização de um sonho, um sonho recente, mas ainda assim, um sonho. 

Quase as cinco Micael bateu na porta de Sophia, o conhecido porteiro o tinha deixado subir sem a necessidade de interfonar. Ele não tinha passado em casa então não tinha trocado de roupa ou sequer tomado um banho. Tinha umas sacolas de papel na mão com algumas entradinhas que tinha levado do restaurante.



- Quem é vivo sempre aparece. – Sophia sorriu ao abrir a porta. – Demorou hein.

- Eu tenho uma carga horaria pra cumprir, sabia? – Debochou. – Trouxe algumas coisinhas.

- Que ótimo! – Pegou as sacolas da mão dele. – Vem me ajudar, eu fui fazer um patê e errei a mão.

- Você errou a mão num patê? – Ergueu uma sobrancelha e prendeu o riso. – Como que você conseguiu essa proeza?

- Acho que botei maionese demais. – Fez cara de triste. – Aproveita que está aqui e conserta pra mim! – Juntou as mãos implorando, depois de deixar as sacolas em cima da mesa.

- Você está agindo como se tivesse dando uma super festa. – Deixou a risada escapulir. – Quem vem? Lua, Arthur, Mel...

- Aham, são sempre eles. – Ela o acompanhou na risada. – É como se eu não tivesse mais amigos nesse lugar.

- E não tem mesmo. – Piscou um olho. – É que nem eu.

- Eu fiquei na dúvida se devia ou não chamar o Chay. – Se debruçou sobre o balcão enquanto via Micael tentar salvar seu patê. – Acabei não chamando.

- Mas ele é nosso amigo, não é? – Micael encarou a loira. – Independente de ter ou não terminado com a Mel.

- Mas ele ia fazer um escândalo e acabar com a minha comemoração. – O moreno parou o que estava fazendo e cruzou os braços.

- Quantas vezes nós dois acabamos com as resenhas dos nossos amigos com brigas? Nós estragamos a festa de casamento da Lua e do Arthur. Nenhum deles desistiu da gente.

- Se eu bem me lembro, quando era recente, fizeram uma resenha com você e eu não fui convidada. – Cruzou os braços e Micael riu. – Isso não é engraçado.

- Nem conta, tudo estava recente. – Rolou os olhos. – Tinha o quê, uma semana? Duas? Quem sabe... – Sophia não desfez a cara de brava. – Eles já estão separados a um mês. E tem mais, eu não vi em nenhum momento ninguém enchendo o saco dos dois pra voltar, nenhum planinho da Lua, não teve nada.

- Deve ser porque ele é um ciumento possessivo que só fez mal a Mel, a gente não quer que eles voltem. – Ele voltou a ficar sério novamente.

- Ele não só fez mal a ela, Sophia. – Seguia defendendo o amigo. – Ele pode ser o ciumento que fosse, mas você não pode tirar a omissão da Mel de toda essa história. Ela deixou chegar naquela ponto e depois foi tentar tomar as rédeas quando já era tarde demais.

- Não gosto de você defendendo o Chay desse jeito. – Descruzou os braços e se sentou numa banqueta. – Eu prefiro ele longe da minha amiga.

- Eu acho que você está sendo radical, ele pode mudar, qualquer um pode mudar. – O clima na cozinha mudou um pouco. – Ou você não acredita na mudança das pessoas?

-  Acredito. – Ela não tirava os olhos de Micael. – Mas não acho que mudem da água pro vinho. Eu gosto dele, acho bacana e tals, me ajudou quando eu estava grávida, mas...

- Chama o cara. – Sophia suspirou. – Se ele e a Mel não querem mais estar juntos, tem que aprender a conviver, não é mesmo?

- A Mel não quer estar com ele. – Corrigiu. – Você sabe muito bem que é essa a situação, mas tudo bem, eu ligo, mas vou avisar a Mel pra vir preparada.

- Isso ai, sábia escolha. – Piscou um olho e voltou a se concentrar no patê.

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