Amor Demais - Capitulo 28

- Você não deve se meter nessa briga de adultos, Laurinha. – Eduardo tinha a voz calma e serena, ele sempre teve um dom pra falar com crianças.
- A culpa é dela que a minha mãe foi embora. - Ouvi minha filha fungar, aquelas palavras feriram meu coração mais ainda.

- Como pode dizer uma coisa dessas? – Parecia espantado. – Sophia te ama como ninguém, e ela gosta da Jéssica também. Ela pediu a ela que não fosse embora, eu sei que você ouviu ela dizer isso.
- Meu pai disse que ela mente, como posso descordar do meu pai, Sophia já foi embora uma vez. – Lagrimas completamente involuntárias escaparam do meu rosto ao ouvi-la dizer aquilo e ainda me chamar de Sophia.
Eu não ia ter coragem de vê-la dizer aquilo na minha cara, eu era covarde demais pra isso. Então eu sai dali e fui andando o mais rápido que eu podia pelo corredor até a sala, Micael, Lua e Arthur ainda conversavam sobre alguma coisa, eles estavam rindo, provavelmente de mim. Eu olhei no rosto deles e nenhuma palavra foi dita, o olhar no rosto de Micael me lembrou o meu Micael, mas ao invés de eu xinga-lo ou dizer qualquer besteira, eu passei por todos eles e fui para o meu apartamento.

- O que será que aconteceu com ela? – Perguntei aos meus amigos, Sophia tinha acabado de passar por aqui com o rosto coberto por lagrimas e por mais que eu quisesse ignorar, meu coração continuava a se preocupar com ela.
- Deve ter sido seu beijo, vai ver você perdeu a pratica. – Arthur disse rindo e Lua o acompanhou.
- Haha, que engraçado. – Fiz careta, não gosto de pensar que ela ficou assim por causa do meu beijo, porque no fundo eu vi como ela se animou debaixo do meu toque. – Ela saiu daqui com raiva, não chorando. Alguma coisa aconteceu.
- Olha, você desperta muitas sensações na nossa amiguinha. Sei que você não gosta, mas lagrimas são comuns. – Fiz outra careta, odiava saber que eu era motivo das lagrimas dela, eu gosto que ela fique irritada e que não tenha paz, mas chorar assim...
- Impossível, Laura deve ter falado alguma coisa. – Dei de ombros e fui andando com Lua e Arthur para o quarto da minha afilhada, onde minha filha estava. Eu infelizmente entrei e vi minha filha abraçada aquele namoradinho da Sophia, isso me deu um ódio mortal.
- Larga a minha filha. – Disse ríspido e Arthur revirou os olhos.
- Não da chilique, Micael. – Lua colocou a mão no meu ombro e eu respirei fundo.
- Onde a Sophia está? – Aquele mané disse com aquele sotaque mais ridículo que ele.
- Sophia chegou a vir aqui falar com você, filha? – Ela negou com a cabeça e então eu me preocupei.
- Sinto informar, Micael, mas você deixou ela mais chateada do que o normal.
- Dá um tempo, Lua. – Disse com raiva.
- Onde está a minha mãe? – Laura perguntou e Micael levantou uma sobrancelha.
- Voltou a chamar ela de mãe? Você perdoa muito fácil.
- Micael! – Lua me repreendeu. – Deixa a menina se entender com a mãe, você também deveria.
- Não tô afim de me entender com ninguém, Lua Maria. – Olhei pra minha filha. – Vamos pra casa.
- Será que alguém pode responder onde está a minha loira? – Aquele cara perguntou e eu não sei porque, mas quando ele usou aquele pronome possessivo eu fiquei cego de raiva.
- Ela não é sua! – Minha voz grossa e com raiva não era nada agradável de ouvir, mas aquele ser, nem se assustou.

- Você não sabe. – Ergueu uma sobrancelha e sorriu de lado. – Fica longe da Sophia. – Deu um beijo na testa da minha filha. – Tchau princesa, pensa no que eu te falei. – Ela assentiu. – Gente, me desculpem, não era assim que eu esperava conhecer vocês. 

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