Amor Demais - Capítulo 50

- Olha, sem chameguinho na minha frente e tudo bem. – Ele deu de ombros e eu assenti.
- Vai aparecer aqui? – Perguntei ao telefone.
- E seu amiguinho ai? – Tinha um tom de desprezo em sua voz.

- Concordou já, se quiser aparecer, só vir.
- Tá, vou ir mais tarde, quando eu pegar a Laura na escola. Beijo gata.
- Tá bom, beijo.
Desligamos a ligação e eles ainda estavam me olhando. Eu mordi a minha fatia de pizza e então dei uma golada no meu refrigerante.
- O que foi? – perguntei aos que ainda me olhavam.
- Ele vem? – Chay perguntou animado.
- Acho que no fundo você quer ter um caso com ele. – Chay riu e Mel o olhou assustada. – Tenho que me preocupar com a Jéssica e agora com você também?
- Fala sério, nunca teve que se preocupar com aquela ali. – Mel riu e eu também.
- Ela foi lá na casa dele hoje e eu abri a porta de camisola. O olhar que aquela mulher me deu foi assustador. – Eu disse rindo.
- Pensei que vocês eram amiguinhas. – Senti o ciúme no tom de voz da Lua.
- Eu gostava dela, mas ultimamente a mina deu uns ataques. – Dei de ombros.
- Sophia, ela dormia com o Micael. Você e ela não podem ser amigas.
- Não existe nenhuma regra que eu e ela não podíamos ser. – Bufei. – Ela me ajudou com a Laura, jamais ficaria com raiva dela.
- Tu é muito boa. – Mel disse e eu me levantei.
- Tá bom gente, vou ali no banheiro. – Sai do meio daquele papo chato.
Micael bateu na porta já as sete da noite. Eu olhei Laura e fui direto abraça-la. Ela me deu um beijo tão gostoso e depois entrou correndo pra falar com os tios. Eu fiquei parada olhando Micael e não sabia como o cumprimentar. Pensei num abraço, mas aquela situação era muito estranha. Então ele resolvendo meu problema, se aproximou e me deu um beijo.
- Ei, estamos vendo. – Lua gritou do sofá e nós nos separamos apressados. Eu provavelmente deveria estar corada até a raiz dos cabelos.
Demos as mãos e fomos pra sala, juntos. Eu estava muito sem graça, era como se eu estivesse indo apresentar meu novo namorado aos meus pais.
- Tão bonitinho o casal vinte. – Mel bateu palminhas e eu revirei os olhos. – Demoraram demais pra se acertar.
- É que a Sophia é uma pessoa complicada. – Ele gargalhou e eu o olhei feio.
- Bem eu né? – Soltei sua mão e dei um tapinha em seu ombro. Ele sentou no braço do sofá e me puxou para sentar em seu colo. Eu estava relutante, não queria deixar Eduardo desconfortável com aquela cena.
Quando meus olhos encontraram os seus, ele sorria. Parecia estar feliz por mim, o que um amigo de verdade faria. Encorajada por seu sorriso, eu me sentei em seu colo e ele me envolveu em seus braços.
- Acho que agora que nós voltamos a ser seis, temos que fazer alguma coisa pra comemorar. – Chay disse empolgado e eu ri. Já podia imaginar ele em baladinha.
- Somos sete né?! – Indiquei Eduardo com a cabeça e ele sorriu.
- Que nada, já vou embora amanhã a noite! – Ele anunciou e no mesmo instante eu me senti culpada. Ele tinha vindo pra ficar comigo e diante de toda confusão que assola minha vida desde que voltei, eu nem tivera tempo.
- Mas já? – Minha voz soou chateada e eu ouvi o suspiro de Micael, mas resolvi ignorar.
- Gata, já estou aqui há três dias, amanhã é o quarto. – Rolou os olhos como se fosse obvio. – Tenho que voltar porque na segunda eu tenho uma campanha. E o Renan já está me perturbando. – Ele terminou a frase rindo e eu o acompanhei. Ouvi o som de nojo que Micael exclamou, mas apenas o ignorei.
- Eu sei, é que passou tão rápido.
- Claro, tu passou mais tempo brigando com ele que me dando atenção. – Eduardo disse com um sorriso, mas eu senti o corpo de Micael ficar rígido atrás de mim.
- Eu sei, me desculpa. – Disse ainda triste.
- Ok, agora chega de clima triste, estávamos falando da nossa saída. – Chay mudou de assunto e eu o agradeci mentalmente. – Vamos ou não vamos?
- Você nem sugeriu nenhum lugar, marica. – Micael disse rindo e Chay lhe deu uma piscadela. – Embora eu já imagine o que você quer. É o único lugar que você vai. – Ele nos fez rir. Eu desviei um pouco o foco daquela conversa pra olhar minha filha e Clara. As duas conversavam animadamente sobre algo que eu não conseguia entender, elas tinham as bocas totalmente sujas de ketchup e eu sorri com a imagem. Quando Laura percebeu que eu as olhava, ela sorriu pra mim e cochichou alguma coisa no ouvido de Clara. Sem demorar muito, Clara assentiu e as duas se levantaram e saíram da sala de mãos dadas.
- Que sorriso besta. – Eduardo fez uma bolinha com o guardanapo e jogou em mim.
- Não me canso de olhar minha filha. – Eu ainda olhava por onde elas tinham saído.

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