Amor Demais - Capítulo 48

- Eu tenho que ir pra casa! – Falei suspirando. Nós estávamos deitados no sofá e o filme da televisão estava quase acabando.
- Por quê? – A expressão de tristeza no rosto do Micael partia meu coração.

- Não moro aqui, Micael. – Falei rindo e ele franziu a testa.
- Então vem morar ué, nós construímos essa casa juntos. É sua também. – Deu de ombros e eu continuei rindo.
- Engraçado que o senhor se esqueceu disso há uns meses né? – Ele arregalou os olhos.
- Ei, já pedi desculpas. – Me abraçou forte.
- Eu estou só brincando. – Ele sorriu sem graça. – Mas tenho realmente que ir. Eduardo está lá em casa sozinho desde ontem.
- Jura que vai embora pra ver aquele cara? – O ciúme era muito mal disfarçado em sua voz.
- Eduardo é gay, Mica. – Eu gargalhei. – É só meu amigo.
- Eu sei disso. – Deu de ombros e eu fiquei surpresa.
- Como sabe? – Sorriu de lado.
- Laura dormiu na sua casa, ela ouviu uma conversa sua com ele. – Eu ri. – Além do mais, aquele cara fala como sua melhor amiga, não namorado.
- Tadinho. Não implica com ele. – Fiz cara de brava. – Vou pra casa. Ele veio pra me ver e eu quase nem fiquei com ele.
- E quando ele vai embora? – Perguntou curioso.
- Acho que no final de semana. – Tentei lembrar, mas não consegui.
- Sophia, final de semana começa amanhã. – Ele riu.
- Mais um motivo pra eu ir embora. – Eu me levantei e fui no quarto dele buscar minhas roupas. Eu as vesti e calcei as sandálias. Juntei as coisas na minha bolsa e sorri pra ele depois de passar meu batom. – Como estou?
- Nem parece que deu a tarde toda. – Se aproximou de mim e apertou minha bunda.
- Você é tão escroto. – Eu dei um selinho nele.
- Jura que vai embora e vai me dar só esse selinho? – Perguntou fazendo biquinho.
- Acabei de passar batom, amor. – Ele sorriu e então eu percebi o que tinha dito.
- Amor é? – Eu estava muito sem graça.
- Não enche, Micael. – Dei um beijo na bochecha. – Parece até que nunca ouviu isso de mim.
- Tem muito tempo que não escuto que você acabou de passar batom. – Sorriu e ganhou um tapa no braço.
- Que mulher violenta.
- Que homem bobo. – E então ele veio me beijar e eu não resisti. Quando terminamos e eu olhei seu rosto, estava todo manchado. – Viu ai no que deu?
- Valeu a pena. – Disse rindo e eu fui pro banheiro consertar o meu batom.
- Agora eu vou indo, gato. Depois a gente se fala. – Mandei um beijo no ar.
- E quando que a gente vai se ver de novo? – Virou a cabeça pro lado e eu sorri.
- A gente vê isso. – Mandei outro beijo no ar enquanto ia pro meu carro. – Manda um beijo pra Laura.
- Pode deixar. – Ele Gritou e então eu dei partida no carro e segui meu caminho até em casa.
Eu acredito que tenha subido as escadas saltitando. Eu estava em êxtase e acreditando que nada podia estragar a minha felicidade. Eu finalmente tinha voltado com Micael e eu espero que ele tenha mudado do jeito que diz, pra nosso casamento realmente dar certo.
Passei pelo andar da Lua, mas resolvi que contaria aquela historia depois e então subi direto para o meu.
Entrei e encontrei Eduardo com Lua, Arthur e Clara assistindo televisão.
- Eita. O nome disso é invasão. – Eu disse chamando atenção deles pra mim.
- Ué, você me abandonou, tive que fazer amizade com os seus amigos. – Eduardo disse rindo.
- Dindinha. – Clara veio me abraçar e deu um beijo.
- Ih, tô vendo que essa princesa já está boa né! – Ela sorriu sapeca e balançou a cabeça. – Que bom. Não chamaram Mel e Chay?
- Quem são? – Dudu perguntou curioso.
- Nosso outro casal de amigos. – Arthur deu de ombros. – Não Soph, não chamamos.
- O que eu devia esperar, vocês nem me chamaram. – Eu ri e fui andando pro quarto pra tirar aquela calça jeans e vestir algo mais confortável.
- Como foi lá na casa do ex-marido gato? – Eduardo perguntou quando eu voltei e eu olhei pros meus amigos ali. – Ah, relaxa. – Deu de ombros. – Acabei contando a verdade pra eles em uma de nossas conversas.
- O ex-marido gato foi um amor comigo. – Sentei entre eles e coloquei a mão no rosto.
- Ah, vai ter que contar pra gente. – Lua disse quase gritando.
- Liguem pro Chay e pra Mel, depois eles dizem que a gente os exclui. – Ignorei sua pergunta.
- Ok, eu vou mandar mensagem, mas a senhora vai contar pra gente todos os detalhes. – Ela dizia emburrada.
- E a Laura, não vem pra cá? – Clarinha me perguntou e eu me concentrei na pequena.
- Não amor, Laura tá na escola e não acho que venha pra cá hoje. – Ela fez cara de triste.
- Tá vendo, se você não tivesse viajado agora minha filha ia ter outra amiguinha pra brincar. – Arthur brincou.
- Tá de sacanagem né. Ela ia continuar sendo sozinha. – Eles riram.
- Pronto, já chamei. Daqui a pouco eles chegam. Pode adiantando o papo.
- A gente pode é pedir outra pizza, a Melzinha tá gestante, deve tá comendo demais. – Eu ri.
- Tem razão. Vou pedir. – Arthur levantou pra pegar o telefone. Sem fofocas na minha ausência.
- Eu não vou falar nada gente. – Disse rindo e Lua puxou a minha orelha.
- Você me acordou quatro horas da manhã e não quer me contar o que aconteceu? Ah, você vai contar sim. – Eu fiz cara de dor e ela me largou.
- Você é louca. – Eu ri.
- Ah, para de drama Soph, conta pra gente o que aconteceu. – Eduardo roía as unhas do meu lado e eu ri dele.
- Ok, quando Mel e Chay chegarem eu conto, pode ser? – Lua rolou os olhos.
- Agora tenho que esperar mais meia hora. – Bufou e eu fiquei rindo olhando pra televisão e vendo aquele filme que eu nem sabia qual era.

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