Amor Demais - Capítulo 43

- Meu Deus, menina. – Apertei suas bochechas. – Como que diz não pra você?
- É meu charme. – Laura disse rindo e eu senti que Micael estava ainda mais feliz.

- Sei, Charmosa. – Baguncei seu cabelo. – Vai colocar um pijama que eu vou ligar pro tio Eduardo e já vou. – Pelo canto do olho vi a careta do Micael e sorri.
- Tá, não demora. Boa noite, papai. – Deu um beijo nele e foi correndo para o quarto dela.
- Tio Eduardo... – Ouvi Micael resmungar.
- Algum problema? – O encarei.
- Não gosto da minha filha chamando aquele cara de tio. – Fez cara de bravo.
- Eu não gosto da minha filha chamando outra mulher de mãe e tenho que aturar. – Ele não falou nada e eu me afastei um pouco pra telefonar. Dudu me atendeu no primeiro toque.
- Vai dizer que já tá chegando? – Perguntou rindo.
- Não amigo, nem sai daqui. – Fiz uma voz sofrida. – Laura não quer me deixar ir, tem problema ficar?
- Laura? – Gargalhou. – Deve bem ser ela.
- Ei, é ela sim. Espero que não se importe. – Perguntei apreensiva, afinal ele tinha viajado pra me ver e eu estava o deixando sozinho.
- Não amor, divirta-se com a sua filha e me conta tudo amanhã. – Seu tom era maldoso.
- Não vou fazer nada, bobão. Fica com Deus, até amanhã. – Desliguei o telefone e Micael estava me olhando.
- Sinceramente vocês não parecem namorados. – Ele deu de ombros e eu arregalei os olhos.
- Mas nós somos. – Ele bufou, será que sabia de alguma coisa?
- Sei. – Deu um passo pra mais perto. – Eu disse que não ia falar mais nada, mas o convite pra dormir no meu quarto tá de pé. – Mordeu o lábio inferior e eu quase me derreti.
- Micael... – Eu não conseguia falar e ele riu.
- Não sei pra que resiste tanto. – Ele brincou enquanto se afastava.
- Pra que você resistia tanto? – Ele arregalou os olhos.
- Eu era casado. – Disse como se fosse obvio. – E te odiava.
- Eu te odeio agora. – Ele riu.
- Até parece. Você está na minha casa desde 18:30h e nem brigamos. Até parece que me odeia, tem um pouco de raiva por eu ter sido estupido, mas isso não é ódio. – Eu ri.
- Estou aqui pela minha filha, não por você. – tentei não rir.
- Deve ser mesmo. - Eu olhei sua barriga novamente e me faltou o ar, por mais que ele tenha ficado assim por toda a noite, eu nunca me cansava de olhar. – Pode tocar se quiser. – Ele falou ganhando minha atenção e rindo.
- Você é um babaca. – Comecei a retirar os sapatos de novo.
- Um babaca que você está louco pra usar. – Ele abaixou disfarçadamente seu short a ponto de eu ver mais de sua trilha da felicidade. Claro que agora meus olhos estavam ali, e eu não conseguia disfarçar.
- Não deixa de ser um babaca. – Peguei meus sapatos na mão e estava andando pro quarto da minha filha, ele segurou novamente meu braço, dessa vez, meu corpo se acendeu e minha respiração acelerou.
- Vai dormir de calça jeans? – Mudou de assunto e eu olhei pra mim. – Bora lá no meu quarto que eu tenho um negocio pra tu.
- Não posso entrar no seu quarto. – Eu disse sem contato visual e ele gargalhou. – Quis dizer, não quero.
- Deve ser, Sophia. – Não escondia aquele sorriso safado lindo.
- Eu já disse que não vou te agarrar e nem falar mais nada. To querendo te ajudar. – Eu respirei fundo.
- Não quero uma roupa da Jéssica. – Puxei eu braço.
- Não viaja, Jéssica levou tudo. – Eu o olhei e ele estava rolando os olhos.
- Então é de alguma vagabunda que você trouxe pra nossa casa assim que eu fui embora. – Aquela atração estava dando lugar a raiva, o que era ótimo.  
- Nunca trouxe ninguém aqui além da Jéssica. – Deu de ombros. – Não seja maluca. Vem logo.

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