- Eu não estou entendo porque estava se doendo tanto. – Cruzou os braços, estava realmente furiosa. – Você não tem nada a ver com o meu casamento.
- Se enganou, eu sou padrinho do seu casamento, isso me dá liberdade pra dar opinião quando quiser. Micael veio aqui no churrasco da Lua, tem uma semana, ficou cismado que você estava escondendo alguma coisa, teimou que estava com um amante, alias.
- Amante? Ele achou isso? –
Perguntou um pouco mais baixo.
- Achou, ainda mais com a Lua te
acobertando. Falei mesmo, pode ficar com raiva de mim, mas eu falaria tudo de
novo. Então se for pra fazer besteira e enganar o cara, não deixa eu saber,
porque eu vou contar.
- Eu realmente não estou
entendendo o porquê disso tudo. – Voltou a subir o tom. – Você fez o Micael ir
embora de casa. Você está me querendo solteira por causa do quê? Abre o olho hein
Mel.
- Ah, se enxerga Sophia. – Douglas
debochou. – Eu sou casado e muito feliz, obrigado. Não olharia pra você de novo,
na verdade, nem se tivesse solteiro. Ou você acha que eu quero essa vida
horrorosa que o Micael leva? – Mel soltou um sorrisinho. – Para de falar merda e
tentar achar que alguém tem culpa disso além de você.
- É todo mundo contra mim mesmo. –
Estava a ponto de chorar. – Vocês estão agindo como se eu fosse alguma vilã.
- A única pessoa que está contra
você aqui, é você mesmo. – Ele continuava a tentar chamar a razão pra amiga. –
Acorda mulher, assume seus erros, pede desculpa. Se você quiser manter esse
casamento, corre atrás uma vez na vida. Ou você vai ficar sentada esperando
Micael bater na sua porta pedindo desculpas por uma coisa que ele nem fez?
Porque eu enxergo isso, você vai lá e faz merda, ele descobre fica com raiva.
Você mexe tanto com a cabeça dele que quem acaba pedindo desculpas é ele. –
Sophia não sabia o que responder, Douglas tinha falado tanto que ela estava
muda o encarando. – Está esperando o quê mesmo?
- Como eu vou aparecer lá? –
Fungou. – Ele não quer falar comigo.
- Claro que ele quer. – Douglas
rolou os olhos. – Ele já perdoou coisa muito pior e a gente sabe.
- Mas agora é diferente.
- Diferente porque você está
tornando uma coisa simples, difícil. – Abraçou Mel. – O seu trabalho não te
impede de ser mãe. Inseguranças todo mundo tem. Para de palhaçada, pede
desculpas e dá um filho pro seu marido, porque essa é a opção de manter seu
casamento.
- Eu me sinto tão pressionada. –
Se sentou no sofá. Passou a mão no rosto pra secar algumas lagrimas
insistentes. – É ridículo pensar que no século em que estamos eu seja obrigada
a ser mãe.
- Você não é. – Douglas se abaixou
e colocou as mãos na perna dela. – Mas Sophia, é o sonho do cara, você vai
realmente negar isso? Ele vai realizar com ou sem você. – A loira levantou
apressada e saiu da casa de Lua sem dizer nenhuma palavra a mais.
- Douglas hoje tá brabo. – Arthur
debochou. – Jogou mais na cara do que Lua já fez em seu melhor dia.
- Alguém tem que trazer ela pra
realidade. – Deu de ombros. – Ai ela ainda vem querer insinuar que eu contei
porque quero ela. Pelo amor de Deus, meu filho pra nascer e eu com essa esposa
maravilhosa que arrumei.
- Lindo. – Mel ergueu a mão e fez
carinho no rosto do marido. – Amo você.
- O que está fazendo aqui e ainda
carregando uma mala? – Jorge perguntou ao filho quando o viu, após abrir a
porta. – Não acha que está grandinho pra voltar pra casa dos seus pais?
- Não estou legal pra piadas. –
Jorge saiu da porta e Micael entrou. – Tive uma briga com a Sophia.
- Você fez uma mala e saiu de casa
por causa de uma briga? – Ergueu uma sobrancelha para o filho. Já tinha fechado
a porta e caminhado pra sala. – Uma briga? Isso é sério?
- Não parece sério pra você? –
Suspirou. – Ela mentiu pra mim de novo...
- Ela estava com outro? – Jorge
arregalou os olhos, se sentou de frente para o filho, na mesinha de centro. –
Não, a Sophia não faria isso novamente.
- Não fez, bom, se fez eu também
não descobri. – Bufou. – Não descubro nada daquela ali.
- Ei, você também não pode faltar
com respeito. Sua mulher ainda, não é? – Micael cruzou os braços e observou o
pai. – Me conta o que aconteceu, quem sabe eu não ajudo.
- Sophia me prometeu que teríamos
um filho. – Jorge ouviu atentamente. – Mas ela estava tomando remédio
escondido. Não quer ter filho nenhum, vem me enrolando desde que casamos.
- Não quer ter filhos? –
Questionou ainda sem acreditar. – Mas vocês vivem falando disso.
- Eu vivo falando disso e ela
concorda, né? – Bufou novamente. – Era tudo teatro, tudo enrolação. Me sinto
tão idiota.
- E você saiu de casa por causa
disso? – Micael encarou o pai como se ele falasse um absurdo. – Não achou meio
radical?
- Radical? – Encarou o pai. – O
senhor ouviu o que eu disse?
- Ouvi. – Assentiu. – E não dá pra
conversar sobre o assunto? Precisa sair de casa ás pressas? Vai fazer o quê
agora? Sair na rua, encontrar uma mulher qualquer e fazer um filho nela?
- Eu não sei o que eu vou fazer
agora, mas eu ia continuar em casa pra quê se a Sophia nunca ia me dar um
filho? Eu não vou mais ficar implorando nada a ela. Eu já abri mão de tanta
coisa pra chegar até aqui, não vai rolar mais isso também.
- Tudo bem, mas você pode
conversar com ela, ela pode mudar de ideia. Ela disse que era definitiva essa
decisão?
- Você está fazendo parecer que a
Sophia é uma grande vítima da minha injustiça. – Suspirou. – Ela me enrola há
anos, ela mentiu pra mim pai. Para de passar a mão na cabeça dela toda hora.
- Não estou passando a mão... –
Foi interrompido pela campainha. – Pera ai, essa casa está movimentada demais
hoje. – Se levantou pra abrir e viu Sophia na porta. – Oi, Soph.
- Oi, Jorge. – Ela falou baixo. –
Me diz por favor que o Micael veio pra cá, eu não sei mais onde procurar.
- Claro que veio, ele não foge do
colinho do papai aqui. – Brincou. – Só que ele me parece bem irritado, não sei
se é uma boa hora.
- Eu preciso falar.
- Jorge assentiu e saiu da frente.
– Vou dar uma volta e deixar vocês sozinhos. Encontrar com Antônia e Tony. –
Deu um beijo na testa de Sophia, pegou a chave da porta e saiu. Soph caminhou
devagar até a sala e Micael rolou os olhos quando a viu.
vao fazer q maluzinha vao 😪
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