Depois do Para Sempre - Capitulo 11

 - Nossa conversa já está terminada, Sophia. – Ficou de pé rapidamente. – Você não tinha nada que ter vindo aqui.

- Me perdoa, por favor. – Sua voz era trêmula. – Eu sei e tenho plena consciência do quão egoísta eu fui esse tempo todo. Eu sei que errei demais com essa minha última mentira sobre o remédio, mas por favor, me perdoa.

- Não adianta nada eu perdoar você. – Deu de ombros. – Nós vamos continuar nesse impasse e eu não vou ceder.

- Eu topo. – Ela fungou. – A gente pode ter um filho.

- Você fala que topa ter um filho com essa cara de enterro? – Cruzou os braços. – Você acha que isso é suficiente?

- Eu faço o que tiver que fazer por você, eu quero você feliz e quero manter o nosso casamento. Se um filho é o que falta, eu paro com os remédios. – Secou o rosto com as costas das mãos. – Fiz muito errado em ter mentido e enrolado esse tempo todo, me perdoa.

- Sophia, você está falando como se eu estivesse te obrigando a ser mãe. Longe de mim fazer isso.

- Amor. – Ela caminhou para ficar bem perto dele. – Eu não vou perder você por causa desses meus medos. – Colocou as mãos no rosto do marido. – Se eu tiver você do meu lado, eu enfrento.

- Você não está me enrolando de novo, está? – Sua expressão já era mais relaxada. – Se estiver...

- Não. – Colocou dois dedos nos lábios dele. – Eu não vou mais fazer isso, no caminho pra cá eu pensei em tanta coisa pra falar, tantos jeitos de te convencer a voltar pra casa comigo. Joguei o remédio longe. Me perdoe por ser tão insensível quando se trata dos seus sonhos enquanto você é maravilhoso quando se trata dos meus.

- Olha, olha, quem diria... – Ele sorriu.

- Levei tanto esculacho do pessoal que você não tem ideia. Douglas falou um monte no meu ouvido hoje. – Ela tirou as mãos do rosto dele. – Escroto.

- Queria ter visto. – Micael achou graça. – Pra você chegar ao ponto de chamar ele de escroto, ele deve ter falado um monte.

- E falou, nem pude rebater, filho da puta estava certo. – Suspirou. – Me perdoa, por favor.

- Eu só não quero mais surpresas. – Se afastou um pouco. – Eu estou cansado de pagar de otário pra todo mundo, Sophia. Essa sensação de ser enganado é sufocante. Não dá, não quero mais sentir isso.

- Não vai. – Assentiu várias vezes. – Se eu tiver algum problema eu vou falar, juro. Não vou deixar mais nada atrapalhar a gente.

- Eu acho muito bom, Sophia! – Ele tinha o semblante bem sério. – Eu espero, do fundo do meu coração, que eu não passe essa vergonha de novo.

- Não vai. – Foi a vez dela ficar séria. – Agora eu vou pedir a sua ajuda.

- Pra quê? – Franziu a testa. 

- Pra que todos os meus medos sejam sanados. – Estava realmente nervosa com aquilo. – Pra que a minha carreira não sofra muito impacto, também...

- Sophia, tudo vai dar certo.

- Promete pra mim. – Fez uma pausa. – Promete pra mim que você vai cuidar do nosso bebê quando eu precisar viajar.

- Eu vou cuidar do nosso bebê sempre. Fica tranquila que nosso filho não vai atrapalhar sua carreira e nem eu quero isso aconteça. Não quero um filho pra prender você em casa, se é o que está pensando.

- A ideia de ser mãe me assusta, eu sou um péssimo ser humano, como que vou ensinar alguém a ser bom? – Micael novamente achou graça. – Eu estou falando sério tá.

- Eu sei que está, mas dizem que os filhos tiram o melhor de nós, que nos fazem amadurecer, se bobear é só isso que te falta.

- Você fala com essa tranquilidade e tem toda essa vontade de ser pai porque não é você que vai parir. – Ela arregalou os olhos assustada. – Vou ficar larga quando passar a cabeça da criança por aqui. – Agora ele deu uma gargalhada alta. – Se você me largar porque fiquei larga vai ver só.

- Que larga o que mulher, volta tudo pro lugar depois. – Seguia rindo. – Para de ser boba.

- E gorda? Será que eu fico gorda? – Colocou as mãos no rosto. – Com estrias? Ai meu Deus, tem as estrias. – Passou as mãos pra barriga. – Olha aqui já estou até tremendo. – Ergueu as mãos pra mostrar a Micael. – Ele puxou a esposa pra um abraço.

- Para de besteira. – Deu um beijo em sua cabeça. – Isso tudo são coisas que podem ser evitadas, se cuidar direitinho impede isso e eu tenho certeza que você vai passar mil cremes pra evitar tudo isso.

- É claro que eu vou. – Bufou. – E malhar três vezes mais quando nascer. – Suspirou. – E eu odeio malhar.

- Bom, se você quiser, pode ser madrasta também. – Ela se afastou pra encarar.

- Madrasta? – Tinha a testa franzida.

- É ué, eu posso transar com alguém por ai, ai essa pessoa engravida e você é só madrasta. Não vai precisar parir e nem se preocupar com estrias.

- Tem vergonha não? – Ela cruzou os braços e encarou Micael que prendia o riso. – Ficou doido?

- Ué, estou tentando arrumar soluções pra você que não quer ser mãe. – Deu de ombros. – Não curtiu a ideia?

- Estou achando você engraçadinho demais. – Colocou as mãos na cintura. – Vai transar com ninguém não. – Bufou.

- Com ninguém? – Mordeu o lábio. – Com ninguenzinho? – Puxou Sophia pra perto mais uma vez. – Tem certeza? – Disse ao pé do ouvido.

- Comigo você pode... – Já estava arrepiada. – Até porque a gente tem um filho pra fazer.

- Vamos pra casa? – Falou depois de dar um beijo nela, a loira assentiu. – Mas eu vou deixar aqui bem claro mais uma vez, se eu pegar você mentindo pra mim de novo, eu não vou mais passar por cima, você está ouvindo.

- Não tenho mais porque mentir. – Sorriu. – E eu não quero mais arriscar tudo de novo. Você me assustou hoje. – Ela olhou a mala.

- Não era pra assustar, foi real. – Ele suspirou, agora bem sério. – Eu não devia nem ter facilitado tanto pra você no primeiro pedido de desculpas, você merecia um gelo bem dado depois de me fazer de trouxa de novo.

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