Depois do Para Sempre - Capitulo 18

 - Ih, Sophia. Acho que ele ficou com raiva, viu?! – Mel comentou depois que ele saiu. – Micael não leva essa história de vocês tão de boa quanto eu.

- Não está com raiva não. – Ela encarou Mel. – Ele fica meio assim quando lembra.

- É claro que ele não leva essa história de boa, né Mel?! – Debochou. – Ele foi traído, tu não.

- Ah, cala a boca ai Lua. – Ela disse rindo.

- E eu falei alguma mentira Mel? – Ergueu uma sobrancelha. – Gente, vamos embora? – Perguntou aos amigos. – Está na cara que Sophia quer conversar com o Micael. – Olhou pra amiga que estava bem pensativa.

- Hã? – Ela encarou Lua. – O que foi?

- A gente vai embora. – Ficou de pé. – Pra você conversar com o Mica em paz. – Deu um beijo na amiga. – Conversar, tá ouvindo?!

- Ué, a gente não tem motivo pra brigar, Lua. Tá doida? – Balançou a cabeça. – Mas eu tenho que conversar com ele mesmo sobre as muitas coisas que aconteceram hoje. – Suspirou.

- A gente entende. – Arthur pegou o filho do sofá, que em momento algum acordou.

- Dá notícias pra gente. – Lua pediu, deu outro beijo em Sophia, que se despediu dos outros e os levou até a porta. Logo em seguida ela caminhou para o quarto e encontrou Micael com uma toalha amarrada na cintura, de pé em frente ao armário enquanto procurava o que vestir. Caminhou até ele e o abraçou por trás.

- Está tudo bem? – Perguntou um pouco apreensiva. – Você saiu estranho da sala.

- Não sai estranho, só acho sem noção você dizer pra mim que foi desnecessário fazer um teste de DNA. – Achou um short. – Muito sem noção, por sinal.

- Será que a gente pode deixar isso pra lá? – Se afastou para que ele colocasse o short. – Não quero brigar com você.

- Ninguém aqui está brigando. – Deu de ombros e saiu do quarto, sendo seguido pela esposa até a cozinha. – Eles foram embora é?!

- Sim, que bom né, porque nem cueca você colocou, imagina se tivessem aqui. – Brincou.

- Ficou muito silêncio, eu percebi que não estavam mais. – Começou a passar geleia no pão. – O que vieram fazer aqui? Tenho certeza que não foi pra falar do meu exame. – Fez uma pausa. – Alias, o que você estava fazendo naquele quarto?

- A conversa com a Beth não foi boa, eles vieram ver como eu estava. – Sophia puxou uma cadeira e se sentou. – Eu cheguei um pouco antes do almoço ai estava vindo pra sala e resolvi entrar no quarto. – Disse respondendo à segunda pergunta do marido. – Parei pra pensar um pouco na vida. Peguei no sono, acordei com a campainha tocando.

- Está me dizendo que não comeu nada hoje? – Ele arregalou os olhos. – Desde a hora que saiu correndo de manhã igual a uma maluca até agora? – A loira assentiu. – Você ficou doida? Vai passar mal.

- Não estou com fome. – Fez uma careta. – Nenhuma fome.

- Impossível. – Se virou para a geladeira e começou a procurar algo pra fazer. – Eu vou fazer algo pra você comer rapidinho e não adianta dizer que não quer. Não sei como ainda está de pé!

- Não precisa se preocupar em cozinhar, eu como qualquer besteira que tiver pronta. – Ele balançou a cabeça. – Está tarde, você deve estar cansado.

- Sophia, você não pode passar o dia todo sem comer, chegar final de noite comer um pão e achar que está tudo bem, vai ficar doente. – Continuava a vasculhar a geladeira. – Devo começar a me preocupar com o que você come nessas suas viagens?

- Se for assim, deve. – Soltou uma risadinha. – Tenho tempo pra nada. – Ele colocou alguns ingredientes na mesa e foi no armário pegar um macarrão, era o mais rápido que ia conseguir fazer.

- O que foi que aconteceu com a Beth? – Disse enquanto colocava o macarrão no fogo. – Você realmente não parece bem.

- Ela disse que não ia me aceitar se eu engravidasse. – Seus olhos se encheram de lagrimas. – Disse que não tem espaço pra gestantes lá.

- Com essas palavras? – Ele deu a volta e se sentou na cadeira, ao lado dela.

- Não, foi muito pior. – Fungou, não tinha chorado por causa daquilo ainda. – Disse que eu vou ficar gorda, com estrias e com peito caído. – O moreno tinha uma expressão surpresa. – Me mandou escolher.

- Mas essa mulher é uma desalmada, como que fala uma coisa dessa? – Cruzou os braços. – A sua vida para se for modelo? Não pode ter família e nem nada?!

- Com ela é assim. – Secou o rosto com as costas da mão. – Por isso que eu entrei no quarto, fui pensar no assunto no quarto que já é do nosso filho.

- Meu amor, eu não estou te obrigando a nada. – Ela o encarou por alguns instantes.

- Claro que está. – Se recostou na cadeira. – Se eu falar pra você agora que não vai rolar filho nenhum você vai embora de casa. Você sabe muito bem que está me colocando contra parede. – Fungou novamente. – É você de um lado e a Beth do outro.

- Você fala como se só existisse a agência da Beth. – Sophia se lembrou das palavras da Lua. – Existe muita gente por ai que vai querer te agenciar e você sabe disso, assim como também existe muita gente por ai que vai querer casar com você e você também sabe disso, basta só você decidir.

- Olha o que você está falando! – Encarou Micael. – Não acho que é o melhor momento pra você me dizer uma coisa dessa, não está vendo como eu estou? Não dá pra ter o mínimo de compaixão e empatia não?

- Eu queria era que você estivesse tão feliz quanto eu. – Levantou e foi de volta ao fogão olhar o ponto da massa que cozinhava. – Mas está na hora de realmente aceitar que nunca vai acontecer.

- Eu queria ver se você tivesse que escolher entre cozinha e eu. – Ela ficou caminhou pra perto de Micael, do outro lado do balcão. – Pior ainda, queria que tivesse que escolher entre cozinhar e ser pai.

- Sophia...

- Não, Micael. – Interrompeu. – Não precisa me dizer outra vez o quanto você já fez para que estivéssemos juntos hoje, não precisa jogar nada na minha cara mais. Eu já entendi o seu lado eu só queria que você entendesse o meu. Eu quero ser mãe, depois da tarde que eu passei no quartinho do bebê eu cheguei a essa conclusão. Eu também já disse a Elizabeth que ia sim engravidar mesmo ela me expulsando da agência. Agora, só me deixa em paz. – Saiu da cozinha e gritou a ele que não ia jantar.

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