- Com toda certeza do mundo a gente já comprou coisas demais. – Sophia olhou as sacolas que estavam ao seu lado. – Exageramos!
- Que nada. – Ele deu de ombros. – Ainda tem um milhão de coisas pra comprar.
- Mas ai quando a gente tiver um
bebê né?! – Soltou uma risadinha.
Os dois estavam na praça de
alimentação do shopping comendo um lanche que com certeza Sophia teria que
malhar três dias pra conseguir eliminar todas as calorias que possuía. Aquele
com certeza era um dia atípico na vida dos dois, estavam desde cedo na rua,
praticamente abriram o shopping. Compraram a mobília para o quarto do neném e não
satisfeitos, algumas roupinhas, lençóis, travesseiro, banheira... Muita coisa
que realmente podiam esperar para ter.
- Eu estou ansioso. – Disse dando
uma mordida no lanche. – Será que a gente consegue engravidar fácil?
- A gente? – Sophia deu uma
gargalhada. – Você vai embarrigar também e eu não sabia?
- Ué, ficaremos grávidos. – Falou
ainda empolgado, limpando a boca com um guardanapo. – Não vai ser só você.
- Lado muito bom é que estou vendo
que serei muito mimada. – Seguia rindo.
- E por um acaso você já não é? –
Ergueu uma sobrancelha. – Eu faço todas as suas vontades sem reclamar de nada,
bonitona.
- Ah, eu vou inventar uns desejos
bem loucos de madrugada e eu quero ver você arrumar. – Ele arregalou os olhos. –
Você vai ter que sofrer com alguma coisa.
- Mas não é pra inventar, tem que
ser uns desejos sérios. – Comeu uma batatinha. – Comer uns tijolos, areia...
- Eu hein, eu vou querer é coisa
gostosa, não material de construção. – Cruzou os braços.
- Graças a Deus que inventaram
delivery de comida. – Ele deu um sorriso. – Não preciso sair por ai que nem um
louco atrás do que você quer, é só abrir o celular e pedir. Tem uns vinte e
quatro horas.
- Você tira a emoção das coisas! –
Ela rolou os olhos e arrancou mais uma risada dele. – Eu não sei se vai demorar
muito.
- Da outra vez veio e a gente nem
programou...
- Naquela vez eu tomava remédio via
oral. – Começou a pensar. – Depois que perdi, comecei com o injetável, porque
fiquei com medo né?!
- Eu lembro. – Bufou. – Ficava com
a bunda doendo cinco dias, castigo, podia nem dar um tapinha.
- Micael! – Ela repreendeu olhando
para os lados. – Estamos em público.
- Para de graça, ninguém ouviu
nada! – Seguia rindo.
- Depois do casamento. – Ela voltou
ao raciocínio. – Eu voltei para o via oral de novo. Se eu engravidei tomando o remédio,
imagina sem tomar.
- Isso é ótimo, porque depois
ainda vamos ter que esperar mais nove meses. – Ele realmente estava impaciente.
- Comprar essas coisas te deixou
mais ansioso e impaciente do que já estava. – Achou graça da careta de Micael. –
Se controle, homem. Vai dar tudo certo.
- Até parece que você não está
ansiosa. – Ele suspirou. – Pra ter o nosso pedacinho no colo. Vou nem querer ir
trabalhar mais.
- Ah, vai trabalhar sim que eu não
quero homem vagabundo. – Implicou. – O dia todo dentro de casa.
- Sai fora, né?! – Voltou a rir. –
Desde quando quem fica em casa cuidando do filho e da casa é vagabundo? Às
vezes trabalha bem mais do que quem tem emprego fixo.
- Você tem um ponto. – Concordou. –
Ai então eu saio pra trabalhar e você fica em casa com a Mirella? – Achou graça
quando ele assentiu. – Eu duvido que você vai largar a sua cozinha pra ficar em
casa cuidando da bebê.
- Eu não teria coragem de fazer
isso. – Bufou. – Amo meu trabalho, mesmo com meu pai enchendo o saco.
- Tanto tempo que vocês estão na
paz.
- Desde que ele voltou com a minha
mãe e adotou o Anthony, tive paz. – Sophia o encarou.
- Ele não adotou o Anthony, isso
ai me parece ciúme hein. - Riu. – Está com saudades de brigar com seu pai, pode
deixar que eu vou mandar uma mensagem pra ele pedindo pra te dar uma bronca.
- Ah, ele adotou o Anthony sim,
moleque vive na sala dele. Todo dia a tarde, chega da escola e vai pra lá.
- Ele está ensinando ao seu irmão
a parte burocrática do restaurante, coisa que até onde eu sei, você sempre
repudiou. Está treinando outra pessoa pra ficar no lugar dele e você está louco
de ciúmes.
- Não estou nada!
- Está sim! – Continuava rindo. –
É seu irmão, não precisa disso.
- Nem é filho dele. – Rolou os
olhos. – Não vi essa dedicação toda pra me ensinar quando eu estava no Sul, era
só grosseria e bronca pra cima de mim.
- Micael do céu. – Prendeu um
pouco a risada. – Ele não precisa gritar com o Tony porque ele gosta daquilo,
ele se interessa pelo assunto. Diferente de você que cagava e ainda por cima é
grosso que nem um cavalo.
- Eu não sei pra que converso com você,
você sempre está do lado dele, assim como ele sempre está do seu lado. – Tinha um
bico imenso. – Perda de tempo.
- Meu amor, para de bobeira, se o
Anthony ficar no lugar dele é bom pra você, não vai precisar se preocupar com o
administrativo, porque seu irmão com certeza vai ser de confiança.
- Já entendi. – Deu de ombros. –
Podemos ir pra casa?
- Está irritado comigo? – Esticou a
mão pra tocar a dele. – Me desculpa se eu falei algo errado, só quis mostrar
meu ponto de vista. Você não precisa ter ciúme do seu irmão.
- Que ciúme o quê?! – Puxou a mão
e ficou de pé. Pegou as bandejas pra jogar o lixo fora e logo voltou pra
carregar algumas das sacolas.
Caminharam em silêncio pelos
corredores do imenso local. Encontraram com Chay, já perto da saída. Ele se
aproximou dos dois com um sorriso.
- Ei, casal! – Extremamente simpático.
– Que milagre encontrar com vocês.
- Claro, você some. – Sophia disse
rindo. – Não precisa sumir, você é bem vindo pra nossas resenhas, sabe disso.
- Ah, depois da ultima eu não acho
muito legal ficar junto da Mel e do marido dela. – Suspirou. – É uma situação
delicada.
- Onde está a Renata? – Micael perguntou
ao ver que ele estava sozinho.
- Nós terminamos, recentemente. –
Suspirou. – Parece que a minha sina é ficar sozinho.
- Ah, para de drama vai. – Soph riu.
– Ainda vai achar o seu amor.
- Quem sabe um dia. – Deu de
ombros. – Não estou mais procurando. Tem horas que é mais fácil desistir e
esperar.
- Está indo embora? – O moreno
indicou a saída e Chay assentiu. – Vamos lá em casa!
- Agora? - Ergueu uma sobrancelha.
- É, ué. – Balançou a cabeça. –
Tem o que pra fazer?
- Pior que nada. – Bufou. – Mas tem
certeza que não vai chegar a bendita né?
- Bom, não tem nada marcado. – Foi
a loira quem respondeu. – Zona segura por enquanto.
- E desde quando precisa ter algo
marcado? – Rolou os olhos. – A gente nunca precisou. – Deu risada e começou a
acompanhar o casal para o estacionamento.
- Você com certeza teu um ponto. –
Sophia deu risada e balançou a cabeça para Chay.
continuaaaaaaa
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