Depois do Para Sempre - Capitulo 20

 - Com toda certeza do mundo a gente já comprou coisas demais. – Sophia olhou as sacolas que estavam ao seu lado. – Exageramos!

- Que nada. – Ele deu de ombros. – Ainda tem um milhão de coisas pra comprar.

- Mas ai quando a gente tiver um bebê né?! – Soltou uma risadinha.

Os dois estavam na praça de alimentação do shopping comendo um lanche que com certeza Sophia teria que malhar três dias pra conseguir eliminar todas as calorias que possuía. Aquele com certeza era um dia atípico na vida dos dois, estavam desde cedo na rua, praticamente abriram o shopping. Compraram a mobília para o quarto do neném e não satisfeitos, algumas roupinhas, lençóis, travesseiro, banheira... Muita coisa que realmente podiam esperar para ter.

- Eu estou ansioso. – Disse dando uma mordida no lanche. – Será que a gente consegue engravidar fácil?

- A gente? – Sophia deu uma gargalhada. – Você vai embarrigar também e eu não sabia?

- Ué, ficaremos grávidos. – Falou ainda empolgado, limpando a boca com um guardanapo. – Não vai ser só você.

- Lado muito bom é que estou vendo que serei muito mimada. – Seguia rindo.

- E por um acaso você já não é? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu faço todas as suas vontades sem reclamar de nada, bonitona.

- Ah, eu vou inventar uns desejos bem loucos de madrugada e eu quero ver você arrumar. – Ele arregalou os olhos. – Você vai ter que sofrer com alguma coisa.

- Mas não é pra inventar, tem que ser uns desejos sérios. – Comeu uma batatinha. – Comer uns tijolos, areia...

- Eu hein, eu vou querer é coisa gostosa, não material de construção. – Cruzou os braços.

- Graças a Deus que inventaram delivery de comida. – Ele deu um sorriso. – Não preciso sair por ai que nem um louco atrás do que você quer, é só abrir o celular e pedir. Tem uns vinte e quatro horas.

- Você tira a emoção das coisas! – Ela rolou os olhos e arrancou mais uma risada dele. – Eu não sei se vai demorar muito.

- Da outra vez veio e a gente nem programou...

- Naquela vez eu tomava remédio via oral. – Começou a pensar. – Depois que perdi, comecei com o injetável, porque fiquei com medo né?!

- Eu lembro. – Bufou. – Ficava com a bunda doendo cinco dias, castigo, podia nem dar um tapinha.

- Micael! – Ela repreendeu olhando para os lados. – Estamos em público.

- Para de graça, ninguém ouviu nada! – Seguia rindo.

- Depois do casamento. – Ela voltou ao raciocínio. – Eu voltei para o via oral de novo. Se eu engravidei tomando o remédio, imagina sem tomar.

- Isso é ótimo, porque depois ainda vamos ter que esperar mais nove meses. – Ele realmente estava impaciente.

- Comprar essas coisas te deixou mais ansioso e impaciente do que já estava. – Achou graça da careta de Micael. – Se controle, homem. Vai dar tudo certo.

- Até parece que você não está ansiosa. – Ele suspirou. – Pra ter o nosso pedacinho no colo. Vou nem querer ir trabalhar mais.

- Ah, vai trabalhar sim que eu não quero homem vagabundo. – Implicou. – O dia todo dentro de casa.

- Sai fora, né?! – Voltou a rir. – Desde quando quem fica em casa cuidando do filho e da casa é vagabundo? Às vezes trabalha bem mais do que quem tem emprego fixo.

- Você tem um ponto. – Concordou. – Ai então eu saio pra trabalhar e você fica em casa com a Mirella? – Achou graça quando ele assentiu. – Eu duvido que você vai largar a sua cozinha pra ficar em casa cuidando da bebê.

- Eu não teria coragem de fazer isso. – Bufou. – Amo meu trabalho, mesmo com meu pai enchendo o saco.

- Tanto tempo que vocês estão na paz.

- Desde que ele voltou com a minha mãe e adotou o Anthony, tive paz. – Sophia o encarou.

- Ele não adotou o Anthony, isso ai me parece ciúme hein. - Riu. – Está com saudades de brigar com seu pai, pode deixar que eu vou mandar uma mensagem pra ele pedindo pra te dar uma bronca.

- Ah, ele adotou o Anthony sim, moleque vive na sala dele. Todo dia a tarde, chega da escola e vai pra lá.

- Ele está ensinando ao seu irmão a parte burocrática do restaurante, coisa que até onde eu sei, você sempre repudiou. Está treinando outra pessoa pra ficar no lugar dele e você está louco de ciúmes.

- Não estou nada!

- Está sim! – Continuava rindo. – É seu irmão, não precisa disso.

- Nem é filho dele. – Rolou os olhos. – Não vi essa dedicação toda pra me ensinar quando eu estava no Sul, era só grosseria e bronca pra cima de mim.

- Micael do céu. – Prendeu um pouco a risada. – Ele não precisa gritar com o Tony porque ele gosta daquilo, ele se interessa pelo assunto. Diferente de você que cagava e ainda por cima é grosso que nem um cavalo.

- Eu não sei pra que converso com você, você sempre está do lado dele, assim como ele sempre está do seu lado. – Tinha um bico imenso. – Perda de tempo.

- Meu amor, para de bobeira, se o Anthony ficar no lugar dele é bom pra você, não vai precisar se preocupar com o administrativo, porque seu irmão com certeza vai ser de confiança.

- Já entendi. – Deu de ombros. – Podemos ir pra casa?

- Está irritado comigo? – Esticou a mão pra tocar a dele. – Me desculpa se eu falei algo errado, só quis mostrar meu ponto de vista. Você não precisa ter ciúme do seu irmão.

- Que ciúme o quê?! – Puxou a mão e ficou de pé. Pegou as bandejas pra jogar o lixo fora e logo voltou pra carregar algumas das sacolas.

Caminharam em silêncio pelos corredores do imenso local. Encontraram com Chay, já perto da saída. Ele se aproximou dos dois com um sorriso.

- Ei, casal! – Extremamente simpático. – Que milagre encontrar com vocês.

- Claro, você some. – Sophia disse rindo. – Não precisa sumir, você é bem vindo pra nossas resenhas, sabe disso.

- Ah, depois da ultima eu não acho muito legal ficar junto da Mel e do marido dela. – Suspirou. – É uma situação delicada.

- Onde está a Renata? – Micael perguntou ao ver que ele estava sozinho.

- Nós terminamos, recentemente. – Suspirou. – Parece que a minha sina é ficar sozinho.

- Ah, para de drama vai. – Soph riu. – Ainda vai achar o seu amor.

- Quem sabe um dia. – Deu de ombros. – Não estou mais procurando. Tem horas que é mais fácil desistir e esperar.

- Está indo embora? – O moreno indicou a saída e Chay assentiu. – Vamos lá em casa!

- Agora? -  Ergueu uma sobrancelha.

- É, ué. – Balançou a cabeça. – Tem o que pra fazer?

- Pior que nada. – Bufou. – Mas tem certeza que não vai chegar a bendita né?

- Bom, não tem nada marcado. – Foi a loira quem respondeu. – Zona segura por enquanto.

- E desde quando precisa ter algo marcado? – Rolou os olhos. – A gente nunca precisou. – Deu risada e começou a acompanhar o casal para o estacionamento.

- Você com certeza teu um ponto. – Sophia deu risada e balançou a cabeça para Chay.

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