Depois do Para Sempre - Capitulo 17

 - Você agora é fiscal de trabalho? – Arthur perguntou rindo. – Eu estou tirando férias, a última que tirei foi na época que você ia casar, querida, eu mereço um descanso.

- Justo. – Ela deu de ombros. – E vocês? – Se virou pra Douglas e Mel. – Não tem um enxoval pra preparar não?

- Tá querendo que a gente vá embora é só falar, sabia? – Douglas alfinetou. – A gente não tem cerimônia não. A Lua contou pra gente as coisas que a Beth falou e a gente veio aqui te dar uma força, sabemos o quanto é importante pra você.

- Pois é. – Suspirou. – Eu não esperava aquela reação. – Se sentou na poltrona de Micael. – Fiquei muito surpresa.

- Ela deve estar sem modelo pra pegar ela, ai está recalcada. – Mel bufou. – Eu nunca suportei aquela mulher.

- E alguém suporta ela, Mel? – Lua debochou. – Só a Sophia que ficava numa falsidade que só.

- Douglas suportou por bastante meses. – A loira soltou e reparou bem na careta de Mel. – E eu tenho certeza de que ele adorava suportar, não é mesmo?

- Ela não era chata comigo. – Ele deu de ombros. – Nunca foi.

- Claro que não, ela chupava seu pau. – Mel disse mal humorada e arrancou risada de Douglas.

- Meu filho está na sala. – Lua repreendeu. – Vamos maneirar no palavreado. – Mel balançou a cabeça concordando. Olhou pra mão de Sophia e a viu segurando um papel. – Que isso ai?

- Ah! – Ela sorriu. – É o teste de DNA. – Entregou o papel a Lua. – Eu entrei no quarto do bebê e tinha umas caixas lá, um monte de coisa velha, mas tinha isso ai dentro de uma pasta.

- O Micael guardou o resultado do exame. – Lua achou graça. – Que bonitinho!

- Também achei. – Sophia riu também. – Só que ele nunca me falou que guardou, achei que já estava no lixo faz tempo.

- Todo amassado do jeito que tá, devia estar né. – Arthur riu. – Fernanda deu chilique e o coitado do papel que sofreu.

- Eu estava lembrando daquele dia e da raiva que eu estava sentindo por fazer esse teste. – Sophia comentou com os amigos. – Mas foi tão satisfatório ver a cara daquela mocreia.

- Só eu que não estava lá mesmo? – Mel comentou olhando os amigos.

- Pois é, você devia estar em cárcere privado com o Chay. – Lua implicou e recebeu uma almofadada no rosto. – Ué, agora é errado falar a verdade?

- Eu não estava nada presa, tá legal? – Cruzou os braços por cima da barriga, vocês são muito implicantes.

- Claro que estava. – Sophia implicou. – As maiores tretas que aconteceram na época você não presenciou.

- Me conta Mel. – Douglas começou a falar calmo e Mel achou que era sério. – Ele te amarrava no pé da cama? – Ele explodiu em risadas junto com os amigos.

- Larga de ser ridículo. – Deu tapinhas nele. – Vocês estão muito engraçadinhos mesmo. A chacota do dia hoje sou eu.

- Foi você que disse que não estava lá. – Lua continuava a rir. – E todos nós estávamos lá. Agora, se você perdeu o evento maravilhoso que foi a descoberta do pai do filho da Sophia, a culpa não é minha.

- “Descoberta do pai do filho da Sophia” – A loira repetiu fazendo aspas com os dedos. – Olha as coisas que ela fala. – Achou graça.

- E não era não? – Arthur concordou com a esposa. – Todo mundo na expectativa pra saber o que tinha dado no resultado. Até você, confessa pra gente!

- Eu nunca tive dúvida. – Os amigos a encararam sem acreditar. – Eu estou falando muito sério. Em nenhum momento passou pela minha cabeça que o Micael não fosse o pai do meu bebê e eu deixei isso bem claro pra todo mundo. Eu fiz esse teste ai na força do ódio pra deixar ele e aquela bruaca no chinelo.

- E nada supera a cara do Arthur entrando no quarto depois. – Douglas começou a rir. – Impagável. – Sophia o acompanhou.

- É muito estranho ver vocês dois juntos. – Arthur se defendeu e fez uma careta. – Cena dos infernos, credo.

- Vocês dois juntos? – Mel perguntou, estava perdida.

- No dia do resultado do exame. – Lua ergueu o papel enquanto Arthur contava. – Sophia e Douglas estavam quase se engolindo vivos. Chega fiquei preocupado.

- Mas é exagerado demais. – Soph balançou a cabeça. – Não é pra tanto, você que nunca tinha visto a gente junto, por isso ficou em choque.

- E alguém já tinha visto? – Mel alternou olhares. – Eu com certeza não.

- Infelizmente, esse desprazer eu tive. – Ela entregou o papel amassado de volta a Sophia. – Mas eu também fiquei em choque, não julgo o Arthur.

- Vocês são dramáticos demais. – Sophia bufou. – Único que tinha que ficar em choque se visse era Micael, mas ele nem viu nada.

- E o dia que o Douglas te agarrou na frente dele não conta? – Lua cruzou os braços. – Ou a bonita esqueceu?

- Ih, é verdade. – Botou a mão na cabeça. – Tinha esquecido dessa ousadia. E ainda disse na cara dele que eu o chamei de frouxo.

- Quê? – Mel mais uma vez estava perdida. – Eu não quero mais conversar com vocês não.

- A gente não tem culpa, meu amor. – Ele colocou os braços sobre os ombros da esposa. – Você perdeu as emoções, agora é só ficar de espectadora nas conversas mesmo.

- Naquele dia eu achei muito que o Micael ia te bater. – Soph balançou a cabeça. – Quase que perdi meu filho pela boca, com aquele teu deboche.

- Foi bom né? – Dizia orgulhoso de si. – Aposto que ele não estava esperando por aquilo.

- Ninguém estava né? – Lua disse rindo. – Foi um choque pra todo mundo. – Ela olhou o filho que dormia no sofá. Todos ouviram o barulho da porta se abrindo e olharam espantados. – Já? – Ela disse quando viu Micael passar pela porta. – Ou você chegou cedo, ou nós estamos há muitas horas falando sobre o mesmo assunto.

- Um pouco dos dois. – Respondeu com um sorriso. – São dez da noite, cheguei cedo e provavelmente vocês estão falando muito tempo da mesma coisa, visto como Matheus está no décimo quinto sono.

- Putz, a gente se empolgou real. – Mel balançou a cabeça.

- Qual era o assunto? – Se sentou no chão e jogou a mochila para o lado. – Espero que não tenha sido eu.

- Acertô mizeravi. – Douglas brincou.

- Achei no quarto vazio. – Esticou o papel. – Estávamos conversando sobre esse dia.

- Ué, foi fazer o que lá, não lembro de você ter entrado lá desde que mudamos. – Micael sorriu para o papel. – Ainda futucou as minhas coisas.

- Fiquei foi surpresa de você ter guardado isso ai. – Deu de ombros. – Muito surpresa na verdade, achei que esse papel já tinha sido reciclado faz tempo.

- Sai fora. – Abriu o papel e riu. – Era meu filho, eu não ia jogar fora.

- Um exame de DNA é mesmo uma super lembrança pra se guardar. – Ela rolou os olhos. – Parece até uma lembrança feliz.

- É alguma coisa né?! – Deu de ombros. – Infelizmente, foi necessário na época.

- Não foi necessário na época. – Ela fez uma careta. – Você que foi um teimoso.

- Não era necessário? – Arregalou os olhos e depois riu. – Com certeza não era Sophia. – Se levantou, pegou a mochila. – Vou tomar um banho.

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