Depois do Para Sempre - Capitulo 30

 - Essa demora é normal? – Micael perguntou agoniado. Estavam no consultório da obstetra que atendeu Sophia na ultima gravidez. O moreno olhava para os lados a todo tempo reparando naquele monte de mulher barriguda que esperavam ali junto com os dois. – Pensei que horário marcado significasse que não teríamos que esperar.

- Ei, se acalma. – Ela sorriu. – Deve ter acontecido alguma coisa com a Eliane. – Deu de ombros. – Ai se atrasa uma, atrasa todas. Relaxa que logo é a nossa vez.

- É que eu estou ansioso.

- E eu não sei? – Fez carinho no rosto do marido. – Olha só, as mulheres estão todas sozinhas, só tu que tá aqui.

- A culpa não é minha se elas fizeram filhos com pais desnaturados. – Deu de ombros e arrancou mais um sorriso da esposa. – Você deu sorte, querida.

- Eu sei. – Lhe deu um selinho e logo depois ouviram o nome dela ser chamado. Caminharam os dois de mãos dadas pra sala da médica. – Olá, Eliane.

- Ei, Sophia. – Deu beijinhos no rosto dos dois. – Como estão, papais?

- Ansiosos. – Micael respondeu mais rápido do que Sophia.

- Ah, eu imagino que sim! – Deu um sorriso. – Soph, coloque esse roupão e deita naquela maca. – Apontou e Sophia assentiu. – Vamos fazer a transvaginal pra descobrir como está o seu bebê, já que o obstétrico via abdominal é mais indicado a partir da décima segunda semana, se lembra?

- Sim, eu lembro! – Gritou por detrás do biombo. – E sei também que pode ser que não detecte nada se eu estiver com menos de cinco semanas.

- Isso! – Eliane sorriu novamente. – Vamos descobrir tudo o que há pra descobrir agora! – Sophia se deitou na maca e apoiou os pés no aparelho que a deixava completamente exposta. Micael estava junto a cabeça dela e segurava sua mão. Não demorou a medica enfiar o aparelho e receber imagens. Eliane tinha uma expressão de surpresa no rosto.

- O que foi? – Sophia perguntou preocupada. – Pelo amor de Deus, Eliane.

- Se acalma. – Soltou uma risadinha. – Olha pra tela. – Apontou pra imagem. – Esse aqui já é o saco gestacional do seu bebê. Também é possível identificar o embrião. – Mostrou onde estava. – Você está gravida de mais de sete semanas. Não são gêmeos e graças a Deus o bebê está no útero.

- Onde mais estaria? – Micael perguntou confuso, Sophia e a medica riram. – Foi uma pergunta séria.

- Nunca ouviu falar de gravidez nas trompas? – Eliane respondeu gentilmente. – Causa sérias complicações, mas graças a Deus não é o caso. Agora escutem só. – Fez silêncio e logo o som do coração acelerado de Mirella invadiu o local. Micael estava a ponto de chorar e Sophia achava fofo a reação do marido.

- Eu não esperava que desse pra ouvir o coraçãozinho dela já hoje. – Sophia falou com a médica. – Eu estou com mais de sete semanas e com certeza venho fazendo testes de farmácia esse tempo todo e todos deram negativos.

- Às vezes acontece. – Eliane tirou o aparelho de Sophia. – Pode se trocar. – Entregou a ela lenços de papel para que se limpasse e logo a loira voltou e sentou-se na cadeira a frente da mesa, junto com Micael. – Sô, a sua data provável pra parto, que a gente chama de DPP, é no dia cinco de setembro. Uma data limite, segundo as contas do próprio ultrassom, já que você ainda segue menstruando normal então não conseguiremos calcular o DUM. Eu vou passar a você uma série de exames de sangue, precisamos verificar como anda a sua saúde. – A medica ida falando e anotando x em quase todos os exames da guia. Por enquanto, nossa consulta fica por aqui, quando você tiver o resultado desses exames você marca outra. Tudo bem?

- Sim, farei o mais rápido possível! – Balançou a cabeça e ficou de pé. Antes de saírem, ouviram batidas na porta e uma enfermeira entrou após ter permissão. Ela tinha um envelope branco com a logo da clínica, entregou a Eliane e logo em seguida saiu de novo.

- Aqui estão as imagens do ultrassom para que o papai babão possa namorar o bebê em casa. – Brincou com Micael. – Vou aguardar vocês. – Se despediram e saíram do consultório.

 

Micael obrigou Sophia a fazer de uma vez o exame de sangue, já que estava ali e em jejum desde cedo. Não demorou muito e eles já estavam de volta a casa, Sophia se jogou no sofá, exausta, Micael achou graça.

- Parece até que correu uma maratona. – Sorriu ao se sentar numa das poltronas. – Imagina quando tiver com um barrigão?!

- Para de me assustar com antecedência. – Ela pediu e fechou os olhos. – Eu estou morrendo de fome, sabia? Quase quatro horas da tarde e não pude comer nada.

- Ué, não é você que adora ficar sem comer? – Brincou. – Está realizada.

- Tu deixa de ser palhaço. – Arremessou uma almofada. – Falou que me queria em casa pra cuidar de mim e eu não tô vendo nada disso hein.

- Ah, filha da puta. – Jogou a almofada de volta. – Eu sou seu escravo? – Disse prendendo o riso. Sophia se sentou, depois de abrir os olhos.

- Você me engravidou, agora me alimenta. – Deu de ombros. – Você que lute.

- Como se eu não te alimentasse antes de te engravidar. – Achou graça e saiu de da sala indo pra cozinha. – Deixa eu ver o que tem pronto pra adiantar.

- Ainda vai me dar comida velha?

- Ué, pretende jogar fora a comida que está na geladeira.

- Não, mas eu já comi ontem.

- Mas a gente tem que acabar com ela. – Deu de ombros. – Vou dar uma improvisada que vai parecer outra. – Piscou. – E ai a noite a gente sai pra jantar.

- Restaurante do seu pai? – Ergueu a sobrancelha.

- Pelo amor de Deus! – Bufou. – Nem que ele me pagasse pra comer lá.

- Ué gente, você adora comer lá, ainda mais que é de graça.

- Meu pai tira a minha paz de espirito. – Sophia balançou a cabeça, mas não discutiu. Ligou a televisão e ficou ali até que Micael a chamasse pra comer.

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