- Ciúmes de mim? – Anthony arregalou os olhos. – Nem fiz nada.
- Sophia está exagerando, não leva ela a sério não. – Tentou desconversar. – Ela meteu isso na cabeça e agora ninguém tira.
- Até parece. – Ele a encarou. –
Ficou o tempo todo reclamando de você Jorge.
- De mim?! – Ficou surpreso. – Nem
fiz nada. – Repetiu o enteado.
- Esse ai é o problema. – Estalou
os dedos. – “ah, mas o meu pai agora só quer saber de Anthony e nem é filho
dele.”
- Sophia, para de inventar vai. – Disse
olhando para o conteúdo da panela.
- Ah, agora eu estou inventando? –
Prendia o riso. – “O Anthony mal sai da escola e já vai pra lá” – Tentou
engrossar a voz para imita-lo melhor. – Ó, está morrendo de saudade das suas
broncas. – Ela falou olhando pra Jorge, que estava rindo.
- Se quiser, amanhã eu brigo com
você. – Ria descaradamente. – É só eu botar o pé na cozinha que eu arranjo
motivo fácil. – Estalou os dedos. – Aquilo lá é uma zona.
- Ei! – Encarou o pai. – Nada é
uma zona lá é tudo muito organizado.
- Ah, então você já se acostumou
com a zona e ai nem percebe mais. – Ele deu de ombros. – Adriano organiza como
ninguém nos dias dele.
- Não acredito que eu estou
ouvindo uma coisa dessa não! – Botou a colher de pau na mesa e encarou o pai. –
Você não veio até a minha casa pra me estressar uma hora dessa! Só o que me
faltava. – Então Jorge explodiu em risadas. – Você está me zoando!
- Você não estava com saudade? –
Sophia começou a rir junto. – Estou tentando te deixar feliz.
- Você e a Sophia se merecem,
sabia? – Voltou a se concentrar na comida. – Não é atoa que um defende o outro
como se não houvesse amanhã.
- Isso é porque a gente sempre
está certo e você errado. – Jorge piscou pra Sophia. – Lamentável. – Antes que
Micael pudesse dar uma resposta ao pai, o toque de um celular chamou a atenção
deles. Tony tirou o celular do bolso e sorriu.
- Ih, é meu pai! – Disse antes de
sair pra sala e atender o celular num “oi, pai” bem empolgado. Jorge fez uma
careta e Micael apontou pra ele com a colher de pau.
- Olha ai. – Chamou a atenção de
Sophia. – Ficou sentido.
- Que sentido o quê. – Cruzou os
braços. – Você está vendo coisas.
- Eu? – Forçou o riso. – Está na
sua cara.
- Ai, Micael, já chega. – Antônia
pediu. – E é errado seu pai gostar do Anthony?
- Gostar, não. – Deu de ombros. –
Adotar é, que eu saiba ele não é nenhum órfão que esteja precisando de um pai.
- Você realmente está com ciúmes.
– Jorge desfez a careta e um sorriso logo apareceu. – Nunca pensei que algo do
tipo aconteceria.
- Eu avisei que ele estava. –
Sophia brincou. – Morrendo de ciúmes. Cuidado hein, Jorge. Micael com ciúmes é
insuportável.
- Fica, quietinha, por favor, meu
amor! – Pediu com a voz mansa.
- Essa marra dele de que não liga
é só fachada. – Antônia deu uma risadinha com o fato de que Sophia continuava a
tagarelar. – Está se corroendo por dentro com o fato de você ficar com o
Anthony na salinha todo dia.
- Ué, mas ele gosta da
administração. – Rolou os olhos. – Se ele gosta, é bom ter alguém na família
que possa fazer o trabalho que você corre a vida toda, não é filhote?
- É pai, deve ser.
- Eu não acredito que você está
realmente irritado com isso. – Antônia encarou o filho. – É um absurdo, Micael.
- Ah, mãe. – Bufou. – Não começa
também. – Desligou o fogo. – A janta está pronta. Vou no banheiro. – Saiu da
cozinha.
- Pronto, tá puto. – Sophia disse
rindo. – Ele realmente tem ciúme, quem diria?!
- Pois é, quem diria! – Sorriu.
- Me deem um segundinho que eu vou
lá falar com ele. – Suspirou. – Prometer que vou parar de falar no assunto. –
Antônia e Jorge assentiram e ela caminhou para o quarto. – Está com raiva? –
Encontrou com o marido sentado na cama.
- Você também puxa cada assunto. –
Rolou os olhos. – Agora ele vai ficar se achando.
- Meu amor, ele é seu pai. – Se
sentou ao lado. – É bom de vez em quando você deixar ele saber que você o ama.
Você nunca diz.
- Claro que eu já disse. – Ainda
tinha um bico. – Ai agora o moleque é outro que vai ficar se achando também.
- Vai nada. – Balançou a cabeça. –
Ele acha que foi brincadeira. Agora para de graça, e vamos jantar que eu
prometo não falar mais nada disso com eles.
- Você é foda, Sophia. – Bufou. –
Vontade de te bater as vezes.
- Larga de ser besta, vamos lá. –
Ficou de pé e estendeu a mão ao moreno. – Quanto mais rápido a gente for e
jantar, mais rápido eles vão embora. – Disse com um tom safado que fez com que
Micael levantasse na hora.
- Se é assim, vamos logo. – Soltou
uma risada e os dois saíram do quarto.
Pouco mais de dois meses tinham se
passado desde que Sophia e Micael decidiram ter um filho, mas ela ainda não
estava grávida e isso preocupava Micael. Ele tinha comprado muitos testes de
farmácia e deixava em casa, volta e meia pedia a Sophia pra fazer, quando
desconfiava de algo e todos davam negativo.
Elizabeth também não tinha
procurado por Sophia e ela já tinha assumido que realmente não procuraria. Já
tinha divulgado nas redes sociais que estava free agente, e como Micael previu,
algumas agências entraram em contato pra tentar firmar algum tipo de contrato.
Ela tinha aceitado uma proposta de
uma agência não muito grande e famosa, que atualmente pegava só campanha pelo
Rio de Janeiro. Tinha conversado sobre a gravidez que viria e por isso, as duas
partes decidiram não firmar um contrato no momento, seriam trabalhos
esporádicos.
- Amor, já estamos atrasados. –
Micael gritou da sala.
- Nem é pra tanto. – Sophia veio
com a bolsa. – Já estou pronta, você não precisa gritar.
- Lua marcou uma hora da tarde,
vai dar duas e a gente ainda está em casa. – Olhou para o relógio.
- A casa da Lua deve estar tão
cheia de gente que ela não vai nem prestar atenção que a gente não chegou.
- Até parece. – Deu uma risadinha.
– Vamos logo que o aniversário da sua melhor amiga já deve estar rolando.
continuaaaaaaaa
ResponderExcluirQue ela engravide logo
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