Depois do Para Sempre - Capitulo 22

 - Ciúmes de mim? – Anthony arregalou os olhos. – Nem fiz nada.

- Sophia está exagerando, não leva ela a sério não. – Tentou desconversar. – Ela meteu isso na cabeça e agora ninguém tira.

- Até parece. – Ele a encarou. – Ficou o tempo todo reclamando de você Jorge.

- De mim?! – Ficou surpreso. – Nem fiz nada. – Repetiu o enteado.

- Esse ai é o problema. – Estalou os dedos. – “ah, mas o meu pai agora só quer saber de Anthony e nem é filho dele.”

- Sophia, para de inventar vai. – Disse olhando para o conteúdo da panela.

- Ah, agora eu estou inventando? – Prendia o riso. – “O Anthony mal sai da escola e já vai pra lá” – Tentou engrossar a voz para imita-lo melhor. – Ó, está morrendo de saudade das suas broncas. – Ela falou olhando pra Jorge, que estava rindo.

- Se quiser, amanhã eu brigo com você. – Ria descaradamente. – É só eu botar o pé na cozinha que eu arranjo motivo fácil. – Estalou os dedos. – Aquilo lá é uma zona.

- Ei! – Encarou o pai. – Nada é uma zona lá é tudo muito organizado.

- Ah, então você já se acostumou com a zona e ai nem percebe mais. – Ele deu de ombros. – Adriano organiza como ninguém nos dias dele.

- Não acredito que eu estou ouvindo uma coisa dessa não! – Botou a colher de pau na mesa e encarou o pai. – Você não veio até a minha casa pra me estressar uma hora dessa! Só o que me faltava. – Então Jorge explodiu em risadas. – Você está me zoando!

- Você não estava com saudade? – Sophia começou a rir junto. – Estou tentando te deixar feliz.

- Você e a Sophia se merecem, sabia? – Voltou a se concentrar na comida. – Não é atoa que um defende o outro como se não houvesse amanhã.

- Isso é porque a gente sempre está certo e você errado. – Jorge piscou pra Sophia. – Lamentável. – Antes que Micael pudesse dar uma resposta ao pai, o toque de um celular chamou a atenção deles. Tony tirou o celular do bolso e sorriu.

- Ih, é meu pai! – Disse antes de sair pra sala e atender o celular num “oi, pai” bem empolgado. Jorge fez uma careta e Micael apontou pra ele com a colher de pau.

- Olha ai. – Chamou a atenção de Sophia. – Ficou sentido.

- Que sentido o quê. – Cruzou os braços. – Você está vendo coisas.

- Eu? – Forçou o riso. – Está na sua cara.

- Ai, Micael, já chega. – Antônia pediu. – E é errado seu pai gostar do Anthony?

- Gostar, não. – Deu de ombros. – Adotar é, que eu saiba ele não é nenhum órfão que esteja precisando de um pai.

- Você realmente está com ciúmes. – Jorge desfez a careta e um sorriso logo apareceu. – Nunca pensei que algo do tipo aconteceria.

- Eu avisei que ele estava. – Sophia brincou. – Morrendo de ciúmes. Cuidado hein, Jorge. Micael com ciúmes é insuportável.

- Fica, quietinha, por favor, meu amor! – Pediu com a voz mansa.

- Essa marra dele de que não liga é só fachada. – Antônia deu uma risadinha com o fato de que Sophia continuava a tagarelar. – Está se corroendo por dentro com o fato de você ficar com o Anthony na salinha todo dia.

- Ué, mas ele gosta da administração. – Rolou os olhos. – Se ele gosta, é bom ter alguém na família que possa fazer o trabalho que você corre a vida toda, não é filhote?

- É pai, deve ser.

- Eu não acredito que você está realmente irritado com isso. – Antônia encarou o filho. – É um absurdo, Micael.

- Ah, mãe. – Bufou. – Não começa também. – Desligou o fogo. – A janta está pronta. Vou no banheiro. – Saiu da cozinha.

- Pronto, tá puto. – Sophia disse rindo. – Ele realmente tem ciúme, quem diria?!

- Pois é, quem diria! – Sorriu.

- Me deem um segundinho que eu vou lá falar com ele. – Suspirou. – Prometer que vou parar de falar no assunto. – Antônia e Jorge assentiram e ela caminhou para o quarto. – Está com raiva? – Encontrou com o marido sentado na cama.

- Você também puxa cada assunto. – Rolou os olhos. – Agora ele vai ficar se achando.

- Meu amor, ele é seu pai. – Se sentou ao lado. – É bom de vez em quando você deixar ele saber que você o ama. Você nunca diz.

- Claro que eu já disse. – Ainda tinha um bico. – Ai agora o moleque é outro que vai ficar se achando também.

- Vai nada. – Balançou a cabeça. – Ele acha que foi brincadeira. Agora para de graça, e vamos jantar que eu prometo não falar mais nada disso com eles.

- Você é foda, Sophia. – Bufou. – Vontade de te bater as vezes.

- Larga de ser besta, vamos lá. – Ficou de pé e estendeu a mão ao moreno. – Quanto mais rápido a gente for e jantar, mais rápido eles vão embora. – Disse com um tom safado que fez com que Micael levantasse na hora.

- Se é assim, vamos logo. – Soltou uma risada e os dois saíram do quarto.

 

Pouco mais de dois meses tinham se passado desde que Sophia e Micael decidiram ter um filho, mas ela ainda não estava grávida e isso preocupava Micael. Ele tinha comprado muitos testes de farmácia e deixava em casa, volta e meia pedia a Sophia pra fazer, quando desconfiava de algo e todos davam negativo.

Elizabeth também não tinha procurado por Sophia e ela já tinha assumido que realmente não procuraria. Já tinha divulgado nas redes sociais que estava free agente, e como Micael previu, algumas agências entraram em contato pra tentar firmar algum tipo de contrato.

Ela tinha aceitado uma proposta de uma agência não muito grande e famosa, que atualmente pegava só campanha pelo Rio de Janeiro. Tinha conversado sobre a gravidez que viria e por isso, as duas partes decidiram não firmar um contrato no momento, seriam trabalhos esporádicos.

- Amor, já estamos atrasados. – Micael gritou da sala.

- Nem é pra tanto. – Sophia veio com a bolsa. – Já estou pronta, você não precisa gritar.

- Lua marcou uma hora da tarde, vai dar duas e a gente ainda está em casa. – Olhou para o relógio.

- A casa da Lua deve estar tão cheia de gente que ela não vai nem prestar atenção que a gente não chegou.

- Até parece. – Deu uma risadinha. – Vamos logo que o aniversário da sua melhor amiga já deve estar rolando.

- Chato. – Sorriu e deu um selinho antes de saírem do apartamento.

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