Amor Demais - Capítulo 61

Fiquei deitado no sofá olhando para o teto por tanto tempo que eu nem sei quanto foi. Sentimentos misturados sobre Sophia e Jéssica enchiam minha mente a ponto de eu não saber nem mais o que pensar. Parte de mim queria pegar o telefone e ligar pra Sophia agora, me entender com ela e avisar que podíamos tentar mesmo com ela assinando aquele contrato. Mas infelizmente, uma outra parte de mim queria que ela não assinasse aquele contrato e aparecesse aqui dizendo que se importa com a nossa família mais do que com aquele trabalho.

Da outra vez ela bateu o pé e acabou com a nossa família por uma viagem, dessa vez, ela tá fazendo a mesma coisa sem nem perceber. Só acho que como ela já foi daquela vez, poderia ceder dessa vez.

Senti alguém me cutucando e depois se sentando do meu lado no sofá, abri meus olhos, logico que era Laura. Ela me olhou estranho.

- Oi filha. – Falei com um sorriso.

- Ei, pai. Tava dormindo?

- Não, estava só pensando. – A puxei pra se deitar ao meu lado.

- Eu queria perguntar uma coisa...

- Pode falar ue... – Me virei pra olha-la.

- O senhor e a minha mãe terminaram? – Ela falou rápido e eu sorri.

- Isso não é assunto pra criança né dona Laura.

- É que eu vi o senhor se entendendo com a Jéssica, ai eu fiquei confusa. – Ela riu e eu arregalei os olhos.

- Então eu mandei a mocinha ir pro quarto e você ficou ouvindo a minha conversa com a Jéssica? É isso mesmo? – Fingi estar bravo.

- Não fiquei ouvindo nada. – Se defendeu rápido. – Foi por acaso...

- Não me entendi com a Jéssica e não terminei com a sua mãe. Na verdade, nem sei como esta a minha vida.

- E não vai conversar com ela? – Eu fechei os olhos e suspirei.

- Sua mãe é uma pessoa complicada, Laura. Nós dois somos, se eu for falar com ela, provavelmente vai sair briga outra vez, não quero mais isso.

- É só não brigar ué. Todas as brigas que eu presenciei de vocês, o senhor que brigava com ela.

- Fácil me julgar bonitinha. – Eu abri os olhos e passei o dedo em seu nariz rindo.

- Só acho que devia falar. – Ela pegou meu telefone e trouxe até mim. – Ou se acertam, ou terminam logo de uma vez. Ficar nessa não dá.

- A senhora não está muito mandona não? – Falei rindo e peguei o celular. – Vou mandar uma mensagem.

- Já serve né. – Deu de ombros e eu ri de novo. Desbloqueei o celular e mandei um “oi”. Esperamos e a resposta não veio, mas ela estava online.

- Viu, ela não quer falar comigo. Acho que a resposta tá ai, seu pai está solteiro. – Eu ri, mas a vontade era de chorar.

- Ela vai falar. – Deu um beijo na minha bochecha. – Agora o senhor podia fazer pipoca pra gente assistir o final do episodio de flash que eu tava vendo antes da minha mãe mandar eu parar.

- Mas está muito abusada. Eu ainda tenho que fazer pipoca? Seu pai está na bad, você deveria cuidar de mim.

- Ei, eu tenho sete anos, não tenho idade pra fazer pipoca, mas eu posso fazer um cafuné quando o senhor voltar pra sala. – Eu fingi pensar e então sorri.

- Aceito essa proposta ai, já que é a melhor que vou conseguir mesmo! – Fiz cosquinhas na minha menina e então levantei indo pra cozinha fazer pipoca. Quando voltei, ela estava com o meu telefone na mão e sorrindo pra tela. – Sua mãe respondeu?

- Não, mas meus tios naquele grupo “volta SoMic” estão marcando de sair sexta a noite. – Ela me olhou rindo.

- Aposto que foi o Chay. – Rolei os olhos e me deitei no sofá com a cabeça no colo dela.

- Foi ele mesmo, mas o pessoal tá falando pra caramba aqui, menos minha mãe, essa só olha e não fala nada. – Ela riu. Colocou a bacia de pipoca no braço do sofá, começou a me fazer cafuné, colocou a tal série na televisão e me entregou o celular.

Arthur:

Alguém sabe da Sophia e do Micael?

A gente tá marcando um monte de coisa, mas nem sabemos se eles vão poder.

Chay:

Devem estar transando por ai, só o que fazem.

Mel:

Credo, Chay.

Lua:

Não tão se pegando não, os dois estão lendo as mensagens, devem é ter brigado de novo. Aff.

Eu:

Será que dá pra não conversarem putaria? Meu celular estava na mão da minha filha.

Chay:

Apareceu o viadão.

Eu:

Não fode, Chay.

Arthur:

Ih, ele tá sensível. Cadê tua mina, Mané? Vcs vão à parada?

Eu:

Eu vou, a Sophia tu vai ter que perguntar a ela.

Mel:

Tem alguns dias que vocês voltaram e já brigaram outra vez? Merecem uma surra.

Lua:

Sophia, eu sei que você tá ai lendo, eu estou subindo, abre a porta pra mim.

Eu:

Vou sair aqui, até mais.

Bloquei a tela e fiquei ali com a minha menina me fazendo cafuné, comendo pipoca e assistindo a série que ela tanto gosta.