Amor Demais - Capítulo 62

- Por que a senhora não responde no grupo? – Lua disse brava assim que entrou em meu apartamento.

- Porque aquele grupo é ridículo.

- Aquele grupo sempre existiu, só que ninguém falava por causa de você e do Micael

- Não deixa de ser ridículo.

- Posso saber por que a senhora está com raiva? – Perguntou com as mãos na cintura e eu bufei.

- Eu estou normal, Lua. – Ela rolou os olhos.

- Meu ovo, Sophia. Explica logo! – Eu me sentei no sofá com um suspiro e contei toda a historia pra ela. Ela ouviu atentamente, mas eu sabia que ela ia ficar do lado dele. – Eu não acredito que você disse pra ele ficar com ela! – Praticamente gritou na minha cara.

- Ué Lua, ele quer uma mulher que fique dentro de casa cuidando dele. Eu não sou esse tipo de mulher.

- Sophia, você se acertou com o cara agora e vai botar tudo a perder de novo?

- A vida é minha. – Gritei. – Eu decido, tá legal?

- Agora você vai ser grossa comigo também? Ah, pelo amor de Deus.

- Eu queria ver se fosse com você!

- Não seria, porque eu não coloco trabalho nenhum acima da minha família.

- Eu não acredito que você tá falando isso pra mim. – Meu olhos já estavam marejados. Odiava brigar com a Lua. – Eu não faço isso.

- Não faz? Você largou seu marido e sua filha por trabalho, Sophia. Agora você está fazendo praticamente a mesma coisa.

- Não estou nada. Não vou largar a Laura de novo.

- Tem certeza? Porque pelo que você contou quando saiu de lá disse pro Micael se entender com a Jéssica, isso significa que ela vai continuar fazendo o papel de mãe da sua filha enquanto você vira uma mera tia sem autoridade nenhuma que só pega pra passear de vez em quando.

- Não claro que não. O fato de eu ter terminado com ele não significa que não vou ser mãe da Laura.

- Deixa de ser imbecil.

- Lua, eles estavam bem mais felizes antes de eu resolver voltar. – Desabafei então, caindo no choro de vez.

- Pronto, agora pirou de vez. – Se sentou ao meu lado e colocou uma das mãos nas minhas costas.

- A Laura ama a Jessica. Minha filha fica tão feliz quando ela aparece que parece que eu não estou no mesmo lugar. Admitir isso doi, mas é preciso. Eles eram felizes e eu apareci pra causar o caos na vida deles.

- Não, você voltou porque você é mãe dela e esposa do Micael. Aceita isso.

- A Jéssica é a melhor pessoa que ele poderia encontrar, ela o ama, ela ama minha menina. É o que eu quero Lua. Não quero atrapalhar ninguém.

- Tudo isso por causa de um contrato? – Ergueu uma sobrancelha.

- Essa proposta fez eu ver como eu e Mica queremos coisas diferentes.

- Não, Micael é advogado, se ele diz que esse seu contrato pode ser uma furada, você deveria escuta-lo.

- Ele diz isso só porque não quer que eu assine.

- Não, ele quer o melhor pra você. – Secou algumas das minhas lagrimas e fez um carinho na minha cabeça, assim que se levantou. – Conversa com ele.

- Não, deixa ele se entender com a Jéssica. Eu vou ficar bem.

- Vai sair conosco na sexta?

- Não, Lua. Não quero encontra-lo.

- Ah, você vai sim. – Disse brava e eu ri. – Se não quer ficar com o cara então você tem que estar bem.

- Você não existe. – Rolei os olhos.

- Existo sim, tô aqui pra te fazer sair com a gente. – Nós rimos.

- Até onde eu sei, Chay inventou essa historia pra comemorar que eu e Micael voltamos. Agora não estamos mais juntos, então não tem nem sentido.

- Não estão juntos, mas se suportam, tá ótimo.

- A gente se suportava enquanto estávamos juntos, sexta eu já acho que a gente vai sair no tapa e tudo.

- Não ousem estragar nosso passeio. – Brigou e me deu um beijo. – Vou indo, amiga. Mais tarde a gente se fala.

- Tá bom, até mais.

Lua foi embora e eu fiquei aqui sentada no sofá observando o “Oi” que Micael tinha me mandando e com vontade de responder, mas eu não responderia, era melhor assim pra todo mundo.

    No dia seguinte, pela manhã, eu voltei á agencia com os papeis do contrato e um tanto insegura sobre o que ia fazer. Fui rapidamente encaminhada á sala do Ricardo que já me atendeu com aquele velho sorriso no rosto.

- Veja se não é minha modelo preferida. – Sorriu e me abraçou. Eu forcei um sorriso e me sentei depois que ele fez um gesto pra cadeira com a mão.

- Trouxe o contrato. – Coloquei-o em cima da mesa e ele se apressou a olhar.

- Mas não está assinado. – Tinha uma expressão surpresa. – Não gostou dos termos? O que seu marido disse sobre?

- Não disse nada. – Menti. – Eu não assinei porque não quero.

- Como assim não quer, Sophia? Essa pode ser a oportunidade da sua vida!

- Eu ouvi a mesma coisa do Luiz quando fui pra Nova Iorque e adivinha?

- Hum? – Resmungou ainda me encarando.

- Aquela não foi a oportunidade da minha vida. – Dei de ombros. – Só estragou minha vida, minha família nunca vai ser a mesma e tudo porque eu fui, não vou cometer o mesmo erro.

- Sophia, tem certeza que leu esse contrato? Não pode recusar uma proposta assim.

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