Amor Demais - Capítulo 64

- Soph, é uma saída dos seis... – Argumentou e eu rolei os olhos.

- Jéssica vai no meu lugar, ai vocês serão seis.

- Você sabe muito bem que a gente não gosta da Jéssica.

- Vocês não gostam da menina por pura implicância. Sabem que ela é legal.

- Ela pode estar com o Micael agora de novo e você ainda continua com esse discurso?

- Ela estar com ele não significa que ela é ruim, significa que eu fui idiota e mandei ele ficar com ela.

- Ela desmande. – Bufou.

- Você acha que é simples assim? As pessoas tem sentimentos, Lua.

- Sophia, levanta. – Eu virei pro lado e fechei os olhos. – Olha só, marcamos sete e meia no Carl’s. Se você não aparecer lá, vou ficar muito chateada com você, porque até a gestante vai. – Falou brava e saiu do meu quarto pisando forte.

Eu respirei fundo até tomar coragem pra levantar e me arrumar. Ainda não estava animada, mas não estava preparada pra brigar com a Lua também. Tomei banho e me arrumei de forma simples. Vestidinho preto básico, maquiagem leve e uma rasteirinha. Peguei minha bolsa e desci pra tocar a campainha dela quase no horário. Ela atendeu e começou a pular antes de me agarrar.

- Eu sabia que você não ia me deixar na mão! – Gritou me abraçando.

- Pra que tanta felicidade? – Perguntei sem animo.

- Ué, primeira saída da gente em anos. - Deu de ombros. – Se lembra da ultima?

- Claro que lembro. Micael arrumou briga com aquele cara lá que me alisou. – Eu comecei a rir.

- E da primeira? – Ergueu uma sobrancelha.

- Claro. Os três arrumaram confusão aquela noite, Nós eramos todos menores de idade e tínhamos fugido de casa. – Começamos a rir.

- Né, nossas mães ficaram umas feras com a gente depois daquele dia.

- A gente viveu cada momento bom né?

- Sim e vamos continuar vivendo! – Ela disse e Arthur apareceu com uma camisa na mão.

- Amor, pode me ajudar a passar essa camisa? – Perguntou de cabeça baixa e quando me viu sorriu. – Oi, Soph! Que bom que resolveu ir com a gente.

- Você acha que a Lua ia me deixar sofrer quietinha deitada na cama? – Rolei os olhos e ele riu.

- Claro que não. – Chegou perto dela e deu um beijo na testa. Eu sorri observando como estavam bem depois daquela crise.

- Haha, vocês me amam, isso sim! – Mandou língua pra gente. – Amor, estávamos aqui lembrando da nossa primeira saída. – Ele fez uma careta e começou a rir.

- Meu Deus, aquele dia foi épico. Ter 17 anos, fugir de casa, entrar numa boate, bater na cara de um imbecil e ainda ser expulso da boate. Melhor saída de todos os tempos. – Nós começamos a rir.

- E chegar em casa e ouvir minha mãe e meu pai infernizando por causa que fugi. Me proibindo de namorar o Micael depois e de ver vocês. – Eu parei de rir. – Essa parte não foi nada boa.

- Sua mãe era a mais brava mesmo! – Lua riu.

- Você tem duvida? – Ergui uma sobrancelha. – Ela me expulsou de casa, Lua. – Eu ri me lembrando daqueles tempos difíceis.

- Ué, ela descobriu que você estava com o Micael pelas costas dela. Tecnicamente não te expulsou. Pediu pra você escolher.

- Pra eu escolher entre ter uma casa e namorar o Micael. – Rolei os olhos. – Eu tinha quase dezesseis anos, completamente apaixonada e nenhum juízo. Claro que ia escolher namorar.

- Foi bom ué, veio a Laura. – Ela riu.

- A Laura veio quando eu tinha dezoito anos Lua, isso só me obrigou a casar e a parar de trabalhar por um tempo. – Bufei.

- Também quando voltou né... – Agora o tom na sala não era nem um pouco feliz. Estavamos ali lembrando da minha partida e isso me deixava consideravelmente mais triste.

- Como será que a minha mãe está? – Perguntei em voz alta, mas eu sabia que ninguém tinha a resposta.

- Fala com ela ue. – Eu encarei Lua e ficou sem graça.

- Todo mundo tá careca de saber que minha mãe não quer falar comigo.

- Ela não queria quando você estava com o Micael. Agora é outro assunto.

- Arthur, eu engravidei e até hoje minha mãe não conhece a neta. Meu pai então, nem se fala. – Dei de ombros. – Nem quando eu tentei falar com ela quando estava gravida e tinha brigado com Micael ela quis saber de mim.

- Ah, mas agora é diferente, você é uma mulher, Soph, não uma menina. – Lua sorriu. – Você tem sua carreira, sua filha, tem sua vida.

- Não sei, seria muito estranho falar com a minha mãe depois de todos esses anos...

- Ela ia gostar de saber que você largou o Micael. – Arthur deu risada e nós o acompanhamos.

- Disso ai eu não tenho duvidas. – Continuamos rindo. – Quem sabe um dia eu vá na casa dela de novo né... Agora eu acho que vocês deveriam terminar de se arrumar, porque já são quase oito horas. – Eu disse olhando no celular e Lua arregalou os olhos.

- Meu Deus, eles vão nos matar. – Lua colocou a mão na cabeça, pegou a camisa que Arthur pediu ajuda e saiu correndo pro quarto. Nós nos olhamos e ficamos rindo.

- Onde está a Clara? – Perguntei a Arthur e ele deu de ombros.

- Está na casa da minha sogra. Ela topou esses momentos com a neta. – Ele sorriu.

- Saudades da minha ex-sogra também, sabia? – Dei de ombros.