Amor Demais - Capítulo 66

- Por que você me puxou com tanta pressa Melanie? – Eu disse enquanto retocava o batom, olhando no espelho.
- Porque queria companhia pra vir ao banheiro ué. – Deu de ombros e entrou em um box.

- A Lua estava na mesa. – Rolei os olhos mesmo que ela não pudesse ver. Esperei uma resposta, mas ela não falou nada. Quando ela enfim saiu do banheiro eu a encarei enquanto lavava as mãos. – Pode me explicar? – Ela suspirou.
- Micael pediu pra tirar você de perto daquele cara.
- Eu não acredito nisso Mel. – Disse um pouco alto demais e olhei pras mulheres que estavam ali também. – Você não podia ter feito isso! – Segurei em seu braço e falei isso em seu ouvido.
- Podia sim, ele estava transtornado, Sophia. – Deu de ombros como se justificasse.
- Micael não tem nada a ver com a minha vida, Mel. – Disse ainda chateada. – Ele tem a mulher dele.
- Ele não tem mulher, Sophia.
- Claro que tem. Ele a deixou com a minha filha ainda por cima. – Coloquei as mãos na cintura. – Eu não tenho direito de reclamar. Ele tem?
- Ele disse que deixou a Laura com a Jessica, mas não ele não reatou com ela. E outra – Acrescentou. – Você não tem direito de reclamar porque foi você que largou o cara.
- Ridícula. – Fechei a cara e nós voltamos pra mesa. Micael não estava mais lá. – Cadê o Micael?
- Foi embora. – Chay deu de ombros bebericando de sua cerveja. – Parabéns pra vocês que não sabem se comportar e estragaram a saída.
- Ei, eu sei me comportar, não fiz nada. – Disse me sentando.
- Sophia, me desculpa. – Pablo me encarou. – Eu não sabia que ele era seu namorado.
- Ele não é. – Dei de ombros.
Nós não demoramos muito tempo no bar, o clima estava horrível. Eu não dei muita ideia pra Pablo depois do ocorrido e nós fomos pra casa. Lua e Arthur estavam emburrados assim como Chay e Mel.
- Será que podem desfazer o bico? – Arthur tinha se oferecido pra levar Chay e Mel em casa.
- Será que você e o Micael vão conseguir parar de brigar um dia?
- Eu não queria vir. Vocês que me obrigaram. – Dei de ombros. – E nós não brigamos. Pablo me chamou pra dançar e ele surtou.
- Sophia, você largou ele tem uma semana. – Mel rolou os olhos. – Uma semana.
- O fato dele estar com a Jessica não conta pra vocês? – Disse revoltada.
- Ele não esta com ela. – Arthur disse.
- E vocês acreditaram só porque ele disse? – Bufei.
- Não, a gente acredita porque ele ama você, sua idiota. – Lua disse brava e eu me calei. Não tinha mais o que dizer.
Deixamos Chay e Mel em casa e não demoramos muito pra chegar em casa, eu mal me despedi e subi pro meu apartamento. Tomei um banho relaxante e me joguei na cama. Rolei a noite toda e não me lembro muito bem quando peguei no sono, mas acordei já depois das dez.
Olhei meu celular e me assustei com a hora, sorte que hoje eu não tinha nada importante pra fazer. Desbloqueei meu aparelho e tinha uma mensagem de Micael, mas era apenas o contato da mãe dele. Eu responde “obrigada”, mas ele apenas visualizou e não respondeu.
Resolvi ligar agora mesmo pra minha querida ex-sogra.
- Alô? – Atendeu meio desconfiada.
- Dona Antônia? – Sorri ao ouvir sua voz. – Aqui é a Sophia!
- Sophia? Do meu filho? – Eu ri.
- Sim, Antônia. Essa mesmo. Como a senhora está? – Perguntei simpática.
- Morrendo de saudade de você filha, esqueceu que eu existo foi? – Dona Antônia era daquelas senhoras supersimpáticas que todos amam. Que faz sempre um bolo pra visita e é capaz de ficar horas conversando de assuntos que ninguém se importa, mas só escuta pra fazê-la feliz.
- Esqueci não, não tem como esquecer!
- Então esqueceu o caminho daqui de casa né? – Ela riu. – Você podia aparecer aqui, minha neta tá aqui.
- Laura está ai? – Perguntei sem saber.
- Sim, Laura dormiu aqui de ontem pra hoje, meu filho disse que ia sair. – Eu não entendi porque ele mentiu.
- Eu ainda lembro o caminho, pode deixar que vou passar ai. – Ela bufou.
- Te conheço não é de hoje, Sophia. Sei que você fala e nunca vem, pode vindo hoje almoçar comigo. – Disse em tom de bronca e eu ri.
- Não vai ser uma boa ideia porque seu filho provavelmente vai ai buscar a Laura né?! – Parecia ter medo em minha voz.
- Só a noite. Vem almoçar comigo. – Pediu mais uma vez.
- Pode deixar, vou tomar banho e estou indo pra ai. – Ela comemorou e eu ri. – Até mais Antônia.
- beijos, filha. – Desligamos e eu fui tomar banho e me arrumar, ainda com medo de dar de cara com Micael naquela casa. Coloquei uma bermuda e uma blusinha simples, calcei sandálias e não passei maquiagem. Mais simples impossível.
A casa de Antônia não era longe da minha, mas pra chegar lá tinha que passar em frente á casa de Micael. Eu passei o mais rápido que pude, mas não consegui deixar de olhar. Ele não estava á vista, o que era bom.
Cheguei a casa de Antônia pouco antes do meio dia. Estar naquela casa trazia uma nostalgia tão grande. Tudo, desde o barulho da campainha até o estalar do portão era tão familiar.

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