Amor Demais - Capítulo 78

Andar pelas ruas da minha cidade era tão gostoso que eu podia fazer isso a tarde toda. Ainda mais com meus amigos, nós estávamos nos divertindo horrores.
Minha filha e Clarinha estavam admiradas com a beleza do lugar. Cá entre nós, minha casa era muito bem localizada.
Decidimos que não íamos tomar café, então eu os levei pro meu restaurante favorito, outro dia nós íamos lá tomar café. Assim que nós entramos, eu já fui reconhecida.
- Ai meu Deus, Sophia você voltou! – Jess, a garçonete veio me abraçar!
- Oi, linda. – Sorri pra ela. Jess não era uma amiga. Eu a tinha conhecido aqui no restaurante. Ela tinha dezessete anos e tinha me reconhecido das revistas. Tinha o sonho de ser modelo e eu acabei lhe dando algumas dicas. – Como você está? Conseguiu alguma coisa nesse tempo?
- Bom eu tenho um teste na segunda-feira estou tão nervosa. – Disse com um sorriso que não cabia no rosto.
- Não fique, você é linda e vai se dar super bem. – Sorri simpática. – Qual a agencia?
- É a New Mods. – Disse ainda mais empolgada.
- Conheço um pessoal lá, depois falo com eles pra te darem uma forcinha! – Pisquei e ela radiante me abraçou novamente. Meus amigos estavam rindo. – Mas agora Jess, precisamos de uma mesa, estamos famintos!
- Pra já, Soph. – Ela nos levou a uma mesa grande. – Mesmo de sempre?
- Sim, senhora! – Falei com um sorriso. – Trás o cardápio pra eles, por favor? – Ela assentiu e se retirou.
- A dona Sophia é famosa entre as garçonetes! – Chay fez piadinha. Acho que você trabalhava aqui hein.
- Que engraçado, Chay. – Mandei língua pra ele. – Jessica é a menina mais dócil que conheci aqui.
- O nome dela é Jéssica? – Lua perguntou rindo e eu assenti. – E é brasileira? Ela parece não ter nem dezoito anos.
- E não tem. Ela tem dezessete. Veio pra cá sozinha tentar a carreira. – Dei de ombros.
- Como que a mãe dessa menina deixou uma coisa dessa? – Micael arregalou os olhos.
- Ela acredita no potencial da filha. – Dei de ombros. – Eu meio que apadrinhei a Jess, mas é bem difícil esse começo.
- Ai a boa moça vai fazer algumas ligações pra ajudar a menina? – Mel disse com deboche.
- Minha esposa é um amor né. – Micael me deu um beijinho.
- Mamãe, eu também quero ser modelo! – Laura falou roubando atenção de todos nós.
- Nem pensar. – Micael respondeu instantaneamente e eu ri. – Só me falta essa menina com dezoito anos inventando de vir pra cá. – Todos rimos da expressão de Micael.
- Ué, não é assim que funciona né, mas pode ser uma coisa boa. – Dei de ombros. – Quando você estiver mais velha conversa comigo.
- Eu também quero, dindinha! – Clara falou alto e eu ri.
- Ih, virou modinha. – Arthur disse implicando com a filha.
- Ainda bem que tenho meus contatos. – Nós rimos.
Logo a Jess voltou com os cardápios e eles escolheram o que comer. Tivemos um almoço agradável e no final eu pedi a conta e a paguei. Micael fez cara feia, mas eu dei um beijinho e disse que não precisava se preocupar com isso. O chefe de cozinha tinha ido falar comigo pouco antes de ir embora. Eu o conhecia também, ele tinha ficado feliz ao saber por Jess que eu estava aqui novamente.
Não voltamos pra casa, ficamos dando voltas pela cidade. A um certo ponto em uma praça, Eu vi um outdoor com uma campanha antiga, estava desbotando devido a chuva, mas era maravilhoso de olhar.
- Olha lá a mamãe! – Laura apontou orgulhosa.
- Que arraso! – Mel disse me cutucando. Era uma marca de roupas famosa daqui de Nova Iorque. Realmente me surpreendeu eu estar ali ainda. Em letras pequenas ao lado da minha foto tinha o meu nome. Só que pelo tempo que estive aqui, era conhecida como Sophia Borges.
- Eu disse pra vocês que aqui é a minha terra. – Falei rindo. Entrelacei as mãos na de Micael e já estávamos voltando pra casa. Foi um longo passeio. Saímos de manhã e já ia dar quatro da tarde. Estava exausta.
Chegamos em casa e meu telefone tocou. Estávamos no sofá e eu atendi falando em inglês, já que era Christian no telefone.
- Ei gato. – Eu sabia que o pessoal estava prestando atenção na minha conversa.
- Borges, soube que está de volta é verdade? – Chris disse empolgado.
- Por uma semana só. Só vim pra ir ao casamento do Eduardo.
- Ah, que isso! – Exclamou chateado. – Vem pelo menos pra festa hoje. Relembrar os velhos tempos!
- Não posso Chris, não vim sozinha. Minha filha, meu marido e meus amigos estão comigo.
- Sua filha? Que ótimo. Nós nos vemos amanhã no casamento do Eduardo então. – Ele disse empolgado.
- Nos vemos lá. Beijos. – Eu desliguei o telefone e reparei todos olhando pra minha cara. – Que foi gente?
- A gente quer entender essa sua conversa ai. – Chay perguntou curioso.
- Eu quero saber o que a sua filha, seu marido e seus amigos estão atrapalhando você fazer. – Micael falou e eu ri.
- Nada amor, isso aí você entendeu né! – Dei de ombros. – Chris ligou pra me convidar pra uma festa ué. Eu disse que não podia ir porque não vim sozinha.
- Podia ter chamado a gente também. – Lua deu de ombros. – Seus amigos festeiros você não quer apresentar pra gente né? – Ela começou a rir.
- E nós íamos deixar a Clara e a Laura com quem? – Ergui uma sobrancelha. – Com certeza não é o tipo de festa legal para crianças. – Eles me olharam de olhos arregalados e eu comecei a rir.
- Sophia, eu estou horrorizado. – Por um momento eu achei que Micael estava com raiva, mas seus olhos eram divertidos.
- Ih, eu estava solteira meu amor, não me julgue. – Eu ri.
- Vai contar pra gente qual é a desse tipo de festa? – Arthur perguntou e eu ri.
- Parece uma festa de faculdade, um monte de adolescente enchendo a cara e se pegando. – Dei de ombros. – Os bastidores do mundo da moda podem ser traumáticos.
- Então esse tal de Chris tá te chamando pra ir por que quer te pegar? – Foi a minha vez de arregalar os olhos.
- Claro que não! – Disse rápido. – Christian é meu amigo.
- Ah, essa ai cola, claro. – Lua começou a rir.
- Gente, se eu tivesse pegado todo homem que me dava mole... – Eu comecei a rir e Micael fez uma careta.
- Ui, olha ela, gostosona! – Mel debochou.
- Nem é isso. – Dei de ombros. – É só que eles no geral pagam pau pra modelo principal. – Dei um beijinho no ombro. – Homens são ridículos.

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